Olá, estimados orientistas e também praticantes de atividades outdoor.
Elaborei um calendário com eventos de corrida de orientação e também de corridas trail. Assim, posso me organizar melhor tanto em termos de preparação quanto na logística para participar das provas e treinos.
O calendário tem como fonte o site da CBO, os informativos das Federações e clubes, redes sociais e o site da IOF. Então, é provável haver alterações. Mas vou tentando atualizar sempre que possível.
Com este calendário disponível na palma da sua mão, será muito mais fácil saber tudo que está acontecendo no nosso meio. De uma maneira mais prática, ao invés de ter que acessar sites ou informes dos organizadores.
E também está integrado a este blog, aqui ao lado. Então, sempre que vier por aqui, você terá uma visão geral dos eventos do mês. Para maiores informações, basta clicar em cada data.
Também incluí as provas do campeonato Corridas de Montanha. As provas trail e de corrida de aventura são muito interessantes para os orientistas. Primeiro porque acredito que temos uma capacidade técnica melhor em comparação com os trilheiros (nós não corremos somente em trilhas). Segundo porque estamos muito restritos às provas de corrida de orientação, o que limita nossa visão sobre organização de eventos e captação de adeptos.
Foi dada a partida para o Campeonato de Orientação do Distrito Federal e este post é para avaliarmos minhas escolhas no mapa da categoria H Master A (categoria que disputo atualmente).
Como sempre faço nas análises de rotas, lembro a vocês que minha meta inicial é realizar todo o percurso num pace médio de 7 min/km e percorrer, no máximo, 20% de distância além da distância da linha vermelha.
Nesta prova o mapa da HMA apresentou 5,4km de distância, com 185m de desnível. Portanto, considerando a meta, eu deveria percorrer até 6,5km de distância em pouco mais de 45 minutos. A área era de terreno bem movimentado, com a maior parte em campo limpo e áreas de árvores esparsas. Era possível observar a existência de três grandes elevações, as quais foram inteligentemente abordadas pelo traçador de percursos. Ainda com relação ao mapa, vale ressaltar que o traçador (Alberto Amaral) e o árbitro (Humberto Rizzi) propiciaram uma pista que primou pela navegação, com opções de rotas ponto a ponto e atendendo ao princípio "no green" (evitar colocar o atleta para ´cortar mato´). Foi muito agradável executar este percurso, que exigiu muito da parte física, trouxe excelentes desafios mentais e me fez utilizar praticamente todas as técnicas que aprendemos ao longo do tempo.
Abaixo o mapa com minhas rotas (clique para ampliar):
Rota do triângulo para o ponto 1
O que planejei: sair lentamente pela parte alta da elevação, minimizando o desgaste físico da transposição da elevação, aproveitando as curvas de nível. Nas proximidades do ponto 18, iniciar leitura fina utilizando como ataque o bordo da vegetação.
O que fiz: na saída do triângulo, observei que a vegetação condizia com o mapa, permitindo uma corrida livre. Executei a subida sem avaliar adequadamente a possibilidade de seguir pela direita, aproveitando as curvas de nível. Após passar pelas valas secas, aumentei a velocidade e passei pela cerca próxima ao ponto 18. Dali cheguei ao próximo checkpoint que era o bordo da vegetação próxima à nascente e ataquei o ponto observando o relevo. Na imagem acima observem em vermelho os checkpoints e em rosa as linhas de segurança.
O que deveria ter feito: a opção de iniciar em subida foi calculada tendo em vista a segurança que eu precisava para entrar no mapa. Uma opção poderia ser a alternativa em roxo na imagem acima. Observem que considerei, ainda, a condição física necessária para completar todo o percurso.
Rota do ponto 2 para o ponto 3
O que planejei: sair em azimute com erro proposital para a direita. Atravessar a cerca e seguir em direção ao ponto (esquerda) observando a vegetação e a vala seca. Em rosa está a minha linha de segurança.
O que fiz: segui conforme o planejado.
O que deveria ter feito: uma opção seria utilizar a cerca em ruína pela esquerda e atravessar a vegetação menos densa, utilizando como checkpoint a árvore de destaque. Dali, seguir em azimute até o ponto.
Rota do ponto 7 para o ponto 8
O que planejei: pegar a estrada até notar a diferença de vegetação, contando a distância percorrida, e atacar o ponto.
O que fiz: segui em velocidade pela estrada, mas me perdi na contagem de distância. Daí fui pelo bordo da vegetação chegando até uma parte aonde a cerca era aparente. Observei toda a clareira e percebi que havia passado do ponto. Retornei para vasculhar, sendo que um competidor acabou entregando o ponto. Neste erro, percorri 150m além do necessário. Isto me custou pouco mais de 1 minuto.
O que deveria ter feito: seguir conforme o planejado, acrescentando as duas árvores de destaque como ponto de ataque.
Rota do ponto 13 para o ponto 14
O que planejei: contornar a elevação pelas curvas de nível, contando as valas secas e a distância. Utilizar como ataque a quarta vala seca, que também era a linha de segurança.
O que fiz: segui conforme o planejado, embora não tenha conseguido me manter na mesma curva de nível. Observem que desci muito a partir da terceira vala seca. Ainda, havia mais dois outros atletas da mesma categoria os quais sugeriram que eu já havia passado do ponto. Mantive a concentração e obtive êxito.
O que deveria ter feito: em laranja estão as duas opções. Pegar a trilha indistinta ou, chegando na terceira vala seca, subir contornando a vegetação e utilizar a vegetação mais fechada como ponto de ataque, por cima do ponto 14.
Rota do ponto 18 para o ponto 19
O que planejei: descer a elevação, utilizando a cerca como corrimão. Utilizar como primeiro checkpoint a diferença de vegetação com a cerca e o segundo checkpoint a segunda cerca após a linha d'água.
O que fiz: segui conforme o planejado, mas percebi que estava distante da cerca e descendo muito rápido. Notei, ainda durante a descida, que teria que subir novamente após os checkpoints. Mas já não seria prudente alterar a estratégia. Após o segundo checkpoint, subi em direção ao ponto 19 tendo a cerca como linha de segurança.
O que deveria ter feito: apesar da vegetação esparsa, utilizar uma das duas opções em roxo seria mais proveitoso. O tempo gasto para subir novamente pode ter refletido em um esforço físico maior, mesmo em comparação com aqueles que optaram por passar próximo aos reservatórios de água.
As demais rotas eu considerei dentro da normalidade. Então, sintam-se à vontade para darem seus pitacos. Basta utilizar o campo de comentários no final deste post.
Aqui o vídeo do meu percurso. Nele vocês têm a oportunidade de vivenciar mais de perto o que foi esta prova. Observem o relevo e a vegetação. Espero que gostem.
E se você quiser contribuir financeiramente para a manutenção do blog e do nosso canal no YouTube, acesse a Decathlon clicando aqui. Uma parte do valor que você gastar será revertida para nossos projetos.
Boas rotas \o/
Seja inteligente! Pratique a corrida de Orientação.
No dia 12 de março, tivemos mais um treino aqui no DF. Dessa vez, a arena escolhida foi o Parque Ecológico de Águas Claras. Um parque urbano muito bem localizado na satélite de mesmo nome.
Foi utilizado o app MapRun6, que rendeu toda aquela gama de funcionalidades que tanto encanta aos orientistas (rotas no RouteGadget, apuração instantânea, tabelas de resultados no SplitsBrowser, visualização do seu percurso sobre o mapa e sobre o terreno etc.).
E se você estiver aqui por Brasília, acesse o aplicativo e vá lá curtir a pista e deixar seu nome no ranking. Este percurso está garantido durante todo o ano de 2022. O mapa está disponível em formato .pdf, para quem quiser baixar e imprimir.
Boas rotas \o/
Seja inteligente! Pratique a corrida de Orientação.
Olá, orientistas e entusiastas dos esportes outdoor.
Em fevereiro, no período de 18 a 20, tivemos mais uma edição do Troféu Cerrado de Orientação. Mais conhecido como TCO 2022.
O evento foi sediado na cidade goiana de Cristalina, sendo organizado pelo COSEC com o apoio da FOG. E, desta vez, recebeu a alcunha de abertura da temporada 2022 da CBO, já que a Copa Sul somente será realizada em setembro.
Neste post, optei por separar o texto em aspectos que muito interessam os orientistas. Dessa forma, já vamos traçando, também, uma rota de avaliação do evento.
Deslocamento até a cidade
Como disse antes, a prova foi realizada na cidade de Cristalina-GO. A cidade já foi palco de CamBOr e outros eventos locais e regionais. Os competidores de outros estados tiveram a opção dos aeroportos de Brasília (130 km de distância) e de Goiânia (280km de distância), tendo que acrescentar o deslocamento rodoviário.
A organização proporcionou as instalações da AABB para acantonamento. Segundo relatos dos orientistas que lá se acomodaram, o local estava constantemente limpo e ofereceu boa estrutura.
Fizemos uma live prévia à competição e conseguimos ajudar alguns atletas a se organizarem em grupos para diminuírem os custos de deslocamento até a cidade e dos pontos de hospedagem até os locais de prova.
Do Sprint
A prova Sprint ocorreu sem anormalidades. O mapa, totalmente urbano, apresentou pouca elevação e muitos desafios mentais. Uma chuva leve mostrou que a impermeabilização do mapa era aquém do ideal.
Importante destacar que não houve atrasos nem na largada nem na cerimônia de premiação. As medalhas foram confeccionadas num padrão que agradou a todos, enlaçadas por uma fita personalizada alusiva ao TCO.
Dos percursos Médio e Longo
Aqui, uma situação que quase "embarreirou" o evento.
O percurso longo foi marcado pelas condições precárias de chegada à arena. Um enorme atoleiro se formou logo na entrada da fazenda escolhida. Inclusive dois dos ônibus responsáveis pelo transporte dos atletas de elite ficaram imobilizados. Atrás deles, vários veículos menores ficaram impedidos de passar.
A prova foi atrasada em quase 1 hora. Tempo necessário para desimpedir a estrada. Também em decorrência das chuvas, o terreno estava pesado.
Mas os desafios propostos pela organização (mapeamento e percursos) foram de acordo com o que se espera de um torneio regional. Os tempos, em geral, ficaram acima do estimado. Segundo os organizadores, uma das explicações pode ser o fato de que boa parte dos atletas estão fora de ritmo de prova, além da alteração de data devido à pandemia - isto porque o TCO estava programado para ocorrer no segundo semestre de 2021, no período de seca.
Um aspecto que merece atenção especial
Importante registrar que o serviço médico à disposição ficou aquém do mínimo necessário para uma prova deste porte. Em um dos dias de floresta, a prova iniciou sem a presença de serviço médico. Já no domingo, uma atleta se feriu e ficou evidente que a estrutura disponível não era suficiente para lidar com situações de emergência. Também houve vários atletas picados por marimbondos ou acometidos de males súbitos.
As organizações, e os árbitros, devem buscar um caminho que garanta maior segurança para os praticantes da corrida de Orientação.
Comentários finais
Apesar dos transtornos ocorridos, a maioria dos presentes se manifestou positivamente quanto ao TCO 2022. O espírito de congraçamento, o retorno das competições oficiais, a disposição dos membros da organização e o clima de desafio foram aspectos que engrandeceram o evento.
Começamos a temporada 2022 com o azimute certo.
Abaixo duas lives que fizemos sobre o TCO. A primeira, realizada antes do evento:
Aqui a live resenhando o evento:
A organização do evento disponibilizou um álbum de fotos que você pode apreciar clicando aqui.
Olá, orientistas e entusiastas dos esportes outdoor e de navegação.
No dia 06 de fevereiro de 2022, realizamos no Parque Bosque do Sudoeste uma pista treino com mapa impresso e prismas físicos, utilizando o MapRun6.
Foram aproximadamente 50 orientistas que aproveitaram o momento para reviver uma pista sprint e usufruir dos benefícios do aplicativo MapRun6. Ainda, uma oportunidade de treino preparativo para o Troféu Cerrado de Orientação 2022.
Quem quiser praticar o esporte no Parque Bosque do Sudoeste basta acessar o mapa no aplicativo MapRun6 (disponível para Android e IOS). O aplicativo também permite o download do mapa em formato .pdf para impressão. Portanto, é possível praticar usando a tela do celular ou o mapa impresso. A segunda opção considero a melhor, pois o aplicativo fará o papel de um chip de controle e do sistema de apuração. Aproveitem!
Abaixo um vídeo da pista, no formato "tempo real":
Fechamos o ano de 2021 com mais de 40 lives. E a temporada de 2022 já começou.
Em 2021, ainda sob impacto da pandemia da Covid19, ainda assim conseguimos acompanhar a realização de vários eventos. Tivemos, enfim, o CamBOr 2021, a Copa Sul, e alguns eventos locais. Vários estados se mobilizaram para proporcionar ao menos um torneio de orientação. E tivemos, enfim, o uso do MapRun6 em uma prova na cidade de João Pessoa, na Paraíba. Quem fez as honras deste evento foi o casal Estrela e Suênia, do clube Corele.
Ainda com relação ao CamBOr 2021, fizemos a doação de R$93,79 ao Calangos do Sertão. Este foi o valor decorrente das compras que vocês realizaram na Decathlon, utilizando os links que compartilhamos nas nossas lives do YouTube. O Calangos do Sertão fez uma campanha de arrecadação financeira para custear a ida de alguns de seus atletas ao campeonato brasileiro.
Agora em 2022 já foi inaugurada a primeira Pista Permanente de Orientação em Salvador, Bahia. Também utilizando o MapRun6. O clube Carcará Expedições e Aventura é o responsável. E logo no início de fevereiro teremos o II City Race de João Pessoa. Seguindo o sucesso da primeira edição realizada em 2021, tendo o MapRun6 como sistema de apuração e registros.
Infelizmente, o POM (Portugal O-Meeting) foi cancelado. Isso reforça a importância de levarmos a sério os reflexos da atual pandemia. Este evento é considerado como um dos melhores do mundo, além de ser a abertura oficial da Orientação Pedestre mundial. Esperamos que em 2023 tenhamos, enfim, uma grande festa nas terras portuguesas.
Aos poucos, o mapa de competições de orientação no Brasil vai se desenhando.
Já as provas de corridas de trilha, corrida de aventura e treking estão com seus calendários bem robustos. Em Brasília, por exemplo, teremos em março a volta do Circuito Ecocross. Ocorrerá no Morro da Capelinha. E em Campos do Jordão foi divulgado o boletim do Rocky Mountain Games 2022.
Não custa lembrar que todas essas provas nacionais dependem do aval das autoridades sanitárias.
Quem estiver em Brasília pode aproveitar o aplicativo MapRun6 e realizar um percurso de corrida de Orientação no Parque de Águas Claras. O parque está a 25 minutos da capital, na cidade satélite de Águas Claras. Inclusive com acesso via transporte coletivo (metrô ou ônibus).
Você pode realizar o percurso utilizando somente o seu telefone celular ou imprimir o mapa em formato .pdf, que está disponível clicando aqui.
E para saber mais sobre o aplicativo, tem post aqui no blog e uma live muito interessante sobre o primeiro uso em evento oficial do MapRun aqui no Brasil.
É com enorme alegria que trago uma ótima notícia: agora temos o status de administrador da pasta "Brazil" no aplicativo de celular MapRun6.
Isso significa que podemos explorar todas as funcionalidades do aplicativo. Se você ainda não o conhece, vou explicar direitinho como utilizá-lo. Se já o conhece, saiba que esta versão 6 possui novidades.
O que é o MapRun6: é um aplicativo especificamente desenvolvido pelos australianos para os orientistas. Basicamente ele recebe um mapa georeferenciado e um percurso com as coordenadas geográficas. O aplicativo compara a exata posição do aparelho celular com as coordenadas de cada ponto do percurso. Se for um percurso em linha (ordem exata de cada ponto a ser percorrido), ele vai verificar se o aparelho celular passou por cada um dos pontos na ordem correta. Se for um percurso fazenda ou rogaine, aplicam-se as regras específicas de cada um desses modelos de pontuação.
Você pode utilizar o MapRun6 individualmente. Ou seja, pode fotografar e georeferenciar um mapa seu, ou simplesmente colocar uns pontos na imagem de satélite da área na qual você quer praticar a orientação. Entretanto, os resultados ficarão disponíveis somente para você, no seu aparelho.
Mas se você acessar um dos percursos que estão disponíveis diretamente no aplicativo, você poderá verificar seus resultados e comparar com os de outras pessoas que fizerem aquele mesmo percurso. Daí pode ser uma pista permanente de corrida de orientação (PPO) ou uma competição simples. Fizemos uma live específica para apresentar como foi o primeiro uso do MapRun6 em competições aqui no Brasil. O link está aqui embaixo e vale muito a pena assistir ao vídeo.
Bom, então, se você se interessou, o primeiro passo é entrar na loja de aplicativos do seu aparelho celular e baixar o aplicativo MapRun6. Ele é gratuito e os links estão aqui na página oficial do aplicativo.
Agora que você instalou o aplicativo, autorize ele a acessar sua localização e a emitir as notificações. Preencha seus dados corretamente. Seu nome, por exemplo, será exibido nos resultados das pistas que você participar. Portanto, se for em competição, é importante que seja o mesmo da sua inscrição.
Agora você tem uma opção bem interessante que é o botão QuickStart. Ele surge na tela após você clicar no círculo verde com 3 linhas. Esta opção te permite criar um próprio percurso. Também há a opção de criar um mapa kmz com base no georeferenciamento por 3 pontos.
Mas a melhor parte é você clicar no botão de selecionar eventos e buscar algum disponível. De início já temos mapas em João Pessoa - PB e em Brasília - DF. Outros estados já demonstraram interesse e vão disponibilizar percursos muito em breve.
Após selecionar o percurso que for mais conveniente, basta clicar no botão Go to Start. Observe que o aplicativo vai abrir o mapa (caso não tenha restrições) e informar a condição do sinal de GPS.
E para iniciar seu percurso basta você seguir até o triângulo de partida. A partir daí começa a contagem de tempo e o MapRun6 vai registrar sua passagem em cada um dos pontos do mapa. Ao passar pelo duplo círculo será finalizado seu percurso e o aplicativo vai fazer a transmissão do seu tempo para o sistema.
Bom, basicamente é isso. Há muito mais recursos que podemos explorar com o MapRun6. Por exemplo, lá nos resultados do City Race João Pessoa é possível acessar o Rout Gadget e ver as rotas de todos os competidores. Também há um link específico para o SplitsBrowser. Dê uma olhada e veja como são interessantíssimas essas possibilidades!
Falando em possibilidades, o aplicativo pode muito bem ser utilizado como sistema de cronometragem e rastreamento em corridas de aventura, corridas de rua, MTBO etc.
Na live cujo link está no início deste post, temos um debate interessante sobre os principais benefícios e algumas dificuldades no uso do MapRun6. De muito positivo: não há a necessidade de se colocar os prismas no local de prática; há uma exigência mais apurada para o orientista, já que ele tem que chegar no objeto sem aquela facilidade que é ter um prisma no seu campo visual; não há necessidade de gastos com sistemas de apuração, já que o sistema de cronometragem já está embutido no aplicativo; você tem o seu resultado em tempo real e ainda pode comparar com outros que fizeram o mesmo percurso; dá para criar uma disputa parecida com aquelas do Strava, já que se o percurso for liberado, tipo Pista Permanente, você pode tentar superar algum orientista, ou ser superado; por falar em Strava, o MapRun6 tem integração com este outro aplicativo. E quanto aos aspectos que entendo carecerem de mitigações temos: para aproveitar o MapRun6 é obrigatório o uso de um aparelho celular ou relógio Garmin compatível; carregar um aparelho contigo pode exigir uma cinta, ou braçadeira ou algum outro acessório; em caso de chuva ou muito suor, pode haver algum dano ao aparelho; a localização via satélite dos celulares, embora já bastante confiável, pode ser menos precisa em alguns aparelhos.
Portanto, é importante avaliarem o uso do MapRun6 em competições oficiais de maior escala. Tenho comentado com outras pessoas que ele não veio para substituir os sistemas tradicionais de apuração. Mas sua chegada torna o ambiente de orientação mais transparente, democrático e divertido.
Informes mais técnicos podem ser esclarecidos nos foruns disponíveis no site do aplicativo ou diretamente comigo. O objetivo é que tenhamos muitas pistas treino espalhadas por todo país, com acesso livre a todos os orientistas. Além disso, tenho certeza que teremos muitos eventos utilizando este novo modo de curtir a corrida de Orientação.
Um detalhe importante: os desenvolvedores do aplicativo deixaram claro que existem custos para a manutenção do sistema. Então, caso você tenha interesse em ajudar financeiramente, entre na página do MapRun6 e faça uma doação. Eles aceitam cartões de crédito e paypal.
Já se você quiser explorar os recursos e criar seus próprios treinos, por exemplo, clique aqui para mais informações. Esta página é especificamente destinada aos novos usuários do app. Você pode criar atividades de orientação no seu bairro, num parque da sua cidade, numa escola etc.
Se você já utilizou o MapRun6, conta aqui nos comentários o que achou da experiência.
Ah, gostaria de deixar aqui registrados meus agradecimentos aos desenvolvedores do MapRun6, que sempre estão prontos para nos auxiliar, aos amigos que se dispuseram a testar o aplicativo, e a todos os orientistas que estiveram envolvidos no I City Race João Pessoa, realizado no dia 24/10/21. Não só o City Race, mas todas as pessoas que organizaram e participaram entraram definitivamente para a história da Orientação.
Faz um bom tempo não havia postagem nova aqui no blog.
Em parte, por todos os efeitos da pandemia. Outro motivo foi a crescente amplitude do nosso canal no youtube. As lives tomam bastante tempo no planejamento e execução. Mas escrever é um habito saudável e que não pode ficar de lado. Então, aqui estamos de volta.
Acabei relendo algumas postagens do ano passado e uma delas me chamou mais atenção: quando citei que nosso planeta já tinha mais de 250 mil mortos em função da Covid19. Eu não imaginava que teríamos, só no Brasil, mais de meio milhão de óbitos poucos meses após.
Muita coisa aconteceu neste período. Na minha vida pessoal, na sua e na de tantos outros que você conhece. E estamos aqui. Nos esforçando para aceitar com eufemismo o ditado "vida que segue".
Então, gostaria de agradecer a cada um que costuma passar aqui. E dizer que vou traduzir em palavras o máximo de informações que puder sobre nosso esporte.
Mapa decodificado, azimute traçado! Que nossas próximas rotas sejam bem melhores que as de antes.
Durante a pandemia da Covid19 várias modalidades desportivas tiveram que promover adaptações em seus cenários para proporcionar aos seus praticantes alguma forma de manutenção das partes física e mental em estado adequado.
Diretamente falando da corrida de Orientação, ao redor do mundo foram criadas várias competições com o objetivo de avaliar a capacidade técnica dos orientistas por meio de testes de raciocínio. A maior parte envolvendo a leitura de mapas, identificação de características no terreno e simbologia. Provas virtuais de TrailO (no Brasil adotamos a nomenclatura Pre-O - Orientação de Precisão) foram uma das melhores oportunidades de manter e aprimorar a técnica necessária ao esporte.
A maior competição foi o Lockdown Orienteering, que movimentou grandes nomes do esporte, inclusive lendas e campeões da atualidade na Europa. Outro torneio muito disputado e acompanhado por vários orientistas foi a TORUS. Ambas competições também provocaram a IOF a pensar em formas de lidar com a Orientação Virtual após a pandemia. O termo e-Orienteering já está presente nas discussões da IOF sobre o futuro do esporte.
Aqui no Brasil tivemos a realização de dois grandes eventos chancelados pela CBO (e que foram acompanhados de perto pela IOF): o CamBOr Virtual e o SAOC Virtual. Também foram organizados o CamBOS Virtual e provas específicas organizadas por entidades ligadas às Federações e Clubes. Duas delas foram a UFRJ e o Azimute Norte (CEFET-MG).
O CamBOr foi realizado em 5 etapas e teve público médio de 450 participantes por etapa. Já o SAOC contou com pouco mais de 280 participantes. Todas essas provas tinham orientistas estrangeiros competindo conosco. Os resultados e os desafios propostos estão todos disponíveis no sítio eletrônico da CBO.
Acredito que este 2020 está realmente sendo uma pausa interessante em termos de aquisição de conhecimentos e melhoria técnica para nossa modalidade. Também conseguimos ganhar novos adeptos, pois a atividade intelectual da Orientação é tão chamativa quanto o tabuleiro de xadrez.
Outro aspecto interessante foi o desenvolvimento ou a melhora significativa nos aplicativos de corrida de Orientação e no uso dos jogos Catching Features e Virtual-O.
A expectativa agora é para colocarmos em prática tudo o que foi absorvido nessas competições, assim que tivermos condições sanitárias adequadas. Em alguns estados e municípios isso já é possível. Cabe apenas a ressalva de que, infelizmente, alguns países estão enfrentando segundas ondas de contaminação pelo SARS-Cov-2.
Ah, até o momento já realizamos 53 Lives dos Orientistas. Um projeto que começou sem pretensões no início da pandemia, mas que se tornou um exemplo bem bacana de como ajudar a manter a orientação viva em cada um de nós. Aproveite e passe lá no canal www.youtube.com/orientistaemrota . Tem muita coisa bacana em cada uma das lives. Desde resenhas das provas, entrevistas com atletas de alto nível até cerimônias de abertura e premiação dos torneios.
Boas rotas \o/
Seja inteligente! Pratique a corrida de Orientação.
Orientação é fácil de
implantar se você estiver preparado (Andersson, Goran - 2015)[i]. O como ensinar é muito
diverso e a maneira como as crianças aprendem também é (os pedagogos estudam
isso). A disponibilidade de material também é um fator importante nesse trabalho.
Essas são algumas razões que tornam mais desafiador o ensino não só no ambiente
escolar, mas também nos clubes.
Muitas vezes queremos
ensinar Orientação como aprendemos, utilizando os mesmos métodos e materiais.
Assim não vai rolar, é preciso criatividade. Ler, assistir, pensar todos os
dias e buscar novos materiais não importando a língua, até que você consiga
fazer o seu portfólio. E este portifólio deve ser adaptável de tal forma que
possa servir para a turma de hoje e para as próximas turmas, com novas crianças
e suas respectivas cargas físicas, intelectuais, psíquicas, sociais etc.
Crianças gostam de
desafio, mas de brincar também. Por isso, a importância do lúdico nas atividades.
Outra coisa importante que tenho visto mundo a fora, são os professores ou
instrutores ou técnicos serem catalizadores do conhecimento. Ou seja, deixam as
crianças fazerem/criarem as atividades que vão realizar a partir de uma
proposta clara de trabalho e com uma sequência didática com nível adequado a
sua idade, experiência e objetivo da atividade, proposta pelo professor. Elas
interagem com o material, leem, interpretam, manipulam, criam, confeccionam,
realizam e trocam experiências com os colegas. Tudo isso continuamente sendo
consolidado com o feedback do mestre. O trabalho consiste, em repetir, repetir,
repetir e ir desenhando, copiando, colando, e colocando nas mãos das crianças
material cada vez mais elaborado até chegar ao nível IOF.
O ensino da Orientação também
torna necessário que estimule a surgir lideres, referências, ou seja, fomente o
protagonismo. Talvez você pense que seja muito mas, na França, as crianças no
ambiente escolar nível médio já são estimuladas a se formarem técnicos,
árbitros. No Reino Unido, as crianças desenham seus próprios mapas, planejam os
percursos, desenham os símbolos, talvez estejam criando futuros mapeadores. O
Equador, com o programa MENTEAVENTURA, para mim, tem um dos melhores trabalhos
de iniciação à Orientação.
Então, neste momento de
eventos virtuais, é preciso não frustrar as crianças. Cabe ao responsável por
elas, após essas quatro etapas do e-CamBOr Virtual, reviver exercício por
exercício e apresentar um diagnóstico verdadeiro, deixando claro o que é que
eles já deviam saber e o que é que fugiu ao nível atual. Também que encarem
como uma atividade de sala de aula em que o professor (a) passou uma matéria e
na prova caiu um pouco mais.
Inclusive é importante
deixar claro para os iniciantes que uma exigência maior em determinados
momentos não invalida nada do que foi feito até então. E que desafios cada vez mais
complexos vão acompanha-los durante toda a vida, aonde quer que estejam. Por
isso, cada criança deve entender que é preciso fazer a diferença.
Fica ainda o ensinamento
que vem de nossos ancestrais: “É PRECISO SE SUPERAR. A VIDA É CHEIA DE DESAFIOS
E NÃO ESTAREMOS LIVRES DELES PELO RESTO DE NOSSAS VIDAS. ISSO É SÓ O COMEÇO".
[i]
Livrete: Legal, Incrível e Educativo, Estocolmo, 20 janeiro 2015. Traduzido
para o português pela CBO.
Ao ler sobre as medidas que várias modalidades desportivas estão tentando implementar para mitigar o risco de contaminação não só para os atletas como para os expectadores e a comunidade envolvida, acabei refletindo sobre a grande oportunidade que temos nas mãos.
Se você se incomodou com esse primeiro parágrafo, não se preocupe. Essa era uma das intenções. Mas não apenas provocar. Vou apresentar algumas informações para que criem o seu referencial e, por conseguinte, as contribuições para utilizar na própria modalidade.
Nos esportes de arena (futebol, vôlei, basquete, MMA, tênis etc.) todos os protocolos que estão sendo criados buscam mitigar a possibilidade de contágio por meio de uma série de testes para os atletas e a realização dos eventos sem público. Exemplos que deram certo, e que deram errado, não faltam. Já houve contaminação em massa envolvendo um torneio de tênis promovido por Novak Djokovic; já houve partida de futebol cancelada minutos antes devido aos resultados de testes de laboratório; já vimos que não é possível realizar uma corrida de rua nas atuais circunstâncias.
Praticamente todas as modalidades desportivas tiveram os eventos de seus calendários 2020 cancelados ou adiados.
Nos esportes outdoor (corridas de rua, de aventura, skate, mtb etc.) as propostas de protocolos acabam sendo mais complicadas quando comparadas com os eventos que são realizados em espaços controlados (quadras, estádios, arenas, piscinas etc.). Apesar de serem atividades ao ar livre, em sua grande maioria, justamente o livre acesso e a falta de controle total do que é proposto acaba tornando mais difícil garantir que os participantes não serão contaminados.
Mas vamos falar mais especificamente da corrida de Orientação, remetendo à oportunidade citada no primeiro parágrafo.
Como todos sabem, a corrida de Orientação, generalizando, é uma modalidade realizada ao ar livre (não vamos tratar aqui do indoor-orienteering) e cujos competidores possuem horários de partida em pequenos blocos. Essa breve definição já nos permite inferir duas vantagens em relação a várias outras modalidades desportivas: realização em áreas abertas e largadas com fluxo que pode ser definido.
Alguns aspectos ainda precisam ser mitigados quando tratamos das possibilidades de contágio durante nossas atividades, sejam treinos ou competições: o fluxo de pessoas nas arenas, o contato entre atletas nos pontos de controle (prismas) e o comportamento dos próprios atletas no pós-prova (reuniões, debates sobre mapas etc).
Algumas atividades e experiências no âmbito da corrida de Orientação já apresentam soluções para lidar com os riscos de contaminação. Dentre elas, o uso de EPI para a equipe organizadora do evento; a eliminação de pontos de concentração pré e pós-prova; maior intervalo entre as partidas; menor número de atletas por bateria de largada; fim dos espaços destinados a alimentação, apuração, banheiros e fotos; ausência de premiação.
Importante analisarmos tecnicamente todas as ações propostas em em andamento que visam o retorno das atividades externas da corrida de Orientação.
Faz algum tempo, versei aqui sobre a gestão de riscos na modalidade. Inclusive apresentei uma tabela a qual foi copiada e é utilizada até hoje por muitos organizadores. Bom, a gestão de riscos possui alguns princípios os quais vou resumir na sequência abaixo:
identificar os perigos;
realizar uma análise das consequências advindas dos perigos, em termos de probabilidade e severidade;
atuar frente aos riscos isolando, eliminando ou mitigando as causas;
avaliar se as medidas adotadas foram eficazes e retroalimentar o sistema.
Transpondo essa lógica de ações na corrida de Orientação considerando o cenário atual de pandemia e os números elevados de contaminação e óbito em nosso país, podemos considerar o seguinte:
Perigos:
presença de atletas contaminados no local de treino/prova;
bases de controle;
banheiros químicos;
áreas de concentração;
ausência do uso de epi (máscaras);
reuniões pós-atividade no local de treino/prova;
uso de SiCard ou cartões de picote;
Riscos:
atletas contraem a Covid19 no local de treino/prova;
atletas portadores sofrem complicações durante o treino/prova;
Ações frente aos riscos:
eliminar os pontos de concentração;
uso do SIAC ou outro meio sem contato;
aumento do intervalo entre partidas;
uso obrigatório de máscaras na arena;
EPI para toda equipe de organização;
ampliar áreas de estacionamento;
envio de informes de conscientização sobre a Covid19;
diminuição do número de treinandos/competidores por pontos de controle (gestão dos percursos);
incentivar o uso de SIAC ou outros equipamentos sem toque;
envio de resultados via web;
realização de eventos remotos pré e pós atividades (lives, videoconferências etc.).
Para concluir, é imprescindível que os organizadores desses eventos respeitem as regras locais definidas pelas autoridades sanitárias.
Voltando, então, à afirmação de que a pandemia é uma grande oportunidade para nosso esporte, lembro a vocês que os demais tipos de corrida, cuja partida é em massa, dificilmente poderão adotar os mesmos protocolos.
É aí que vejo que podemos conquistar os corredores de rua, de trilha, de montanha, os ciclistas de asfalto, de MTB, os corredores de aventura e todos aqueles esportistas que não querem ficar parados ou que estão ampliando os horizontes para novos desafios.
Precisamos criar meios de divulgar nosso esporte e o quão ele pode ser seguro mesmo em um período tão complicado. Claro que é fundamental que essas medidas sejam debatidas e criticadas, na busca de eficiência e eficácia.
E por falar em meios de divulgação, desde o último post já foram realizadas mais de 35 lives tratando do nosso esporte. Tem desde análises de rotas até lives de premiação das etapas do CamBOr Virtual. Se você ainda não assistiu, passe lá em nosso canal no YouTube e aproveite.
Se puder, deixe um comentário. Gostaria de saber sua opinião sobre o assunto ou se você está participando de alguma atividade externa de orientação durante a pandemia.
Seja inteligente! Pratique a corrida de Orientação.
Está disponível no canal Orientista em Rota, no youtube, a primeira de uma série de lives que pretendo realizar tratando de assuntos capazes de aprimorar nossos conhecimentos sobre o esporte.
Nesta primeira live, conversei com os amigos Roberto Alves e Gilson de Faria sobre eventos internacionais de orientação. Passem lá, assistam e comentem o que acharam. Deixem suas impressões sobre o formato da conversa e sugestões de próximos assuntos.
Ah, se puderem, peço que se inscrevam lá no canal. Vocês serão avisados sempre que houver um vídeo novo e, assim que atingir 1000 inscritos, terei condições de fazer lives ao vivo.
Na mesma plataforma visitem o canal Orientista em Foco, do Júnior Dias, que também está com um projeto muito bacana de lives ao vivo. Hoje ele conversou com atletas sobre a mudança de categorias. Foi um bate papo de ótimo nível técnico.
Os projetos de lives são mais uma forma de aliviar a ausência de atividades de orientação ao ar livre durante este período de pandemia.
Seja inteligente! Pratique a corrida de orientação.
Boas rotas \o/
Faz pouco mais de um mês apresentei aqui no blog uma preocupação quanto aos rumos das nossas atividades esportivas durante a pandemia. Na época, o mundo contava com 185 mil casos confirmados e 7500 mortes decorrentes da Covid19. Hoje (04/05/2020) o mundo tem 3,5 milhões de casos confirmados e quase 250 mil óbitos por conta da doença. Nosso país já ultrapassou 100 mil casos e 7 mil óbitos. Mesmo com esses números, sei que temos em nosso meio uma quantidade significativa de pessoas que, por diversas razões, não acredita no que aparenta ser uma situação gravíssima.
Entretanto, independente da forma de pensar de cada um, todos nós já estamos, de alguma maneira, impactados pelas pandemia. O esporte em geral foi praticamente interrompido. Todas as competições que envolvem corrida (de aventura, de orientação, de montanha, de rua...) não resistiram às decisões maiores que levaram em conta, inclusive, o enorme impacto financeiro. NBA, Olimpíadas 2020, F1, campeonatos de futebol, maratonas internacionais... são eventos esportivos que movimentam muito em recursos financeiros, mas não resistiram ao apelo mundial.
Especificamente sobre o calendário de corridas de orientação, em termos gerais o que nos resta são as atividades online disponibilizadas por algumas entidades da Europa. Como exemplo posso citar o Lockdown Orienteering, realizado pela Federação Britânica de Orientação. Este evento, na primeira edição, que ocorreu durante a páscoa, reuniu mais de 500 competidores, de 20 países. Personalidades como Thierry Gueorgiou e Simone Niggli estão entre os participantes. Não apenas competições virtuais, mas várias atividades em forma de quebra-cabeças, jogos de sete erros, leitura de mapas e cartões de descrição têm funcionado para ocupar o tempo e a mente de nossos praticantes.
Aqui no Brasil percebe-se a realização de algumas "lives" por clubes e federações. Recentemente participei de uma realizada pelo Caatinga Trekkers. Particularmente, tenho utilizado as redes sociais e os aplicativos de comunicação instantânea (como o WhatsApp) para replicar algumas dessas atividades que encontramos nos sites dos clubes e entidades europeias. No perfil orientistaemrota do Facebook vez ou outra tem um desafio. No whatsapp (grupo Orientação Brasil) tanto eu quanto o professor Roberto (COTi) temos compartilhado esses desafios. E muita gente se animou e está compartilhando atividades também lá. No youtube temos curso de OCAD disponibilizado pelo Isaac Miranda e o canal Orientista em Foco, do Júnior Dias. Estou pensando em como disponibilizar mais conteúdo nessa mesma plataforma para contribuir com a comunidade. De toda forma, no canal Orientista em Rota tem várias análises de rota disponíveis. Fico grato se puderem sugerir assuntos aqui nos comentários desse post e também se passarem lá no meu canal e se inscreverem (agora o youtube exige ao menos mil inscritos para que seja possível realizar lives).
Quanto ao calendário nacional e internacional de eventos de Orientação, praticamente todas as atividades programadas até o mês de julho foram canceladas. Aqui no Brasil o Campeonato Sulamericano foi adiado para 2022 e algumas federações e clubes estão avaliando diariamente a possibilidade de realização de eventos.
Muitos de nós acredita que há um certo exagero em não termos a realização do CamBOr e do CSO ainda em 2020. Quanto a isso, acredito que foi uma decisão difícil a ser tomada pelo Conselho da CBO, mas muito acertada. As ponderações levaram em conta, inclusive, a capacidade logística para que os competidores pudessem chegar às cidades sede.
Enquanto não temos um panorama mais favorável, vamos cuidar da parte física e mental, atentando para as orientações dos órgãos de saúde. Se cada um fizer a sua parte, muito em breve estaremos competindo em ambiente real.
Boas rotas \o/
Seja inteligente! Pratique a corrida de Orientação.
Desde dezembro, de algum modo, estávamos cientes da existência
de uma nova variação de coronavírus. O epicentro da propagação era a China,
país que adotou várias medidas para mitigar os danos provocados pela epidemia. Alguns
países vizinhos se isolaram e, assim, conseguiram impedir um avanço
descontrolado. Entretanto, num mundo sem fronteiras, a Itália se tornou um
ícone. E agora, depois de 3 meses, nosso país começa a sentir os reflexos do
que já se chama pandemia. Para variar, somente depois do carnaval acenderam a
luz de alerta. Sei que muitos ainda duvidam do potencial negativo do contágio
em massa. Muitos estão com esperança de que nosso país não será atingido, ou
que lidará com sucesso contra a doença. Muitos acreditam que é tudo uma teoria
da conspiração. Outros estão em pânico, inclusive desabastecendo o mercado de
produtos para proteção. Talvez, quiçá, se esquecendo que os vizinhos também
precisam de álcool gel e outros itens protetivos.
Agora parece que a ficha está caindo. O jogo de futebol que
não será transmitido, aquela corrida de rua que foi adiada, os filhos que foram
liberados da escola, as ruas com trânsito tranquilo... a tia do primo do
vizinho que conhece fulano que está infectado...
É bem assim mesmo. O que chamavam de falso alarmismo era, na
verdade, uma falta de atitude em prevenir algo que estava batendo à nossa
porta.
Temos um calendário ativo de atividades de corridas de
orientação. E há uma aparente nuvem encobrindo qualquer fala que sugira o
adiamento de provas ou a solicitação de um posicionamento das autoridades
competentes. Nesse cenário, por exemplo, ocorreu a Copa Sul. No próximo final
de semana temos eventos programados em alguns estados. Qual a situação deles? Até
agora, um evento que ocorreria em Goiânia-GO, foi cancelado. Também a Federação de Pernambuco confirmou suspensão das atividades. Aplaudo a
atitude, pois estão seguindo a recomendação das autoridades locais.
E o CamBOr? Sobre este, não posso falar. Apenas imaginar que
já estão com um plano B e um plano C bem desenhados. Que estão cientes sobre as
restrições a grandes aglomerações. Que previram a possibilidade de que os
competidores nem tenham condição de chegar por via aérea devido ao encolhimento
da malha. Que quanto mais tarde houver definição, em caso de adiamento, maior
prejuízo financeiro terão os inscritos. Conheço alguns dos responsáveis pelo
evento e nesses poucos eu confio. Entendo a dimensão do que pode ser um
problema, e creio na capacidade deles em tratar o caso com a seriedade merecida.
Talvez a CBO e seus federados estejam com o receio de causar
pânico, ou que medidas restritivas firam a imagem da entidade. Mera especulação
de minha parte. Mas se for esse o receio, podem ficar tranquilos. Grande parte
já está contando com essa possibilidade. E os que pensam contrário vão
agradecer daqui há algumas semanas.
Quanto às corridas de rua e corridas em trilha, essas já
vinham sendo canceladas. Agora é um momento de unirmos forças em benefício da
coletividade.
Sugiro aos colegas que fiquem atentos aos informes das companhias
aéreas e rede hoteleira caso sejam impactados pelas decisões que virão. Quanto antes
se informarem, melhores serão as decisões. Lembrando sempre que buscar a fonte
é a melhor maneira de evitar notícias falsas.
Que tenhamos capacidade para lidar com essa adversidade.
Seja inteligente! Pratique a corrida de orientação.