Ontem foi a final da parte de Sprint do WMOC 2018. Dessa vez, no centro de Copenhagen.
Como era de se esperar, os orientistas que disputaram as respectivas finais A simplesmente voaram nas ruas e construções antigas da cidade. O palco foi a região do Castelo de Christiansborg, com algumas peculiaridades envolvendo o tráfego e regra pré-definida para a travessia de uma ponte (em categorias específicas).
Dentre os brasileiros, destaque para o competidor Paulo Araki, debutante em provas europeias, que fez sua pista em pouco mais de 16 minutos, terminando na 22 posição.
Valeu muito a participação na Final B do Sprint, mesmo considerando que os percursos foram cerca de 30% menores e, também, mais simples que os percursos das finais A. Clique aqui para acessar os mapas.
É importante ressaltar, entretanto, que a velocidade dos atletas vencedores permaneceu alta. Para se ter uma ideia, o vencedor da H40B precisou de 13´13" para completar o percurso de 2.900m. Na categoria feminina mais veloz, a W35A, a vencedora completou o percurso de 3.300m em 14´19". Na M90A (isso mesmo, competidores de 90 a 94 anos!), o vencedor precisou de apenas 18´31" para percorrer os 1100m do seu percurso. Sugiro que comparem seus tempos médios com os tempos obtidos aqui no WMOC. É um bom parâmetro para criar novas metas de desenvolvimento.
Falando especificamente do meu desempenho, a tática de arriscar tudo caiu por terra já no primeiro ponto. Estava tão próximo da partida que acabei passando direto. Já no ponto 2, um erro na leitura da sinalética me fez perder mais alguns segundos até perceber que o prisma estava um piso abaixo, na entrada de uma garagem. E o terceiro equívoco está na imagem abaixo:
Analisando as parciais, em vários momentos consegui tempos entre os 10 primeiros. Mas como bem disse o orientista José Fernandes (CBO 1000), "o orientista às vezes é como um goleiro de futebol: pode ir bem durante todo o jogo, mas um único erro pode levar à derrota".
Lições aprendidas e anotadas! Amanhã começa a etapa de floresta. Vamos disputar a prova classificatória longa. A organização já informou que o local tem deficiência de cobertura telefônica, mas vou tentar manter vocês informados sobre tudo que estiver acontecendo lá.
Como aperitivo, cliquem aqui para ver a localização da Long Qualify.
Estamos aqui na Dinamarca participando do Campeonato Mundial de Másteres de Orientação. Nossa delegação é pequena, mas com representantes de várias partes do Brasil (Gilson de Faria, Roberto Alves, Antonio C. Silva, Gilson Tomelin, Paulo Araki, Dias Torres e Cezar Rech).
Ontem, dia 07, foi a prova qualificatória do Sprint. No Instagram fizemos alguns pequenos vídeos mostrando o local. No meu entender, foi um campo de provas fácil, bem próximo do que temos ofertado em termos de desafios aí no Brasil. Entretanto, a facilidade aparente é inversamente proporcional ao que precisaríamos fazer para ficar na final A.
Para que tenham uma ideia, na categoria M40, da qual participo, a pista de ontem apresentou 3600m. Percorri essa distância em 23 minutos (embora tenham cometido um equívoco que explicarei mais abaixo). Ocorre que o vencedor precisou de exatos 15 minutos. Um pace abaixo de 5´/km.
Sobre meus problemas nessa prova, cometi o vacilo de pegar a sinalética da categoria errada (W40). Ocorre que as sinaléticas das categorias M35 e M40 estavam junto das sinaléticas femininas. Pura desatenção, claro!
Ao chegar no ponto 1, cujos participantes levaram em média 45 segundos, o número da sinalética não era o mesmo do prisma. Levei quase um minuto para abrir todo o mapa e confirmar que a sinalética não me serviria nessa prova. A partir daí, criei a necessidade de ler o cartão de controles do mapa na saída e na chegada de cada ponto.
Uma outra crítica que faço da minha prova é que respeitei demais o mapa. Somente nos últimos pontos é que desenvolvi boa velocidade. Essa estratégia foi equivocada. Se considerarmos que a final B já era garantida, para classificar eu deveria ter arriscado. Exitar em cada ponto me causou um prejuízo de, pelo menos, 3 segundos em cada um deles. Se considerarmos que eram 25 pontos, a conta extrapola mais de um minuto de perda.
Este post tenta retratar um pouco do que foi a II Etapa do CamBOr 2018, organizada pelo clube COSEC. A cidade sede foi Cristalina-GO. O nome retrata bem algumas das principais características: formações rochosas e as mais de 250 nascentes, riachos e rios da região. Para os competidores e acompanhantes, não faltaram opções de lazer e turismo. Desde banho de cachoeiras até a realização de feiras e serestas locais.
Foram montadas duas arenas para a realização das provas. A arena para o Sprint ficou na 3 Brigada de Infantaria Motorizada e a arena para os percursos tradicionais ficou montada no Balneário Praia das Lages.
Sobre o Sprint, disputado no primeiro dia da competição, e que serviu de palco para a abertura do evento, um dos aspectos mais interessantes foi o ponto de expectador, onde todos puderam torcer e acompanhar mais de perto as disputas. Os tempos dos vencedores ficaram dentro do estipulado e a organização cumpriu com o previsto, sendo realizada a premiação ao final da mesma tarde.
Quanto aos percursos tradicionais, realizados nos dias 2 e 3 da competição, estes tiveram partida e chegada no complexo do Balneário. O local é dotado de boa infraestrutura, inclusive com restaurante. Grande parte dos atletas aproveitou para se refrescar nas cachoeiras e piscinas naturais do local.
Abaixo os mapas da H35A, categoria da qual participo atualmente:
E aqui os mapas com minhas escolhas:
As rotas estão em gradação de cores do azul (pace abaixo de 6'/km) ao vermelho (pace acima de 12'/km).
Notem que já no percurso longo tive um enorme problema na rota do triângulo para o ponto 1. Foram gastos 24 minutos numa rota cujos concorrentes precisaram de menos de 5' para completá-la.
O que planejei: saindo do triângulo, pegar a estrada que leva à travessia do rio, seguir pela pequena trilha sentido leste por alguns metros e azimutar para o ponto.
O que fiz: segui até a travessia do rio conforme planejado. Mas em seguida, percorri uma grande distância beirando o rio. Ao encontrar outros dois competidores (provavelmente de categorias diferentes), acreditei estar na região correta. O primeiro azimute obviamente não foi bem sucedido. Busquei uma referência e o mapa apresentava uma árvore de destaque. Ocorre que eu estava fora do mapa. Encontrei uma outra árvore que se destacava na região e dela azimutei, acreditando estar na referência correta. Mais uma vez não obtive êxito. Voltei para o rio e busquei as curvas da trilha com árvores de destaque. Novo azimute sem sucesso. Só então, depois de vários minutos desperdiçados, decidi corrigir o erro seguindo para o ponto 2, tomando como base que o sentido leste me levaria, em último caso, a encontrar um outro veio dágua. Ao chegar ao ponto 2, enfim fiz o azimute correto e cheguei ao ponto 1.
O que deveria ter feito: após a travessia do rio, conforme planejado inicialmente, seguir em azimute para o ponto, observando a diferença de vegetação. Como segurança para corrigir a rota, atentar para uma vala seca nas imediações do ponto.
Com este erro, terminei o dia amargando um sexto lugar. Menos mal porque meus concorrentes também parecem ter tido dificuldades em suas respectivas rotas.
Já no percurso médio, consegui fazer uma boa prova. Mesmo com um erro de aproximadamente dois minutos na rota 3-4.
O que planejei: sair em azimute para o ponto 4, tendo como check-points a vegetação da área pedregosa, a trilha na primeira metade da rota, a área sem pedras e a valeta próxima ao ponto. Como segurança, a trilha após o ponto.
O que fiz: acabei errando o azimute, muito provavelmente por conta da necessidade constante de desvios na região, que era muito pedregosa e, por isso, oferecia riscos à minha integridade física. Passei mais a nordeste do ponto. Felizmente, como estava fazendo a contagem de passos, percebi o erro e retornei na direção correta da valeta.
O que deveria ter feito: o planejamento estava adequado. Entretanto, maior observação quanto aos desvios na rota era essencial para não tomar um rumo inesperado.
Terminei o segundo dia em primeiro lugar e, no somatório, terceiro lugar. Mais uma vez, colegas da categoria também tiveram suas dificuldades durante a prova.
No geral, a competição foi muito bem organizada. Estão de parabéns todos os voluntários e técnicos. Conseguiram aliar uma ótima competição às riquezas naturais da região. O conjunto da obra proporcionou muita diversão à família orientista.
Ao compartilhar as fotos, não se esqueça dos créditos. E se achar que alguma delas não deve ser publicada, me mande um email para que seja retirada. ;-)
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