sábado, 13 de junho de 2015

II Etapa do CamBOr 2015 - Fotos e avaliação geral

Olá, orientistas.

A II Etapa do CamBOr 2015 foi sediada na Fazenda Piana, cujo proprietário é, também, orientista.
Sr. Piana e toda equipe do evento obtiveram êxito após terem trabalhado duro no propósito de tornar o mais agradável possível a estadia dos orientistas. Também ficou evidente a intenção em transformar esta etapa num marco histórico para a Orientação brasileira.


Defendemos aqui neste blog toda e qualquer ação que demonstre aos orientistas a ideia de que as competições brasileiras devem ser não apenas justas e competitivas mas, além disso, agradáveis nas formas de hospedagem, apresentar atrativos turísticos e opções de alimentação adequadas. Ponto positivo para esta etapa.
A ressalva fica por conta da escolha do local para o revezamento. Considerando as distâncias entre Campo Grande e Sidrolândia para a sede do evento, talvez pudesse ser mais proveitosa para a modalidade, em termos de imagem, se a prova ocorresse na capital do estado. O Parque das Nações Indígenas, um dos maiores parques do mundo em perímetro urbano, com seus 119 hectares, nos pareceu uma excelente área para esta primeira parte da competição.
Quanto ao cumprimento do regulamento do revezamento, mais uma vez houve descontentamento para a maioria. Em nossa opinião, prevaleceu a intransigência, a conivência de alguns competidores, a visão míope quando da leitura das regras e o já conhecido favorecimento bairrista entranhado na gestão da modalidade. Triste ver que o descrédito está praticamente calando os que ainda têm energia para tentar alavancar a Orientação.
Também no dia do Revezamento houve o Congresso Técnico.  Como de praxe, um espaço que não tem atingido os propósitos para os quais foi criado (ou para os quais deveria existir).

Numa análise geral, ambos percursos Médio e Longo exigiram bastante da técnica e da capacidade física dos orientistas. Chamou atenção na prova Longa que algumas categorias apresentaram tempo do vencedor acima do estimado pelas Regras 84 a 86 do RGOP. Isto demonstra a necessidade de que os organizadores promovam estudos e adotem novas formas de planejamento para os futuros eventos. Também foram percebidos vários atletas completando seus percursos em tempo superior a 120 minutos. Para quem não conhece as Regras Gerais da Orientação Pedestre, clique aqui e acesse o documento.


No percurso Médio, outro desafio que exigiu bastante atenção foram os conjuntos de três ou quatro pontos num raio de curta distância em algumas categorias A e E.

Veja se você foi flagrado em nosso álbum de fotos, clique aqui.
Veja, também, o álbum de fotos OrientaçãoEsporte, da nossa colega e fotógrafa Odete.

Boas rotas \o/
orientistaemrota


sábado, 6 de junho de 2015

II Etapa do CamBOr 2015 - Revezamento por trios

Olá, estimados orientistas.

A prova de revezamento foi bem executada. Horários cumpridos, arena com estrutura adequada e o bom e velho clima de congraçamento entre os presentes. Também um certo desapontamento por conta do regulamento e das várias interpretações que, em parte, sobrepujaram aqueles que buscaram formar trios dentro de seus clubes ou de suas Federações.
Encerrando o assunto sobre as regras do revezamento, em conversa com um orientista este apresentou um ponto de vista interessante (embora questionável). No entender de alguns, diz este colega que a Orientação tem como mote ser o "desporto da família". Portanto, não se deve entender o artigo 7º como restritivo.
Isto posto, entendem alguns dirigentes/árbitros/orientistas, segundo este colega, que pode haver qualquer formação de trio. A regra, teoricamente, será aplicada somente ao final do campeonato de Revezamento, quando estes trios não farão jus à premiação final. Ainda, argumentam sobre a preposição "de" na oração "equipes de federação". Entendem que se a oração fosse "equipes da federação", aí sim a regra seria restritiva.
Pessoalmente, julgo uma avaliação de extremo mal gosto e de pouca preocupação com o conjunto de orientistas. Mas é um ponto de vista. Respeito.
Sugiro aos donos deste ponto de vista (equivocado, salvo melhor juízo), apenas, que leiam o parágrafo 3º do artigo 11º:
Parágrafo 3º - A federação poderá compor equipes com os atletas de clubes diversos a ela filiados que não constituíram equipes e, esta equipe contará pontos somente para a federação que representa. (grifo meu)
Reforço que o regulamento opta claramente por restringir a formação dos trios. Não fosse essa intenção, não existiria o art. 7º, tampouco as demais referências à formação das equipes e às formas de pontuação e premiação.
Uma pena, também, a tentativa de impedir as manifestações formais dos (muitos) que não concordam com a leitura equivocada da regra. Felizmente, nem todos estão amordaçados pela patente.
E como diriam os doutos: É o parecer.

Abaixo o mapa com rota de um dos percursos do Revezamento Master A Misto. Por ser uma prova rápida, e devido à execução esperada do atleta, não serão realizados comentários sobre as escolhas (tempo total: 14'31").

Boas rotas \o/
orientistaemrota

sexta-feira, 5 de junho de 2015

II Etapa do CamBOr 2015: nova afronta às regras?

Olá, estimados orientistas.

Começa hoje, dia 05 de junho de 2015, mais uma etapa do Campeonato Brasileiro de Orientação, a II Etapa do CamBOr.
O evento tem sede na cidade de Sidrolândia, nas proximidades de Campo Grande, a capital do Mato Grosso do Sul. A maior parte dos atletas estará hospedada na Fazenda Piana, cujo proprietário é, também, orientista. O local vai sediar os percursos Longo e Médio.


Quanto ao evento em si, nos agradou a disponibilização prévia dos horários de partida do percurso longo. Lembramos que a divulgação prévia é obrigação comum a todos os organizadores de etapas do CamBOr.
No entanto, percebemos novamente uma manobra que afronta o Art. 7º do Regulamento do Revezamento. Dessa vez, competidores de diferentes Federações se inscreveram com equipes denominadas Brasil 1 a 4. Na primeira etapa, divergiram do regulamento os trios identificados como CBO seguido do respectivo número.
Pelo que diz o regulamento, estes trios não podem disputar a premiação com aqueles trios de competidores de mesmo clube ou mesma Federação. Vamos aguardar as próximas horas e verificar como se portarão os competidores, os organizadores e a arbitragem do evento.
São estes os principais responsáveis desta etapa:

  • Árbitro Nacional: Emerson Lopes Amaral
  • Diretor Técnico: Edi Carlos Bernadino
  • Diretor da Prova: Arilson Lima da Silva.
Croqui da arena de revezamento:

Imagem aérea:

O Regulamento do Revezamento está disponível aqui.
Maiores informações e arquivos oficiais estão disponíveis aqui.


Boas rotas \o/
orientistaemrota

segunda-feira, 1 de junho de 2015

Como usar o GPS para analisar seus percursos de Orientação

Olá, orientistas.

Hoje vamos tentar ajudar os colegas que, vez ou outra, me perguntam sobre como faço para incluir as rotas obtidas em GPS nos mapas de orientação. Aproveitando, vamos falar um pouco sobre programas de análise de rotas e o que a tecnologia oferece em termos de equipamentos para gravação de seus percursos. Como o assunto é extenso, vamos dividi-lo em partes. Boa leitura!

PARTE 1 - Programas de Análise e Dispositivos

Os principais programas de análise são o QuickRoute (somente para ambiente Windows) e o QDRoute (ambiente Mac). Basicamente, são programas que sobrepõem os dados de GPS no formato GPX ou TCX num mapa em formato JPEG.
QuickRoute. Fonte: http://www.matstroeng.se/
Como a maioria das organizações das provas aqui no Brasil não disponibilizam os mapas tal qual acontece em outros países, você pode: 1) escanear o mapa ou 2) fotografá-lo com o dispositivo que lhe convier.Já a obtenção da rota em GPS exige um aparelho que grave suas posições, preferencialmente, a cada segundo. Para tanto, você precisa de um GPS data logger. Que pode ser desde um GPS portátil para mapeamento, um aparelho de celular com esta funcionalidade ou um GPS de pulso daqueles utilizados por corredores e que, provavelmente, você já viu ou ouviu falar.
O GPS portátil para mapeamento não é prático para quem está se deslocando em velocidade, por questões óbvias. Além disso, as configurações para gravação da rota e cronometragem não são tão práticas como nos GPS de pulso. Os aparelhos de celular e smartphones carecem de proteção física.
Mas até os GPS de pulso possuem restrições. Uma delas é o preço, que gira em torno dos U$300,00 para modelos mais modernos.
Modelos de GPS de pulso. Fonte: http://www.dcrainmaker.com/
Cada fabricante tem suas especificações e, obviamente, suas vantagens e desvantagens. Preço, tamanho, fator de resistência a água, durabilidade da bateria, formato de gravação das rotas, comunicação com outros aparelhos, resistência a impactos, entre outros, são fatores básicos que devem ser observados por aqueles que desejam adquirir um destes equipamentos.
Vale alertar que a IOF restringe o uso de equipamentos gravadores de rota que possuem visor. Transcrevemos abaixo a regra 21.3 da orientação pedestre:

21.3 During the competition the only navigational aids that competitors may use or carry are the map and control descriptions provided by the organiser, and a compass. 21.4 Competitors may not use or carry telecommunication equipment between entering the pre-start area and reaching the finish in a race, unless the equipment is approved by the organiser. GPS data loggers with no display or audible feedback can be used. The organiser may require competitors to wear a tracking device.

Esta regra, embora clara, é alvo de discussão em vários fóruns de Orientação, pois o uso dos GPS de pulso, na opinião de alguns, não promove auxílios adicionais. Além disso, dizem, pode afetar a popularização da modalidade (aqui uma discussão sobre o assunto no Attackpoint: http://www.attackpoint.org/discussionthread.jsp/message_651965).
I-gotU GT600. Fonte: BHPhoto 
Numa avaliação simplista, os GPS de pulso poderiam, teoricamente, proporcionar vantagem adicional a seus usuários. Especificamente na medição de distâncias. Entretanto, opinião particular, na prática essa vantagem não se confirma, pois tanto a medição de distâncias quanto outras funcionalidades exigem demasiado tempo de observação do aparelho, além da precisão reduzida em se tratando de pequenas distâncias em terreno diverso. Além disso, o bom orientista há de concordar que a contagem de passos, a leitura de carta e terreno e a percepção espaço-temporal são habilidades incompatíveis com os atuais recursos tecnológicos existentes.
Particularmente, quando está explícito no regulamento da prova o cumprimento da regra 21.3, utilizo o GPS Data Logger I-gotU GT600. Compacto, a prova d'água, preciso e com duração de bateria excepcional. Holux, Qstarz, i-Blue e iTrail são exemplos de outras marcas disponíveis no mercado.

Nas outras provas e, principalmente, nos meus treinos, atualmente utilizo um Suunto Ambit2, o qual está sucedendo a contento um Garmim 405cx. Indiscutivelmente, os Garmim são os mais conhecidos e populares. Os maiores inconvenientes são quanto à pouca proteção à água (fator IPX 7) e quanto à resistência a choques, que, em nossa opinião, é de leve a moderada. Também estão na lista os Polar, Timex e, como dito anteriormente, os smartphones.

Quanto aos rastreadores (GPS Trackers), estes já estão em uso em provas internacionais, como o Jukola e o O-ringen. Com eles é possível fazer o acompanhamento do orientista ao vivo. A IOF vem trabalhando para introduzir o esporte na transmissão televisiva. O que é fator considerável para popularização e inclusão da Orientação como modalidade olímpica.
Aqui você pode assistir a um exemplo de transmissão de competição de orientação com rastreamento dos competidores:

E aí? Gostou do assunto?
No próximo post vamos falar mais especificamente sobre os programas QuickRoute e QDRoute.

Boas rotas \o/
orientistaemrota