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terça-feira, 29 de março de 2022

Análise de rotas I Etapa do CODF 2022

 Olá, orientistas e amantes dos esportes outdoor.


Foi dada a partida para o Campeonato de Orientação do Distrito Federal e este post é para avaliarmos minhas escolhas no mapa da categoria H Master A (categoria que disputo atualmente).

Como sempre faço nas análises de rotas, lembro a vocês que minha meta inicial é realizar todo o percurso num pace médio de 7 min/km e percorrer, no máximo, 20% de distância além da distância da linha vermelha.

Nesta prova o mapa da HMA apresentou 5,4km de distância, com 185m de desnível. Portanto, considerando a meta, eu deveria percorrer até 6,5km de distância em pouco mais de 45 minutos. A área era de terreno bem movimentado, com a maior parte em campo limpo e áreas de árvores esparsas. Era possível observar a existência de três grandes elevações, as quais foram inteligentemente abordadas pelo traçador de percursos. Ainda com relação ao mapa, vale ressaltar que o traçador (Alberto Amaral) e o árbitro (Humberto Rizzi) propiciaram uma pista que primou pela navegação, com opções de rotas ponto a ponto e atendendo ao princípio "no green" (evitar colocar o atleta para ´cortar mato´). Foi muito agradável executar este percurso, que exigiu muito da parte física, trouxe excelentes desafios mentais e me fez utilizar praticamente todas as técnicas que aprendemos ao longo do tempo.

Abaixo o mapa com minhas rotas (clique para ampliar):


Rota do triângulo para o ponto 1


O que planejei: sair lentamente pela parte alta da elevação, minimizando o desgaste físico da transposição da elevação, aproveitando as curvas de nível. Nas proximidades do ponto 18, iniciar leitura fina utilizando como ataque o bordo da vegetação.

O que fiz: na saída do triângulo, observei que a vegetação condizia com o mapa, permitindo uma corrida livre. Executei a subida sem avaliar adequadamente a possibilidade de seguir pela direita, aproveitando as curvas de nível. Após passar pelas valas secas, aumentei a velocidade e passei pela cerca próxima ao ponto 18. Dali cheguei ao próximo checkpoint que era o bordo da vegetação próxima à nascente e ataquei o ponto observando o relevo. Na imagem acima observem em vermelho os checkpoints e em rosa as linhas de segurança.

O que deveria ter feito: a opção de iniciar em subida foi calculada tendo em vista a segurança que eu precisava para entrar no mapa. Uma opção poderia ser a alternativa em roxo na imagem acima. Observem que considerei, ainda, a condição física necessária para completar todo o percurso.

Rota do ponto 2 para o ponto 3


O que planejei: sair em azimute com erro proposital para a direita. Atravessar a cerca e seguir em direção ao ponto (esquerda) observando a vegetação e a vala seca. Em rosa está a minha linha de segurança.

O que fiz: segui conforme o planejado.

O que deveria ter feito: uma opção seria utilizar a cerca em ruína pela esquerda e atravessar a vegetação menos densa, utilizando como checkpoint a árvore de destaque. Dali, seguir em azimute até o ponto.

Rota do ponto 7 para o ponto 8

O que planejei: pegar a estrada até notar a diferença de vegetação, contando a distância percorrida, e atacar o ponto.

O que fiz: segui em velocidade pela estrada, mas me perdi na contagem de distância. Daí fui pelo bordo da vegetação chegando até uma parte aonde a cerca era aparente. Observei toda a clareira e percebi que havia passado do ponto. Retornei para vasculhar, sendo que um competidor acabou entregando o ponto. Neste erro, percorri 150m além do necessário. Isto me custou pouco mais de 1 minuto.

O que deveria ter feito: seguir conforme o planejado, acrescentando as duas árvores de destaque como ponto de ataque.

Rota do ponto 13 para o ponto 14

O que planejei: contornar a elevação pelas curvas de nível, contando as valas secas e a distância. Utilizar como ataque a quarta vala seca, que também era a linha de segurança.

O que fiz: segui conforme o planejado, embora não tenha conseguido me manter na mesma curva de nível. Observem que desci muito a partir da terceira vala seca. Ainda, havia mais dois outros atletas da mesma categoria os quais sugeriram que eu já havia passado do ponto. Mantive a concentração e obtive êxito.

O que deveria ter feito: em laranja estão as duas opções. Pegar a trilha indistinta ou, chegando na terceira vala seca, subir contornando a vegetação e utilizar a vegetação mais fechada como ponto de ataque, por cima do ponto 14.

Rota do ponto 18 para o ponto 19

O que planejei: descer a elevação, utilizando a cerca como corrimão. Utilizar como primeiro checkpoint a diferença de vegetação com a cerca e o segundo checkpoint a segunda cerca após a linha d'água. 

O que fiz: segui conforme o planejado, mas percebi que estava distante da cerca e descendo muito rápido. Notei, ainda durante a descida, que teria que subir novamente após os checkpoints. Mas já não seria prudente alterar a estratégia. Após o segundo checkpoint, subi em direção ao ponto 19 tendo a cerca como linha de segurança.

O que deveria ter feito: apesar da vegetação esparsa, utilizar uma das duas opções em roxo seria mais proveitoso. O tempo gasto para subir novamente pode ter refletido em um esforço físico maior, mesmo em comparação com aqueles que optaram por passar próximo aos reservatórios de água.


As demais rotas eu considerei dentro da normalidade. Então, sintam-se à vontade para darem seus pitacos. Basta utilizar o campo de comentários no final deste post.

Aqui o vídeo do meu percurso. Nele vocês têm a oportunidade de vivenciar mais de perto o que foi esta prova. Observem o relevo e a vegetação. Espero que gostem.


E se você quiser contribuir financeiramente para a manutenção do blog e do nosso canal no YouTube, acesse a Decathlon clicando aqui. Uma parte do valor que você gastar será revertida para nossos projetos.


Boas rotas \o/

Seja inteligente! Pratique a corrida de Orientação.


sexta-feira, 4 de março de 2016

Análise de rotas e álbum de fotos - I Etapa Campeonato Goiano de Orientação

Olá, estimados orientistas!

Ano esportivo começando com força total em todo o país. E nós não ficamos de fora. Já participamos da I Etapa do Campeonato Goiano de Orientação, ocorrida na cidade de Cristalina-GO no dia 21 de fevereiro último passado.

O evento foi organizado pelo clube COSEC e, como de praxe, contou com considerável número de competidores do DF. Tudo correu bem, com exceção de uma falha na distribuição dos mapas para a categoria H21E. Equivocadamente alguns competidores fizeram uso de mapas reservas os quais estavam em desacordo com as sinaléticas ou com os prismas dispostos na pista. A arbitragem, ao ser informada, agiu rapidamente minimizando os prejuízos decorrentes dessa falha.
A área escolhida apresentou detalhes que tornaram a competição bastante desafiadora, tanto na parte técnica quanto na parte física, além de proporcionar belas paisagens para os atletas. As amenidades, como hidratação na pista de provas e as frutas e água na linha de chegada atenderam adequadamente a todos os participantes.
Após a competição, houve oferta de almoço e a cerimônia de premiação. Assim como em outros estados, no CamGOr há premiação por etapa.
Fica aqui nosso agradecimento a toda equipe do COSEC pela acolhida. Esperamos participar dos próximos eventos do torneio goiano.
Fizemos algumas dezenas de fotos que estão disponíveis aqui em nosso álbum. Clique aqui.
O resultado final pode ser consultado clicando aqui.

Vamos tratar agora da nossa análise de rota. O mapa abaixo é o da categoria H21E:


Aqui a versão com minhas escolhas:


Para esta análise, utilizei o Quick Route, e você leitor perceberá que vamos utilizar mais algumas ferramentas que o programa oferece. Observem o quadro à direita do mapa, com os tempos parciais, e o gráfico abaixo do mapa, com as velocidades por tempo de prova:


Minha meta continua sendo atingir um pace (tempo em minutos necessário para percorrer 1 km) médio de 7 min/km numa distância de até 20% acima da distância em linha reta descrita no mapa. Como podem ver, este percurso possuía 7,2 km. Então, meu limite seria percorrer no máximo 8,64 km. Considerando, portanto, o pace de 7 min/km, o tempo total de prova seria de 60,5 minutos.
Ocorre que a distância real percorrida foi de 8,87 km, com um pace médio de 8'51 min/km. O tempo total foi de 1h18min. A distância a maior ficou próxima do limite pré estabelecido, mas a velocidade ficou aquém do esperado. O gráfico abaixo demonstra que passei mais de 30 minutos em velocidade extremamente baixa (praticamente caminhando):


As razões para este desempenho veremos a seguir. Lembramos que a metodologia será aquela que temos aplicado nas análises de rotas anteriores. Ou seja, serão apresentados os trechos mais influentes no resultado descrevendo o que planejei, o que fiz e como deveria ter feito.
Uma peculiaridade foi que houve um equívoco da organização e meu primeiro mapa não estava de acordo com a sinalética, nem o ponto 1 marcado no mapa estava de acordo com o prisma encontrado (o número do prisma diferia do número descrito no mapa). Após 13 minutos e percorridos 1,29 km, tive a certeza de que o mapa estava errado. Retornei à largada e o árbitro da prova tomou as providências para correção do equívoco.
Mais um detalhe a observar é que a rota demarcada no mapa vai das cores verde (mais rápido) ao vermelho (mais lento). Montamos esta escala para que seja fácil visualizar quando atingi uma velocidade baixa (caminhando ou parado está na cor vermelha).
Vamos à análise!

Rota do ponto 1 para o ponto 2:



O que planejei: seguir pela curva de nível e desviar do charco conforme a letra (a). Depois, continuar navegando o mais próximo da linha vermelha utilizando a cerca (b) como ponto de checagem. Depois seguir pelo branco até a vegetação e córrego, estes sendo o segundo ponto de checagem. Continuar navegando rumo ao riacho tendo a área branca como próximo ponto de checagem. Terminando numa orientação fina após sair da área branca e se aproximar do ponto 2. 
O que fiz: Segui conforme o planejado até o primeiro ponto de checagem (b). Ocorre que faltou confiança quanto à posição exata e acabei seguindo pela esquerda para confirmar. Isso me fez percorrer uma distância maior, mas ainda em boa velocidade, pelos locais (c) e (d). Chegando em (d), o relevo era de progressão muito lenta, demandando mais tempo até chegar na área branca. A partir daí, tentei obter maior velocidade mas ficando próximo à linha vermelha. O último charco da rota estava seco, mas a travessia do córrego demandou tempo. Também demandou tempo a orientação fina para localizar o prisma. 
O que deveria ter feito: A falta de confiança ao chegar no primeiro ponto de checagem me fez percorrer uma distância maior. Isso acabou por refletir, também, na travessia da vegetação no local (d), pois diminuí a velocidade de forma a recuperar a segurança na continuidade na navegação. Uma alternativa interessante e feita por um dos outros competidores foi seguir para o local (e) e utilizar a linha aérea de alta tensão como corrimão até as proximidades do ponto 2.
Nesta rota 1-2 a distância era de 1286m na linha vermelha. Percorri 1547m em 12'43". Um desvio de 20,3%. O pace médio foi de 9'54".

Observem no gráfico abaixo que fiquei muito tempo da rota em uma velocidade baixa (partes amarela e vermelha):

Para entender melhor este gráfico da velocidade, observem que do ponto 2 para o ponto 3 a rota traçada, que era bastante simples e não exigiu muita navegação resultou numa boa velocidade atingida (maior parte do gráfico permanece com a cor verde):


Rota do ponto 4 para o ponto 5:


O que planejei: seguir no azimute até a área verde e contorná-la pela borda à esquerda, iniciando uma orientação fina até encontrar o ponto.
O que fiz: segui conforme o planejado até a área verde. Ocorre que a navegação fina falhou e passei próximo ao ponto, sem contudo encontrar o prisma. Utilizei o ponto 15 como barreira de segurança e, de lá, retornei lentamente no azimute, encontrando finalmente o prisma 5.
O que deveria ter feito: infelizmente minha orientação fina falhou, passando próximo ao ponto. A decisão de ir até o ponto 15 considero acertada, pois me ajudou a atacar o ponto 5 com segurança. Daí a importância do orientista sempre colocar em suas rotas uma barreira de segurança (aquele local que você utiliza como uma espécie de anteparo). Uma ótima opção seria ter utilizado o x verde e a árvore em destaque (a) como pontos de ataque.

Neste caso, percorri 447m, 60,6% a mais que a linha vermelha (278m). A velocidade acabou sendo bastante baixa. Esta rota, caso localizasse o prisma na primeira tentativa, ou utilizando o (a) como ponto de ataque, provavelmente seria feita em 2', ao contrário dos 4'50"gastos.

Rota do ponto 8 para o ponto 9:


O que planejei: margear o córrego para encontrar a estrada que leva ao (a). Ou seja, equivocadamente estava seguindo rumo ao ponto 10.
O que fiz: segui conforme o planejado, percebendo o erro antes de chegar à estrada. A partir daí, segui lentamente em direção ao ponto 9, corrigindo a rota. A vegetação e o relevo eram de progressão lenta. As três árvores de destaque serviram como barreira de proteção e ponto de ataque.
O que deveria ter feito: seguir pela curva de nível entre a vegetação de difícil progressão e a área de charco, utilizando um dos muitos pontos de ataque próximos ao ponto 9.

Um erro clássico de falta de concentração, mas que foi corrigido a tempo. Houve um desvio de quase 70% em relação à linha vermelha. Seguindo direto para o prisma, no azimute, provavelmente o tempo gasto ficaria em torno de 2'.

Rota do ponto 12 para o ponto 13:

O que planejei: corrida livre até a linha aérea, a ser utilizada como barreira de segurança e ponto de ataque. Atacar o ponto pelo lado direito da linha d'água.
O que fiz: segui até a linha aérea conforme o planejado. Ataquei o ponto mas sem efetuar a contagem de passos. Pelo lado direito não visualizei o prisma. Continuei descendo, mas alternando para o lado esquerdo. Parei somente ao constatar que já estava longe demais, nas proximidades de uma área branca. Retornei alternando novamente o lado. Notem que fiz praticamente um "8" descendo e subindo pela linha d'água.
O que deveria ter feito: seguir conforme planejado até a linha aérea. Depois, atacar o ponto com maior atenção e efetuando a devida contagem de passos.

Foram quase 400m percorridos desnecessariamente. Pelo gráfico abaixo é fácil perceber que o tempo desperdiçado beirou os 5', pois passei por ele às 11:11 e só encontrei efetivamente o prisma após as 11:15.

Rota do ponto 13 para o ponto 14:


O que planejei: seguir pela linha vermelha, atravessando o aceiro que divide a área branca. Atacar o ponto pela direita ao chegar em (a). Utilizar o penhasco rochoso como barreira de segurança e para facilitar a orientação fina.
O que fiz: segui conforme planejado até chegar no penhasco. Ocorre que o prisma não foi encontrado e continuei descendo pela parte rochosa. Ao perceber que me afastava muito do local, e por haver várias pessoas procurando o mesmo prisma, saí pela direita rumo à área branca. Utilizei a localização (b) para atacar novamente o ponto, obtendo êxito.
O que deveria ter feito: o planejamento foi adequado. Uma forma diferente seria atravessar completamente a área do penhasco e atacar o ponto pela saída. Dessa forma, a correção seria mais rápida e eu não perderia os quase 5' no lento deslocamento pelas pedras e vegetação de difícil transposição.

Pelo gráfico do Quick Route, este foi o pior trecho percorrido. Com 95% de distância além dos 284m da linha vermelha. A perda de tempo em trechos cuja orientação fina é preponderante acaba por refletir em trechos simples da prova, já que a ânsia por tentar recuperar tempo (aumentando a velocidade) pode promover maior desgaste energético e a não observância de princípios básicos da Corrida de Orientação (contagem de passos, azimute, definição de pontos de ataque etc.).


Rota do ponto 16 para o ponto 17:

O que planejei: seguir o mais próximo possível da linha vermelha, desviando da área de vegetação de difícil progressão e utilizando os dois córregos como pontos de checagem.
O que fiz: segui conforme planejado até o primeiro curso d'água. Ocorre que a depressão era profunda e tive que buscar um melhor local para a travessia. Isso demandou tempo e uma breve mudança na rota.
O que deveria ter feito: a outra opção seria, ao me deparar com o curso d'água, buscar a passagem pela esquerda.




Tempo total da prova: 78 minutos.
Distância total percorrida: 8700m.
Total de distância percorrida nos erros apontados: aproximadamente 700m.
Tempo total gasto nos erros apontados: aproximadamente 12 minutos.
Tempo do vencedor da prova: 64 minutos.

Esta pista, sem erros, seria facilmente completada abaixo dos 60 minutos.
Principal lição desta análise: redobre a atenção quando nas proximidades do prisma, para que sua orientação fina seja eficaz. E jamais abandone a contagem de passos!

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Boas rotas \o/
orientistaemrota