terça-feira, 30 de julho de 2019

Análise de Rotas - percurso longo CamBOr 2019

Olá, estimados orientistas.

Hora de estudar os erros e acertos do meu percurso longo no CamBOr 2019. O verbo é esse mesmo: estudar. Ao mesmo tempo que discorro sobre meu percurso, espero poder ajudar a você, que está lendo este post. Aproveitando o momento, meus sinceros parabéns por estar aqui, buscando aprimorar os conhecimentos. Sabemos que poucos são os que continuam desenvolvendo esse saudável hábito.

Sobre os resultados da etapa e álbum de fotos, há um post específico aqui no blog. Então, vamos à nossa análise. Nosso foco é o mapa da H35A, percurso longo. Categoria na qual (ainda) participo.

Dessa vez a análise será toda utilizando o 2DRerun - site que reúne uma vasta gama de mapas e rotas de orientistas, inclusive daqui do Brasil. Como de praxe, em cada rota destacada vou citar o que planejei, o que fiz e o que deveria ter feito caso tenha cometido equívoco no planejamento inicial. Também vou considerar minhas metas: percorrer no máximo 20% além da distância declarada do mapa, num pace de até 7'/km (sete minutos para cada quilômetro percorrido).

Neste mapa, a distância da linha vermelha era de 6,4km. Isso me dava uma margem para percorrer mais 1,3km e dispender até aproximados 54 minutos (7'/km X 7,7km). Essa foi a expectativa. Minha realidade foram 8,06km de distância total num pace de 7'54"/km, totalizando 1h03' de prova. Isso me deu a segunda colocação. O Rafael Oliveira, que chegou em primeiro, completou o percurso em 58'40", percorrendo 8,35km.

Abaixo o mapa da prova (H35A e H40A pertenciam ao mesmo grupo) com as rotas de alguns competidores e, após, um somente com minhas escolhas:



Rota do ponto 1 para o ponto 2

O que planejei: seguir em azimute.

O que fiz: na metade da rota tive que dar apoio a uma criança do projeto de iniciação da cidade. Me senti na obrigação de levá-la até a estrada para que ficasse em um corredor seguro. Depois de deixá-la na estrada, com o seu mapa orientado, retornei para o ponto 2. Quase 2' além do necessário para essa rota.

O que deveria ter feito: pela disputa, o correto seria seguir conforme o planejado. Entretanto, agi dentro do que se espera do fair play. E acredito que outros orientistas também auxiliaram alguém durante a prova.O fato deve ser avaliado pelos organizadores, que colocaram crianças novatas em uma área branca, com poucas referências. E em pleno CamBOr. Em complemento, era nítido que não só a criança que auxiliei, mas outras várias estavam ali sem noção adequada de como se orientar.

Rota do ponto 2 para o ponto 3

O que planejei: seguir pela trilha margeando a área branca até o seu final, depois pegar a trilha em direção ao ponto 5. De lá, seguir em azimute para o ponto 3, passando pela área entre a elevação pedregosa e a vegetação fechada, ficando mais próximo da linha vermelha.

O que fiz: segui conforme planejado até a saída do ponto 5 (que era meu checkpoint). Dali me desloquei com queda para a direita, vindo a sair à direita da vegetação fechada. Me equivoquei ao tentar consertar a direção contornando e voltando para a área pedregosa. A travessia foi extremamente difícil, pois a vegetação era mais complicada do que imaginei ao planejar a rota. Ao alcançar a área branca novamente, imprimi velocidade para atacar o ponto a partir de um cupinzeiro.

O que deveria ter feito: uma opção seria seguir pela estrada passando pelos três pontos de água. Teria condições de imprimir uma boa velocidade e compensar a maior distância. Mas a considerar o que fizeram meus oponentes, meu planejamento inicial era bom até a chegada ao ponto 5. De lá, deveria ter descido pela área branca entre os pontos 3 e 4, atacando o ponto 3 por cima. Ou seja, ao errar na saída do ponto 5, deveria ter observado que à minha frente era uma área branca, de fácil corrida. Provavelmente faltou concentração e oxigênio na hora de mitigar o erro percebido.

Observem no detalhe acima que gastei aproximadamente 3' desnecessariamente.

Rota do ponto 4 para o ponto 5

O que planejei: ao sair da área branca, pela linha vermelha, atravessar a cerca, contornar o penhasco e atacar o ponto pela pequena valeta.

O que fiz: segui conforme o planejado.

O que deveria ter feito: observando os colegas, uma opção seria seguir pela estrada à esquerda. Ocorre que seriam aproximadamente 200m a mais, com as mesmas curvas de nível para vencer. O que poderia ser compensado pela vegetação que eu já havia vivenciado quando da primeira passagem pelo ponto 5.

Os demais pontos foram atingidos sem maiores desvios. Também as rotas eram mais óbvias, sem muito o que escolher. O único suspense surgiu quando ataquei o ponto 11, que era também um ponto para jovens de categoria B. Pela dificuldade de chegar ali, imaginei que não seria um ponto para aprendizes. Na rota do ponto 11 para o ponto 12 muita gente aproveitou um corredor que havia sido formado pela passagem de outros atletas.

De um modo geral, considerando minha condição física à época, as rotas balizadas seriam uma ótima opção. Poderia tirar bastante vantagem utilizando as estradas e trilhas, já que essas foram as opções dos meus oponentes. Mesmo percorrendo distâncias maiores, eu poderia imprimir um pace abaixo de 5'/km naqueles trechos. Quando se tem condições de "compensar na perna", vale a pena considerar essa opção. É claro que a forma como os demais orientistas vão proceder é difícil de prever. O ideal, mesmo, é manter a calma, observar os aspectos técnicos (azimute, distância, curvas de nível etc.) e ajustar o esforço físico para não perder a concentração e o poder de raciocínio.

Bom, essa foi a minha análise. Gostaria muito de ler comentários de vocês sobre esse mapa e, também, sobre o novo formato do CamBOr em etapa única. É muito importante debatermos com seriedade esse evento, para que os próximos sejam ainda melhores.

Seja inteligente! Pratique a corrida de orientação.
orientistaemrota

quinta-feira, 4 de julho de 2019

CamBOr 2019 - percursos tradicionais


Olá, estimados orientistas.

O dia 2 da competição foi dedicado ao percurso longo, na fazenda Paineiras. A arena, muito bem montada, contou com várias amenidades. E a organização do evento preparou um ponto de expectador para que todos pudessem acompanhar mais de perto os atletas.

Quanto ao ponto de expectador, aparentemente o objetivo não foi alcançado, pois o público presente optou por acompanhar os atletas na linha de chegada. Talvez o motivo tenha sido a distância e o declive, que acabaram sublimando as expectativas.
Um grande número de crianças iniciantes também aproveitou a estrutura do evento. Neste ponto, observo que elas iniciaram seus percursos em área branca. Muitas delas acabavam por solicitar ajuda dos atletas, demonstrando que talvez ali não fosse um local ideal para essa iniciação. Entretanto, foi realmente bonito de ver aquela galerinha toda com seus mapas e vibrando a cada pontinho encontrado.

Os resultados do percurso longo estão disponíveis no Helga-O. E temos um excelente álbum de fotos, com mais de 650 imagens de presente para vocês. Veja todas elas clicando aqui.
Depois do percurso longo foi realizada a Assembleia da CBO, na qual houve a aceitação das contas prestadas pela gestão do presidente Sergio Mendes, além da eleição para a nova diretoria e conselho fiscal.
A noite terminou com a realização do SimpOrient. Um evento científico  de primeira linha onde os presentes compartilharam várias experiências em prol do desenvolvimento do esporte.

No domingo foi realizado o percurso médio e a premiação do Pre-O e do CamBOr. O álbum de fotos deste dia está muito bacana. Conta com várias fotos feitas pelo colega Neviton, da Bahia. Clique aqui para conferir.
Importante ressaltar que toda a comunidade da cidade estava ciente da magnitude deste CamBOr. Foi muito legal ouvir as perguntas e perceber o incentivo dos populares. Arisco dizer que muito se deve ao envolvimento da prefeitura municipal, cujo chefe do executivo local é, também, um orientista. Meus sinceros parabéns aos envolvidos.

Deixo aqui, também, o link para uma das matérias televisivas sobre essa competição. A matéria está bacana e mostra vários orientistas em ação. Clique aqui para assistir.

Assim que possível, quero conversar com vocês sobre minhas rotas. Mas isso é assunto para um outro post, bem detalhado.

E você? O oque achou dos percursos tradicionais do CamBOr 2019? Deixe aqui seus comentários. A família orientista agradece.

Seja inteligente! Pratique a corrida de Orientação.
orientistaemrota