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terça-feira, 1 de março de 2022

Troféu Cerrado de Orientação TCO 2022

 Olá, orientistas e entusiastas dos esportes outdoor.

Em fevereiro, no período de 18 a 20, tivemos mais uma edição do Troféu Cerrado de Orientação. Mais conhecido como TCO 2022.

O evento foi sediado na cidade goiana de Cristalina, sendo organizado pelo COSEC com o apoio da FOG. E, desta vez, recebeu a alcunha de abertura da temporada 2022 da CBO, já que a Copa Sul somente será realizada em setembro.

Neste post, optei por separar o texto em aspectos que muito interessam os orientistas. Dessa forma, já vamos traçando, também, uma rota de avaliação do evento.

Deslocamento até a cidade

Como disse antes, a prova foi realizada na cidade de Cristalina-GO. A cidade já foi palco de CamBOr e outros eventos locais e regionais. Os competidores de outros estados tiveram a opção dos aeroportos de Brasília (130 km de distância) e de Goiânia (280km de distância), tendo que acrescentar o deslocamento rodoviário.

A organização proporcionou as instalações da AABB para acantonamento. Segundo relatos dos orientistas que lá se acomodaram, o local estava constantemente limpo e ofereceu boa estrutura.

Fizemos uma live prévia à competição e conseguimos ajudar alguns atletas a se organizarem em grupos para diminuírem os custos de deslocamento até a cidade e dos pontos de hospedagem até os locais de prova.

Do Sprint

A prova Sprint ocorreu sem anormalidades. O mapa, totalmente urbano, apresentou pouca elevação e muitos desafios mentais. Uma chuva leve mostrou que a impermeabilização do mapa era aquém do ideal.

Importante destacar que não houve atrasos nem na largada nem na cerimônia de premiação. As medalhas foram confeccionadas num padrão que agradou a todos, enlaçadas por uma fita personalizada alusiva ao TCO.

Dos percursos Médio e Longo

Aqui, uma situação que quase "embarreirou" o evento.

O percurso longo foi marcado pelas condições precárias de chegada à arena. Um enorme atoleiro se formou logo na entrada da fazenda escolhida. Inclusive dois dos ônibus responsáveis pelo transporte dos atletas de elite ficaram imobilizados. Atrás deles, vários veículos menores ficaram impedidos de passar.

A prova foi atrasada em quase 1 hora. Tempo necessário para desimpedir a estrada. Também em decorrência das chuvas, o terreno estava pesado.

Mas os desafios propostos pela organização (mapeamento e percursos) foram de acordo com o que se espera de um torneio regional. Os tempos, em geral, ficaram acima do estimado. Segundo os organizadores, uma das explicações pode ser o fato de que boa parte dos atletas estão fora de ritmo de prova, além da alteração de data devido à pandemia - isto porque o TCO estava programado para ocorrer no segundo semestre de 2021, no período de seca.

Um aspecto que merece atenção especial

Importante registrar que o serviço médico à disposição ficou aquém do mínimo necessário para uma prova deste porte. Em um dos dias de floresta, a prova iniciou sem a presença de serviço médico. Já no domingo, uma atleta se feriu e ficou evidente que a estrutura disponível não era suficiente para lidar com situações de emergência. Também houve vários atletas picados por marimbondos ou acometidos de males súbitos.

As organizações, e os árbitros, devem buscar um caminho que garanta maior segurança para os praticantes da corrida de Orientação. 

Comentários finais

Apesar dos transtornos ocorridos, a maioria dos presentes se manifestou positivamente quanto ao TCO 2022. O espírito de congraçamento, o retorno das competições oficiais, a disposição dos membros da organização e o clima de desafio foram aspectos que engrandeceram o evento.

Começamos a temporada 2022 com o azimute certo.

Abaixo duas lives que fizemos sobre o TCO. A primeira, realizada antes do evento:


Aqui a live resenhando o evento:

A organização do evento disponibilizou um álbum de fotos que você pode apreciar clicando aqui.
E aqui um álbum de imagens que consegui fazer.


Boas rotas \o/
Seja inteligente! Pratique a corrida de Orientação.



segunda-feira, 31 de janeiro de 2022

Mapas e azimutes para 2022

 Olá, estimados orientistas e trailrunners.


Fechamos o ano de 2021 com mais de 40 lives. E a temporada de 2022 já começou. 

Em 2021, ainda sob impacto da pandemia da Covid19, ainda assim conseguimos acompanhar a realização de vários eventos. Tivemos, enfim, o CamBOr 2021, a Copa Sul, e alguns eventos locais. Vários estados se mobilizaram para proporcionar ao menos um torneio de orientação. E tivemos, enfim, o uso do MapRun6 em uma prova na cidade de João Pessoa, na Paraíba. Quem fez as honras deste evento foi o casal Estrela e Suênia, do clube Corele.

Ainda com relação ao CamBOr 2021, fizemos a doação de R$93,79 ao Calangos do Sertão. Este foi o valor decorrente das compras que vocês realizaram na Decathlon, utilizando os links que compartilhamos nas nossas lives do YouTube. O Calangos do Sertão fez uma campanha de arrecadação financeira para custear a ida de alguns de seus atletas ao campeonato brasileiro.

Agora em 2022 já foi inaugurada a primeira Pista Permanente de Orientação em Salvador, Bahia. Também utilizando o MapRun6. O clube Carcará Expedições e Aventura é o responsável. E logo no início de fevereiro teremos o II City Race de João Pessoa. Seguindo o sucesso da primeira edição realizada em 2021, tendo o MapRun6 como sistema de apuração e registros.

Infelizmente, o POM (Portugal O-Meeting) foi cancelado. Isso reforça a importância de levarmos a sério os reflexos da atual pandemia. Este evento é considerado como um dos melhores do mundo, além de ser a abertura oficial da Orientação Pedestre mundial. Esperamos que em 2023 tenhamos, enfim, uma grande festa nas terras portuguesas.

Aos poucos, o mapa de competições de orientação no Brasil vai se desenhando. 

Já as provas de corridas de trilha, corrida de aventura e treking estão com seus calendários bem robustos. Em Brasília, por exemplo, teremos em março a volta do Circuito Ecocross. Ocorrerá no Morro da Capelinha. E em Campos do Jordão foi divulgado o boletim do Rocky Mountain Games 2022. 

Não custa lembrar que todas essas provas nacionais dependem do aval das autoridades sanitárias.


Boas rotas \o/


quinta-feira, 12 de março de 2020

"Devaneios" sobre os rumos da corrida de Orientação brasileira

Olá, estimados orientistas.

Desde que a gente entra no mundo da corrida de Orientação, inexoravelmente acaba se deparando com aqueles momentos de reflexão sobre os rumos dessa modalidade desportiva. Estou num desses momentos, principalmente devido à vivência em eventos dentro do Brasil e no exterior e devido à leitura de diversas manifestações nas redes sociais e nos aplicativos de comunicação instantânea (whatsapp e telegram).
De bastante positivo vejo a energia de muita gente empenhada em tornar melhor o nosso esporte. Mas aí também está um lado que merece bastante atenção. A aparente liberdade que a internet e suas ferramentas nos oferece parece estar incompatível com o diálogo mais coerente e assertivo que o assunto exige.
Existem, em minha talvez míope visão, muitos aspectos que, se não forem bem observados, aumentam a probabilidade de regredirmos como modalidade. Talvez eu me perca no pensamento ou escreva algum devaneio, mas vou tentar pontuá-los nos próximos parágrafos.
Ausência de geração de dados - dizem que estatística é a arte de transformar os números a seu favor. Em nosso caso, parece que nem isso estamos conseguindo. A CBO até tem tentado criar um ambiente de governança adequado. Mas o fato é que nosso sistema de gestão não prioriza a geração de dados que favoreçam a tomada de decisões (sobretudo no nível estratégico). Um bom exemplo: algum de vocês sabe informar quantos orientistas tiveram que receber algum atendimento médico durante as provas oficiais de 2019? Quantas competições foram realizadas com resultado superavitário na sua federação? Qual o percentual de orientistas inscritos em categorias fora da sua faixa etária? Qual o índice de participação dos filiados do seu clube nos eventos ofertados? Se você tiver essas respostas, ou ao menos se souber aonde encontrá-las, por gentileza, compartilhe conosco. São de extrema valia. Minha filiação principal é a FODF e tentei trabalhar em um relatório que fornecesse ao menos uma base de dados. Não foi fácil, mesmo sendo o atual Diretor Técnico, obter números. Um dos problemas é que a forma de gestão estava em um nível, digamos, artesanal. Mas conseguimos, por exemplo, conhecer o índice de evasão de orientistas ao comparar os participantes da primeira etapa e os que completaram o campeonato do DF. O clube do Rocha também tratou de criar ferramentas para mapear a participação de seus filiados. Tratei de ler alguns regulamentos e tomei conhecimento de uma portaria da FECORI que tenta organizar os relatórios das provas. Concluindo: temos muitos bons exemplos para copiar (benchmarking puro), e outros tantos para mitigar.
Pouca leitura - a corrida de Orientação é um esporte que exige bastante da atividade intelectual. Mas isso não se resume apenas em decodificar o mapa e comparar com o terreno em si. Aqui no blog e nas minhas redes sociais, utilizo o bordão "Seja inteligente! Pratique a corrida de Orientação", e a hashtag "Citius, fortius, sapiens" (uma adaptação ao preceito olímpico, significando "mais rápido, mais forte, mais inteligente" em tradução livre). Ou seja, considero que devemos exaltar essa característica da Orientação. Mas na prática, tenho visto os praticantes mais preocupados em memes e divulgação de fotos do que na preparação intelectual. Você, que está lendo o blog, é um orientista diferenciado. E provavelmente vai concordar comigo que nossos pares lêem pouco. Meu termômetro são as próprias publicações do blog. As análises de rotas que publico atingem um número pequeno de orientistas. Em outra mão, as publicações com vídeos ou álbuns de fotos atingem picos elevados de visualizações. Também é um fator complicador que muitos bons textos sobre o esporte estão em outras línguas (inglês, espanhol, alemão etc.). Mas isso não deveria ser uma barreira intransponível, já que existem tradutores competentes nos navegadores de internet. Então, resta concluir que a falta de leitura se deve à própria cultura dos nossos atletas. Já se perguntou quantos atletas conhecem ao menos os boletins e os regulamentos dos eventos? Recentemente em um grupo de whatsapp tivemos um excelente debate sobre declinação magnética, bússolas e zonas magnéticas. A conversa foi provocada depois que comentei ter visto jovens atletas brasileiros no Portugal O'Meeting fazendo uso de bússola calibrada para o hemisfério sul. Em conversa com eles, ficou claro que desconheciam que este pequeno detalhe poderia prejudicá-los na navegação.
Preparo físico - No ano passado participei na M40 no WMOC. O mapa da Final A apresentava uma distância próxima de 11,6km. Numa conta básica, é possível avaliar que o vencedor percorreu algo em torno de 12,5km para completar todo o percurso, já que é quase impossível um orientista seguir somente pela linha vermelha. Sabem qual o tempo que ele precisou para vencer a prova? 56 minutos. Isso dá um ritmo (pace) abaixo de 5'/km. Na categoria M70 o mapa possuía pouco mais de 6km e o vencedor precisou de 43 minutos para concluir a prova. Mesmo considerando que as provas de um WMOC são realizadas em áreas que priorizam a navegação, dificilmente conseguiríamos desenvolver velocidade parecida. Talvez pelo fato de termos objetivos muito heterogêneos na prática da modalidade, ou por premiarmos graus de dificuldade B e N, isso acabou gerando uma acomodação que estagnou nosso desenvolvimento em termos de performance.
Sempre os mesmos organizadores e gestores - em que pesem as inúmeras oportunidades de formação técnica para habilitar organizadores, é fácil notar que as figurinhas que montam as provas são bastante repetidas. O lado nefasto é que a pouca oxigenação traz uma acomodação e cria vícios técnicos nos eventos. Muitos competidores, por não atuarem nas organizações, acabam perdendo toda a expertise mais que desejável de entender melhor uma competição de orientação. Por exemplo, porque o traçador optou por colocar em tal área aquele prisma; ou porque o árbitro sugeriu alterações em uma arena ou mapa. Correr é muito legal. Mas se os orientistas se acomodarem, haverá um dia em que não mais teremos quem montar as provas. Por mais amadora que seja nossa modalidade, é importante e necessário que criemos estratégias para desenvolver a todos.
Conhecimento empírico deficiente - ainda na linha dos gestores, percebo uma aparente falta de interesse em adotar ou em acreditar nas experiências que outros vivenciaram. Não sei se é mero exercício de ego, mas muitos se fecham em pequenos feudos e acabam se tornando referências incompletas para muitos entrantes na modalidade. Recentemente, enquanto fotografava um evento, ouvi um organizador contando para iniciantes que "lá na Europa os mapas nas partidas sempre ficam no chão".
Ambiente pouco agregador - para muitos, a corrida de orientação é um esporte no qual você chega com tempo suficiente para se aquecer, faz seu percurso, confere o resultado e deixa a arena. O tão esperado congraçamento, o calor familiar que tanto exaltamos, não parecem ter se tornado uma prática em termos gerais. Entretanto, existem ótimos exemplos de algumas federações que podem e devem ser copiados. Importante é que momentos de encontro dos orientistas vão gerar melhorias significativas se forem bem aproveitados por toda a comunidade praticante. Ao criar um clima amistoso e que incentive as pessoas a estarem juntas, aí sim estaremos atuando em prol da modalidade. A vaidade de uns está afastando muita gente.
Não temos um ídolo nato - nossos atletas de elite não apresentaram, até o momento,  o prestígio, a empatia e o carisma necessários para se tornarem ídolos da modalidade. Assim, nos falta aquela figura que provoca, que emociona, que alegra, que instiga sobretudo os mais jovens a serem, também, ícones do esporte.
Precisamos de orientistas que paguem pela orientação - uma prova de corrida de orientação possui custos elevados. Esses custos são repassados aos atletas. Cada evento tem seu próprio break even (aquele valor mínimo para que o organizador não fique no prejuízo). O grande desafio é ter um número maior de atletas para que os custos sejam diluídos e os valores cobrados sejam atrativos. Ocorre que a realidade é que poucas federações estão conseguindo colocar mais de 200 competidores por etapa. A FOP, em um passado recente, e atualmente a FBO alcançam as 4 centenas de atletas por etapa. Nos demais estados, me parece que há uma enorme ginástica para que os organizadores tenham saldo positivo. Num paralelo, a corrida de rua cobra mais e tem custos menores para ocorrer. Mas mesmo assim, as pessoas pagam mais de 100 reais para participar. Na orientação, temos descontos para família, isenções, e valores mal estimados. Atraímos competidores que não estão dispostos a pagar pelo esporte, ou que não são capazes de. Aí entra a conjuntura econômica e mais uma série de outros fatores. Inclusive não possuirmos bons patrocinadores. Só que o patrocinador quer um bom consumidor. Um paradoxo.

Bom, já escrevi bastante por hoje.
Se você chegou até aqui, espero que o texto tenha te ajudado a, ao menos, criticar e tecer suas próprias opiniões sobre nosso esporte. Se concorda ou não com essas palavras, aproveita o espaço abaixo e comenta. Este post é, inclusive, um teste para confirmar ou não a tese da falta de leitura. Inclusive não vou divulgar nas redes sociais. Vamos ver como será o alcance somente com os compartilhamentos espontâneos.

Seja inteligente! Pratique a corrida de orientação.
Boas rotas  \o/

quinta-feira, 28 de março de 2019

CODF2019 - I Etapa

Olá, estimados orientistas.

O papo de hoje é sobre a abertura do Campeonato de Orientação do Distrito Federal 2019 – CODF2019.
O evento ocorreu na região do Poço Azul, na cidade satélite de Brazlândia. Um terreno de cerrado nativo, em terreno bastante acidentado, com presença de áreas com pedras, nascentes de rios e muitas trilhas com árvores (404), campos (401 e 403), mata de corrida lenta (406, 407 e 408) e mata intransponível (410).

A organização ficou a cargo do COASSEB - Clube do Rocha, que tratou de proporcionar muitos mimos aos participantes. Dentre eles, um café-da-manhã, sorteios de brindes oferecidos pelos apoiadores e a realização de um vídeo promocional tendo como atores principais os próprios orientistas.
Ao todo, foram mais de 170 competidores. Inclusive com a presença do orientista e atual vice-chefe do Executivo, o senhor Hamilton M. Também participaram da prova os novos orientistas que obtiveram certificado de participação no primeiro curso de formação de 2019.
Uma outra novidade é que para 2019 as medalhas comporão uma mandala. Ao final do torneio, os vencedores de cada categoria receberão como troféu uma base específica para afixar o conjunto de 4 medalhas recebidas ao longo do campeonato.

Quanto à parte técnica, os mapas e os percursos agradaram à maioria dos participantes. Os traçados primaram pela navegação e segurança. Entretanto, duas situações atípicas exigiram mitigação rápida: uma base eletrônica teve que ser substituída durante a prova e houve um equívoco na impressão de sinaléticas avulsas para duas categorias. Como é de conhecimento, neste caso (de erro na sinalética avulsa) o competidor deve utilizar as informações do mapa e nele consultar o descritivo dos pontos.
Abaixo o mapa geral do evento.

Os resultados estão disponíveis no site Helga-O.
O álbum de fotos está disponível clicando aqui.
Ah, assistam ao vídeo promocional elaborado pela Drone360. Segundo o presidente do COASSEB, Wallace Lucas, foi feito com muito carinho e no intuito de promover nosso esporte mostrando a todos como é divertido e gratificante praticar a corrida de Orientação:

E não deixe de comentar suas impressões sobre essa prova. As manifestações são importantes para que a FODF promova as melhorias necessárias em seus eventos e traga sempre boas novidades para todos.

Boas rotas \o/
orientistaemrota

quinta-feira, 1 de novembro de 2018

Final do CamBOr 2018 - impressões gerais

Olá, estimados orientistas.

A última etapa do Campeonato Brasileiro de Orientação – CamBOr 2018, ocorreu nas instalações do INPE, em Cachoeira Paulista-SP.

Foi um evento considerado satisfatório pela maioria dos competidores, tendo destaque os percursos que priorizaram a velocidade. Observem nos nos mapas da categoria H35A que as rotas ponto a ponto foram, na grande maioria, de soluções óbvias. Ou seja, com poucas escolhas possíveis para as tomadas de decisão. Vale considerar, ainda, as fortes chuvas que antecederam as provas de floresta e a dificuldade de progressão nas áreas teoricamente abertas. As áreas de pasto, por exemplo, apresentaram mato alto e difícil de transpor.


Seguindo minha meta de percorrer uma distância real de até 20% acima da distância em linha vermelha, num pace de até 7’/km, obtive resultados satisfatórios. Foi um primeiro lugar no percurso longo e um terceiro lugar no percurso médio. Dessa forma, no somatório, terminei a etapa na primeira colocação, tal como na classificação geral do CamBOr 2018.  Pela primeira vez tive a sensação de que estou no caminho certo. Ainda faltam ajustes na parte técnica e na capacidade física. Assim como na meta, pois este último WMOC me ensinou que o pace deve estar abaixo de 6’/km.
Observem que as rotas escolhidas, em ambos os percursos, foram de definição simples. Houve poucas oportunidades de escolhas:


Aqui uma animação para que vocês visualizem as rotas escolhidas por dois competidores na categoria (eu e o Wesley Oliveira).

Os resultados, ranking final do CamBOr 2018 e os mapas da etapa estão disponíveis na página da CBO.
A partir do ano que vem, o CamBOr será disputado em etapa única. Esperamos que a medida seja bem recebida por toda a família orientista. E que o novo modelo seja palco de disputas justas e agradáveis a todos.
O álbum de fotos está incrível. Clique aqui e veja se você ou algum conhecido foi flagrado. Compartilhe e não se esqueça de citar a fonte. Isso incentiva a trabalhar ainda mais para vocês.

Boas rotas \o/

orientistaemrota

sexta-feira, 6 de julho de 2018

II Etapa do CamBOr 2018 - Cristalina-GO

Olá, estimados orientistas.

Este post tenta retratar um pouco do que foi a II Etapa do CamBOr 2018, organizada pelo clube COSEC. A cidade sede foi Cristalina-GO. O nome retrata bem algumas das principais características: formações rochosas e as mais de 250 nascentes, riachos e rios da região. Para os competidores e acompanhantes, não faltaram opções de lazer e turismo. Desde banho de cachoeiras até a realização de feiras e serestas locais.

Foram montadas duas arenas para a realização das provas. A arena para o Sprint ficou na 3 Brigada de Infantaria Motorizada e a arena para os percursos tradicionais ficou montada no Balneário Praia das Lages.
Sobre o Sprint, disputado no primeiro dia da competição, e que serviu de palco para a abertura do evento, um dos aspectos mais interessantes foi o ponto de expectador, onde todos puderam torcer e acompanhar mais de perto as disputas. Os tempos dos vencedores ficaram dentro do estipulado e a organização cumpriu com o previsto, sendo realizada a premiação ao final da mesma tarde.

Quanto aos percursos tradicionais, realizados nos dias 2 e 3 da competição, estes tiveram partida e chegada no complexo do Balneário. O local é dotado de boa infraestrutura, inclusive com restaurante. Grande parte dos atletas aproveitou para se refrescar nas cachoeiras e piscinas naturais do local.
Abaixo os mapas da H35A, categoria da qual participo atualmente:

E aqui os mapas com minhas escolhas:

As rotas estão em gradação de cores do azul (pace abaixo de 6'/km) ao vermelho (pace acima de 12'/km).
Notem que já no percurso longo tive um enorme problema na rota do triângulo para o ponto 1. Foram gastos 24 minutos numa rota cujos concorrentes precisaram de menos de 5' para completá-la.

O que planejei: saindo do triângulo, pegar a estrada que leva à travessia do rio, seguir pela pequena trilha sentido leste por alguns metros e azimutar para o ponto.
O que fiz: segui até a travessia do rio conforme planejado. Mas em seguida, percorri uma grande distância beirando o rio. Ao encontrar outros dois competidores (provavelmente de categorias diferentes), acreditei estar na região correta. O primeiro azimute obviamente não foi bem sucedido. Busquei uma referência e o mapa apresentava uma árvore de destaque. Ocorre que eu estava fora do mapa. Encontrei uma outra árvore que se destacava na região e dela azimutei, acreditando estar na referência correta. Mais uma vez não obtive êxito. Voltei para o rio e busquei as curvas da trilha com árvores de destaque. Novo azimute sem sucesso. Só então, depois de vários minutos desperdiçados, decidi corrigir o erro seguindo para o ponto 2, tomando como base que o sentido leste me levaria, em último caso, a encontrar um outro veio dágua. Ao chegar ao ponto 2, enfim fiz o azimute correto e cheguei ao ponto 1.
O que deveria ter feito: após a travessia do rio, conforme planejado inicialmente, seguir em azimute para o ponto, observando a diferença de vegetação. Como segurança para corrigir a rota, atentar para uma vala seca nas imediações do ponto.

Com este erro, terminei o dia amargando um sexto lugar. Menos mal porque meus concorrentes também parecem ter tido dificuldades em suas respectivas rotas.

Já no percurso médio, consegui fazer uma boa prova. Mesmo com um erro de aproximadamente dois minutos na rota  3-4.
O que planejei: sair em azimute para o ponto 4, tendo como check-points a vegetação da área pedregosa, a trilha na primeira metade da rota, a área sem pedras e a valeta próxima ao ponto. Como segurança, a trilha após o ponto.
O que fiz: acabei errando o azimute, muito provavelmente por conta da necessidade constante de desvios na região, que era muito pedregosa e, por isso, oferecia riscos à minha integridade física. Passei mais a nordeste do ponto. Felizmente, como estava fazendo a contagem de passos, percebi o erro e retornei na direção correta da valeta.
O que deveria ter feito: o planejamento estava adequado. Entretanto, maior observação quanto aos desvios na rota era essencial para não tomar um rumo inesperado.
Terminei o segundo dia em primeiro lugar e, no somatório, terceiro lugar. Mais uma vez, colegas da categoria também tiveram suas dificuldades durante a prova.

No geral, a competição foi muito bem organizada. Estão de parabéns todos os voluntários e técnicos. Conseguiram aliar uma ótima competição às riquezas naturais da região. O conjunto da obra proporcionou muita diversão à família orientista.

Para recordar, ou para ter uma melhor ideia de como foi, não deixem de olhar nossos álbuns de fotos.
Fotos do Sprint.
Fotos das provas Longo e Médio.
Álbum de fotos de Andre Pivoto.

Ao compartilhar as fotos, não se esqueça dos créditos. E se achar que alguma delas não deve ser publicada, me mande um email para que seja retirada. ;-)

Contribua com a orientação tecendo seus comentários sobre a prova e sobre este post.
E acompanhe em nossos canais como será o World Masters Orienteering Championships - WMOC2018. Temos alguns brasileiros participando desse torneio.

Boas rotas o/
orientistaemrota

domingo, 27 de maio de 2018

CODF2018 - III Etapa. Fotos e comentários sobre os percursos.

Olá, estimados orientistas.

No dia 20 de maio ocorreu a III Etapa do CODF 2018 (o Campeonato de Orientação do DF). A prova, nos moldes da Orientação tradicional, foi sediada nas proximidades da cidade satélite de Brazlândia. O terreno, apesar de plano e disposto em quadrantes, foi desafiador e possibilitou boa disputa. Destaque para algumas regiões do mapa cujo relevo apresenta grande número de pequenas elevações (cocorutos), responsáveis por uma maior exigência física e mental.

Dessa vez participei nos bastidores do evento, na função de traçador de percursos. E é essa a experiência que gostaria de compartilhar com todos vocês. Espero que as próximas palavras sejam úteis, já que não é sempre que temos esse tipo de explanação.
Abaixo o mapa geral da prova:

Notem que a área é quase plana, com vegetação predominante de árvores esparsas. Os quadrantes, divididos por estradas bem definidas, foram uma dificuldade a mais para desenho dos percursos.
Outro aspecto relevante foi a pré-definição, por questões logísticas, dos locais de partida e chegada. Observem que são bem próximos e na base sudoeste do mapa. A região de partida apresentou certa facilidade para espalhar os atletas (pouco mais de 130), mantendo os novatos nas proximidades, evitando o bordo do mapa, em escala 1:7500.
A área para chegada se limitou aos pontos 43 e 65, sendo necessária a criação de uma dispersão para evitar o "encarneiramento" na estrada de acesso à entrada da arena.
As dimensões dos quadrantes também complicaram o desenho de rotas para as categorias N (fácil) e B (difícil), pois existe um limite de distância a ser observado, conforme regras para traçados de percursos.
Para tornar os percursos mais interessantes, nos níveis A (muito difícil) e E (elite), adotei o uso de borboletas.
Em conversas com alguns participantes mais experientes, um dos comentários foi em relação ao ponto base de uma borboleta, o qual foi definido próximo a uma árvore seca. Ocorre que, segundo o competidor, o ponto "serviu de farol para os outros dois ataques ao PC, pois era visível de longe". De fato, um objeto de fácil visualização acaba por diminuir o tom desafiante após a primeira passagem. 












Abaixo é possível observar as escolhas de três competidores da categoria H21E. Suas rotas estão disponíveis no site 3DRerun.

Para acessar o álbum de fotos da competição, clique aqui. Aproveite e compartilhe nas redes sociais. Não se esqueça de citar a fonte (o endereço do blog e a tag #orientistaemrota), pois assim você estará incentivando a continuidade deste trabalho.

E deixe aqui seus comentários sobre essa prova. Toda manifestação é válida para que os organizadores avaliem e possam melhorar os eventos de Orientação.

Se você perceber alguma foto que deva ser ocultada, envie mensagem solicitando a ação.

Boas rotas \o/
orientistaemrota

quinta-feira, 21 de dezembro de 2017

Campeonato Brasileiro de Orientação Sprint - CamBOS 2017

Olá, estimados orientistas.

Quem nos acompanha pelas redes sociais esteve mais perto dos acontecimentos durante essa primeira edição do CamBOS. Este campeonato foi sediado em Curitiba-PR, e contou com a grata presença de orientistas de todo o país. Afinal, ninguém queria ficar de fora desse que foi o maior evento de orientação tipo sprint do continente.
O campeonato foi composto por quatro percursos - um deles em horário noturno - ao longo de três dias. Numa avaliação geral, o evento foi muito bem organizado. Pequenos detalhes precisam ser melhorados para a próxima edição, a qual provavelmente ocorrerá em 2019. Em conversas com alguns participantes, ficou claro que as expectativas foram atendidas ou até mesmo superadas.
Vale ressaltar que essa foi, para muitos, uma grande e primeira oportunidade de praticar a orientação sprint. A IOF tem investido bastante na modalidade, com o intuito de aumentar a visibilidade do esporte, incrementar o número de praticantes e, quiçá, entrar para o seleto grupo dos esportes olímpicos.
Quanto à definição da sede do CamBOS, foi uma ótima escolha. Curitiba é uma cidade muito bem preparada para o turismo, de fácil acesso, com rede hoteleira diversificada e preços para todos os gostos. Os locais escolhidos para os percursos foram desafiadores e  capazes de inserir os orientistas em ótimos locais de visitação. Destaque para o Jardim Botânico, que foi utilizado como percurso treino; para o Museu Oscar Niemeyer, na primeira disputa (noturna); e para o Parque Tingui, na disputa matutina do segundo dia de competições.
As listas de partida, resultados e mapas foram disponibilizados a contento no sítio oficial do evento.
Abaixo seguem os mapas da categoria H35A, com as minhas escolhas (clique para ampliar).




Meu desempenho geral foi razoável, já que terminei na sexta colocação da categoria. A expectativa inicial era de chegar ao pódio na categoria. Os motivos desse desempenho abaixo do esperado foram, entre outros, algumas escolhas de rota equivocadas que tomaram bastante tempo, velocidade abaixo do necessário e até o inusitado travamento da agulha da bússola (sim, fiquei sem bússola no percurso do Parque Tingui. Perdi mais de um minuto tentando destravar a agulha. Jamais deixe o objeto junto do celular). Vou comentar somente algumas rotas as quais, na minha opinião, merecem destaque. Infelizmente, tive problemas com o vídeo da última disputa, justo a minha melhor prova. Mas se algum orientista quiser publicar, basta avisar aqui nos comentários ou mandar um email. Será muito útil para nossa comunidade.

Percurso Centro Cívico
Rota do ponto 1 para o ponto 2
O que planejei: contornar a área cercada chegando até o ponto.
O que fiz: inicialmente saí pelo lado esquerdo, mas desisti e rumei pelo lado direito da área cercada. Ao chegar na quina da cerca, desci as curvas de nível acreditando que seria melhor atacar o ponto por baixo. Ao perceber o erro, subi novamente mas saí à frente, me deslocando na direção oeste. Somente ao chegar no calçamento, percebi o erro e retornei ao ponto.
O que deveria ter feito: tanto pela direita quanto pela esquerda ambas escolhas seriam bem sucedidas. A diferença entre as duas, em termos de distância, é mínima.

Rota do ponto 2 para o ponto 3
O que planejei: seguir o mais próximo da linha vermelha, em direção ao ponto.
O que fiz: ao chegar no fim do estacionamento, me atentei que havia uma passagem intransponível próxima ao espelho dágua. A solução, então, foi contornar o espelho dágua pelo lado leste (direita). Por receio, segui pela calçada no nível da rua.
O que deveria ter feito: uma leitura mais atenta dos detalhes de toda a rota antes de partir em velocidade. Iniciar a rota entre os dois prédios, contornando o estacionamento e o espelho dágua pela direita.

Percurso Parque Tingui
Rota do triângulo (prisma zero) para o ponto 1
O que planejei: não houve planejamento inicial, já que tentei orientar o mapa usando a bússola. Mas o equipamento estava com a agulha travada.
O que fiz: passei alguns segundos batendo a bússola na intenção de que a agulha se movimentasse corretamente. Uma situação inusitada. Não confiei na solução e, somente após quase um minuto, decidi orientar o mapa pelo terreno, iniciando a prova em definitivo. Para evitar erros, optei pela rota contornando o quarteirão pelo sul, conforme rota amarela na figura.
O que deveria ter feito: orientar o mapa rapidamente pelo próprio terreno, já que em provas sprint a bússola é pouco utilizada. Seguir a rota pelo lado oeste imediatamente após o prisma zero, conforme pontilhado em vermelho.

Rota do ponto 6 para o ponto 7
O que planejei: atravessar a ponte e os calçamentos, atacando o ponto.
O que fiz: observem que ataquei o ponto erroneamente, na área de vegetação mais ao norte. Não atentei para a posição do ponto numa área branca. Insisti no erro contornando toda a área. Voltei para o calçamento e corrigi o erro.
O que deveria ter feito: seguir conforme o planejamento. A pista asfaltada seria a barreira de segurança. A contagem de passos e uma leitura correta do mapa evitariam os 90 segundos perdidos.

Percurso Universidade Tuiuti
Rota do ponto 2 para o ponto 3
O que planejei: saindo do ponto 2, seguir pelas ruas no sentido sudoeste, conforme rota em amarelo.
O que fiz: segui conforme o planejado.
O que deveria ter feito: seguir pela rota destacada em pontilhado na figura, sentido norte e depois oeste, aparentemente causaria menos desgaste físico. Observem que, pelas curvas de nível, essa opção seria quase toda em declive. Ainda, nas proximidades do ponto 3 existia a possibilidade de passar por uma área de vegetação hachurada. Mas o deslocamento seria mais lento que a corrida livre pela rua.

Rota do ponto 5 para o ponto 6
O que planejei: passar novamente pelo ponto 3, subindo em direção ao portão de entrada do campo, conforme a rota em amarelo. Chegar ao ponto pelo calçamento.
O que fiz: segui conforme o planejado.
O que deveria ter feito: alguns colegas adentraram à área de vegetação hachurada, conforme pontilhado, atacando o ponto 6 pelo lado sul. Entretanto, o tempo de deslocamento para essa alternativa foi maior. Portanto, a rota limpa conforme planejei parece ter sido a melhor solução.

Percurso Jockey - Colégio Militar de Curitiba
Rota do ponto 2 para o ponto 3
O que planejei: contornar a segunda arquibancada pelo lado oeste (esquerda), atacando o ponto pela frente.
O que fiz: segui conforme o planejado.
O que deveria ter feito: a opção de progressão pelo lado direito da segunda arquibancada era uma rota limpa a ser considerada.Talvez a maior diferença de tempo se daria por conta da escadaria para sair da arquibancada onde está o ponto 2.

Rota do ponto 6 para o ponto 7
O que planejei: sair pelo lado sul da construção, entrando no portão do CMC em seguida.
O que fiz: me deparei com um muro intransponível (devidamente sinalizado no mapa). A solução foi contornar a construção, conforme observado na rota em amarelo.
O que deveria ter feito: aqui o importante era observar as passagens existentes. Uma alternativa era pegar a saída do Jockey pelo lado leste, conforme pontilhado. Mas a melhor opção foi a adotada na rota em amarelo.

Este vídeo é da etapa Universidade Tuiuti. Observem que essa etapa apresentou uma rota cuja leitura das curvas de nível foi determinante. Também tive problemas no último ponto antes da chegada. Nitidamente, foi uma perda de concentração.

O próximo vídeo é do Percurso Centro Cívico. A primeira prova do campeonato, ocorrida em horário noturno.

Abaixo o vídeo do Parque Tingui, onde tive um problema logo no início da prova. Jamais deixem sua bússola próxima a objetos de indução eletromagnética! Esse não foi o fator determinante para meu tempo alto, mas fica o alerta para que vocês não passem por essa situação.


O álbum de fotos com imagens de todo o torneio pode ser acessado clicando aqui.

De aspectos negativos nesse CamBOS2017, somente os mosquitos no Parque Tingui, falta de local para acomodar os acompanhantes na Universidade Tuiuti e a impressão e laminação dos mapas para o percurso noturno (o ideal seria o acabamento fosco, evitando os reflexos). Pouca coisa, que não diminui em nada a grandiosidade do evento.

E você, orientista? Qual sua opinião sobre esse campeonato? Compartilhe com os leitores suas ideias a respeito.

Boas rotas \o/
orientistaemrota


quarta-feira, 14 de junho de 2017

Caixa Brasília Outdoor Adventure - Corrida de Aventura também é para orientistas

Olá, estimados orientistas.

Participei de uma Corrida de Aventura (orientação+caiaque+rapel+oribike) aqui em Brasília no último final de semana (Caixa Brasília Outdoor Adventure - BOA) e fazer parte deste evento trouxe muitos aprendizados. Também várias reflexões quanto às inevitáveis comparações com nossas provas de Orientação.

"Quando decidi fazer corrida de Orientação, o objetivo inicial era me preparar para participar, no futuro, de uma corrida de aventura. Passados mais de 8 anos, me considero um orientista de fato. E só agora participei oficialmente da minha primeira atividade multi-esportiva".

Sabemos o quanto é complicado montar uma prova de Orientação. É necessário envolvimento de uma equipe grande e seus membros devem conhecer bem o esporte, para diminuir a possibilidade de erros. Além disso, a logística para montagem e desmontagem dos percursos requer gastos com transporte de equipamentos. O planejamento e execução da prova, em si, demanda bastante energia dos envolvidos. E tudo isso tem um custo.
Imaginem agora uma prova de Corrida de Aventura. O mapa não é tão detalhado quanto o nosso, que segue os padrões internacionais ISOM e ISSOM. Mas ainda assim, é necessário um mapa com as demarcações dos Pontos de Controle (PC). Como envolvem modalidades múltiplas, é necessária a oferta de pontos de transição. No caso da BOA, foram montadas transições para a canoagem, para o rapel e para o oribike (chamo de oribike porque a parte de mountainbike requeria, também, a navegação e busca pelos Pontos de Controle). E ainda há o fator tempo, pois é uma atividade de longa duração.
A organização da BOA providenciou os caiaques, remos, SportIdent (a apuração e materiais de orientação ali estavam mediante acordo com a FODF) e equipamento de rapel 'gratuitamente'. Já os coletes e parte do conjunto de primeiros socorros puderam ser alugados à parte. Bicicletas e demais equipamentos ficaram a cargo dos competidores. A Arena contou com frutas, hidratação, almoço (pago à parte) e amenidades ofertadas por alguns patrocinadores.
Quanto custou participar da BOA? Minha dupla pagou R$235,00 por integrante, já que perdemos o prazo com desconto. O número de participantes ficou limitado a 190. Creio que o limite tenha sido aplicado por conta dos equipamentos disponíveis e, também, por medida de segurança.
Esta é a segunda edição da prova (a primeira foi em 2016) e dessa vez houve uma participação maior de orientistas (uns dez inscritos, será?). Vale ressaltar que foram realizadas várias oficinas de orientação, de rapel e de canoagem. Também palestras com ícones da corrida de aventura e das suas sub-modalidades. As informações das atividades prévias foram devidamente divulgadas no site do evento. E assim a adesão à prova foi só aumentando, até que foram completadas todas as vagas.
Tudo isso dentro de um plano estratégico que, creio eu, se demonstrou eficaz. Eram claros nos rostos de todos que completavam a prova o reconhecimento e a alegria por fazerem parte de um evento tão bem cuidado. Ainda hoje leio os relatos nas redes sociais e o grau de satisfação dos participantes demonstra alto envolvimento e aparente garantia de que a próxima etapa terá igual ou maior sucesso; mais praticantes da modalidade; mais gente disposta a sair cedo de casa e se superar em uma prova que exige muito do físico, do emocional e do raciocínio.

Agora deixo algumas perguntas para refletirmos sobre melhorias para nossa Orientação: quanto pagamos por nossa participação em etapas? O que temos em troca? Como se dá o envolvimento do organizador com os "clientes"? Qual a oferta de atrativos (turísticos inclusive) existe na região das nossas competições? O que vamos fazer para que esses participantes da BOA se tornem orientistas efetivos?
Afirmo que muitos participantes da BOA nunca participaram de uma prova oficial com a chancela da CBO. Um dos motivos parece estar relacionado ao grau de abertura/flexibilidade para novos interessados.
Lá na BOA ouvi o relato de uma participante sobre a tentativa que ela fez para participar de uma prova da FODF. Em resumo, uma pessoa que praticava Orientação na Paraíba e que se mudou para Brasília. Procurou a FODF para participar de provas locais mas, infelizmente, a falta de informações objetivas e a 'obrigação' de ter que se filiar foram barreiras.
Até que ponto nossa formalística tem ajudado aqueles que querem aprender o esporte? Não vou longe: por que o valor de inscrição para não filiados é tão alto? Ora, se o evento já está montado e surgem pessoas interessadas em conhecer o esporte, não seria mais benéfico termos alguns mapas específicos para esses novos interessados (quiçá gratuitamente, com ajuda de voluntários)?
Bom, são muitas perguntas. Muitas respostas óbvias também. Espero que essas mesmas perguntas e respostas sejam um incentivo para que nossa rota guie a Orientação brasileira rumo à evolução.

Se você é um(a) leitor(a) que participou da BOA, tenho certeza que percebeu o quão importante é saber se orientar. Esteja certo(a) de que os orientistas estão de braços abertos para dividir os conhecimentos que adquirimos com a prática da modalidade.
Aos orientistas, tenho certeza que o pessoal da Corrida de Aventura também quer nos apresentar sua modalidade. Vamos lá!!!

Ah, abaixo o mapa com as rotas da minha equipe. Conseguimos conquistar um segundo lugar na Dupla Masculino SHORT. Nosso objetivo era tão somente completar a prova. Na Solo Masculino SHORT o Marcelo Cruz (COMIB) chegou em quinto. Já na modalidade Quarteto PRO, destaco a presença dos orientistas Pivoto e Danilo (COMIB) como integrantes da equipe campeã.


Clique na foto para ampliar e ver os detalhes. Notem que o primeiro trecho de caiaque foi bastante complicado, pois tivemos dificuldade em manter a proa. Foi um desgaste físico enorme já que o caiaque 'insistia' em ficar de lado. Também a rota entre os PC 3 e 4 contou com um erro de leitura de mapa. Mas depois nos recuperamos e conseguimos ultrapassar os concorrentes antes mesmo de chegarmos ao PC 9.
Para efetuar o log da rota, utilizamos o logger IgotU, que não possui tela nem comunicação (pois na corrida de aventura, assim como em provas de Orientação, não é permitido o uso de equipamentos de auxílio à navegação, exceto a bússola). Ah, esqueci de comentar que algumas equipes foram acompanhadas com o uso de rastreador GPS (na BOA foi utilizado o Spot) fornecido pela organização. Isso já acontece em algumas provas de Orientação lá fora.
Especiais agradecimentos à minha esposa e familiares (minha torcida oficial), ao companheiro de equipe Othon (COTi), ao Pedro Lavinas e seu staff, ao Marcelo Cruz (COMIB) e à Rennaly, que chegou ao pódio na Solo Feminino SHORT e motivou parte deste post.


Como sempre, não deixem de comentar aqui, por email ou nos canais facebook, instagram, tweeter ou youtube suas impressões sobre este post.

Boas rotas \o/
orientistaemrota