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domingo, 5 de junho de 2016

Gerenciando perigos e riscos numa prova de Orientação

Olá, estimados orientistas.

Nossa última conversa abordou um tema muito delicado, mas que carece de mais atenção por parte da comunidade orientista brasileira. E o título do bate papo de hoje, apesar de chocante para alguns, me parece bem apropriado. Vamos orientar nosso mapa, então?

As provas de Orientação são realizadas em ambientes urbanos ou rurais. E cada um desses ambientes apresenta seus perigos e riscos.

Em defesa do esporte, algumas pessoas com as quais conversei acham que não é benéfico listar os perigos e riscos que podemos encontrar numa prova de Orientação. Para eles, isso poderia diminuir o interesse pela modalidade criando uma imagem que reduziria o entusiasmo dos atuais e futuros orientistas.

Entretanto, acredito numa outra linha de raciocínio. Todo esporte outdoor traz seus perigos e riscos. Seja no ciclismo, seja numa corrida cross country, numa prova de canoagem, vôlei de praia (sim, areia nos olhos ou torções de tornozelo acontecem!) ou qualquer outra modalidade na qual o competidor tem que promover grandes movimentos. O enxadrista ou o jogador de poker possuem uma exposição menor a perigos e riscos decorrentes da prática de suas respectivas modalidades. Mas nós, orientistas, gostamos do contato com a natureza. Gostamos de decifrar o mapa. Gostamos de poder escolher nossas próprias rotas. E gostamos, claro, de estar inteiramente bem no final de uma prova para discutir as estratégias, os erros e acertos com os demais orientistas e familiares.

Ao identificar os principais perigos e avaliar os riscos provenientes de suas consequencias, em termos de probabilidade e severidade, estamos tratando de tornar mais segura a prática da corrida de Orientação. No caso específico da nossa modalidade, eu, como competidor, me sentirei mais seguro caso a organização marque no mapa uma região onde há grande incidência de urtigas (veja um exemplo aqui). Poderei traçar uma rota que não irá me expor às queimaduras que este vegetal provoca.
Mapa com indicação de perigo para regiões com urtigas. Copane 2015.
Uma região com incidência de cercas eletrificadas deve ser conhecida e cabe à organização assegurar que o equipamento está desativado, antes de liberar a área para a competição. Se há uma parte da área cuja travessia é próxima a grandes acidentes topográficos, a colocação de um balizamento é uma iniciativa benéfica que vai diminuir a probabilidade de que algum atleta se exponha desnecessariamente aos riscos de enfrentar o relevo desfavorável. Se desconhecemos o grau de pureza de uma fonte de água bruta,  vamos nos certificar de que os pontos de hidratação ofertem somente água de procedência conhecida e adequada para nossos competidores.

A tabela abaixo é um exemplo de exercício para identificar perigos e riscos em provas tipo Sprint e tipo Tradicional, com base meramente em minha parca experiência como orientista (para facilitar o entendimento dos leigos, alguns conceitos podem estar em desacordo com a atual literatura sobre o tema):


Mas depois de identificados estes tais perigos e riscos, o que devemos fazer?

Ora, depois de conhecer melhor os aspectos que oferecem condições danosas aos competidores e ao próprio pessoal da organização (os mapeadores e os montadores de percurso são, provavelmente, os membros das equipes  mais expostos aos riscos), é hora de avaliar a ocorrência em termos de probabilidade e severidade. Depois disso, adotar a estratégia de: 1) aceitar perigos e riscos tal qual eles se apresentam; 2) eliminar as fontes de perigos e riscos; 3) isolar os perigos e riscos; ou 4) mitigar (atenuar, reduzir) os riscos. Todo este processo pode ser chamado de Gestão de Riscos.

Notem que em muitos desses perigos identificados e riscos avaliados, a principal estratégia será a mitigação ou o isolamento. Definição da área da prova, uso de rotas balizadas, demarcação de áreas de passagem proibida ou perigosas, traçados dos percursos, avaliação do grau de conhecimento técnico dos orientistas, melhorar os cursos de formação, ampliar a oferta de treinamentos específicos para praticantes, uso de melhores calçados, uso de protetores oculares, aquisição de apitos, utilização de áreas balizadas para novatos, inclusão de pontos de resgate em pontos estratégicos da área de competição (não apenas na linha de chegada), adoção de briefing pré-provas, equipes da organização dotadas de rádios-comunicadores... estes são alguns exemplos de atitudes que podem diminuir a probabilidade de que um acidente ocorra ou, caso ocorra, que sejam menos severas as consequências ao competidor.
Mapa com equipe avançada de resgate (cruz vermelha). WMOC 2012.
Então, amigos orientistas, proponho que seja adotada a prática de identificar os perigos e avaliar os riscos existentes em todas as atividades da nossa modalidade. Conhecendo esses aspectos, tanto a organização responsável, quanto os próprios atletas terão melhores condições de implantar barreiras adequadas para diminuir ao máximo a exposição aos riscos avaliados.

Não deixe de comentar este pequeno artigo. Participe e ajude a comunidade orientista a tornar mais seguras nossas competições e nosso esporte.


Boas rotas \o/
orientistaemrota

sábado, 28 de novembro de 2015

Sobre a (Corrida de) Orientação no Brasil, mídias e tendências

Olá, estimados orientistas.

O ano de 2015 parece notadamente rumar para se tornar um marco na história da (Corrida de) Orientação Brasileira.
Não só pela mudança no comando da CBO mas, também, pelo engajamento dos organizadores dos eventos e a participação cada vez mais inteligente dos antigos e novos orientistas. Também é clara a crescente oferta de materiais de divulgação e promoção do esporte.
Hoje os orientistas têm disponíveis, entre outros produtos, a revista eletrônica Prismagazine e o canal de vídeos,  quase homônimo, Orientista em Foco. Dois grandes incrementos que estão ajudando a retirar da caixa nossa modalidade desportiva. Ainda temos os belos escritos trazendo a visão europeia da orientação em nossa língua, a página Orientovar (clique aqui para ler uma entrevista na qual explicamos como surgiu a ideia de criar o orientistaemrota).
Neste contexto, seguimos aqui, em formato de blog, mantendo a mesma linha editorial.  Sempre na terceira pessoa do plural, porque este espaço é nosso! Independência, olhar atento e o uso sustentável das palavras em defesa do esporte e dos orientistas são marcas inerentes e permanentes aqui em nosso canto. Sempre acompanhando as novidades e na torcida para que todas as ferramentas criadas sigam na rota do avanço.
Embora tendo que encontrar espaço entre as atividades laborais e a vida particular para escrever, não está em nossos planos deixar de avaliar, opinar e contribuir, de forma responsável, para que a Orientação brasileira alcance o primor percebido nos nossos vizinhos europeus.
Dentre os projetos para 2016, temos o interesse em participar, avaliar e dividir com vocês as impressões das etapas de torneios municipais e estaduais. As análises de rotas serão mais presentes. Também vamos continuar buscando divulgar e debater melhorias para as atuais regras. Inclusive temos um espaço específico no facebook que pode muito bem ser utilizado para este propósito. Quem tiver interesse, solicite participar do grupo "Orientistas". Hoje, o grupo moderado conta com mais de 500 integrantes (comprovadamente orientistas) os quais têm acesso a enquetes e podem participar ativamente de discussões inerentes à Orientação.
Por falar em debate, lembramos que no início do próximo ano será realizada a primeira Assembléia Geral Ordinária da nova gestão CBO. Dessa vez a reunião será em Brasília. Se tiver alguma manifestação, não hesite em contribuir para este momento.

Boas rotas \o/
orientistaemrota

sábado, 10 de dezembro de 2011

Campeonato Sulamericano de Orientação 2011 - dia 2

Olá, orientistas.

No dia 2 de competições do CSO 2011 os atletas da categoria Elite demonstraram bastante técnica e velocidade.
Pela manhã houve a seletiva na qual os 12 primeiros homens e as 7 primeiras damas se classificaram para uma emocionante disputa que ocorreria à tarde.



No período vespertino houve a disputa final da Categoria Elite Homens/Damas e a prova Sprint para as demais categorias. Dessa vez, ao contrário do dia anterior (Revezamento), os percursos propiciaram muita velocidade e exigiram grande concentração na tomada de decisões.




O CSO é um disputa composta por três provas: Sprint, percurso Médio e percurso Longo. O resultado final é a somatória dos pontos obtidos nessas etapas. Em paralelo há a disputa do Sprint em duas fases para os atletas da categoria Elite.

Pela ordem, esses são os vencedores do Sprint na categoria Elite:
Damas: Lena Eliasson, Letícia Saltori, Miriam Pasturiza, Elaine Lenz e Tânia Carvalho;
Homens: Sidnaldo Farias, Cleber Vidal, Ronaldo Castelo, Vanderlei Bortoli e Leandro Pasturiza.



Encerrada a fase uruguaia do CSO, os dois últimos percursos Médio e Longo serão realizados em terras brasileiras. A disputa começa às 10h e a relação com os horários de partida já está disponível no sítio da CBO.



Aproveitando o momento, gostaríamos de deixar registrado nosso agradecimento ao amigo português Joaquim Margarido, responsável pelo blogue http://orientovar.blogspot.com. Joaquim tem publicado excelentes matérias apoiando e divulgando a orientação e os orientistas brasileiros. \o/

Para ver as fotos do evento, clique aqui.

Boas rotas!
Antonio Carlos Silva
orientistaemrota