terça-feira, 26 de setembro de 2017

Análise de Rotas - IV Etapa do CODF 2017

Olá, estimados orientistas.

As análises de rota são uma oportunidade incrível de aprendermos mais sobre a corrida de Orientação e uma forma eficaz de aprimorar a técnica. Hoje vamos tratar do mapa da IV Etapa do Campeonato de Orientação do DF, na categoria H21E.

(Editado em 27/09: incluídos comentários do traçador Antonio Dmeterko, sobre a rota do ponto 09 para o ponto 10)

É um mapa bastante técnico, fidedigno e que apresentou um terreno complicado. Notem que a distância em linha reta foi de "apenas" 5,7 km. O tempo do vencedor foi de 1h. Portanto, um mapa de progressão lenta.
Dois aspectos interessantes a ressaltar são a quantidade de afloramentos rochosos e o clima quente e seco que domina o cerrado nessa época do ano (mês de agosto).
Como citado em outras análises de rotas, minha meta é completar o mapa percorrendo, no máximo, 20% a mais da distância da linha vermelha e num pace médio de, até, 7 minutos por quilômetro.
Nessa etapa, portanto, considerando que a linha vermelha era de 5,7 km, para alcançar a minha meta, deveria percorrer, no máximo, 6,8 km. Essa distância, num pace de 7'/km, levaria aproximadamente 49 minutos.
Cometi alguns erros e completei a prova em 1h44', percorrendo 8,1 km.
Nas próximas linhas, vou tentar explicar melhor o que aconteceu para este resultado (clique nas imagens caso queira ampliar). 

Este é o mapa da prova:

Este é o mapa com as minhas escolhas:


Rota do ponto 3 para o ponto 4

O que planejei: seguir até a estrada, virar à esquerda, pegar a estrada que contorna a cerca, contar a distância e atacar o ponto a partir da cerca em ângulo de 90 graus.
O que fiz: segui conforme o planejado.
O que deveria ter feito: a estratégia não foi ruim. Mas percorri 140m além da distância da linha vermelha. Avalei que seria melhor adotar a rota mais segura no início da prova, para ir ganhando confiança. Entretanto, seguir pela linha vermelha era uma excelente opção.


Rota do ponto 09 para o ponto 10
Aqui vou copiar, na íntegra, os comentários do traçador Antonio Dmeterko. As setas na cor rosa são opções. Meu planejamento era seguir pela ruína da cerca, mas acabei mudando o planejado dada a dificuldade de progressão. Segui pela curva de nível, ainda com dificuldades. Fui descendo em diagonal e cheguei (por sorte) no "vão" comentado pelo traçador. De fato, não tive a capacidade de avaliar a passagem demarcada no mapa. Com a palavra, o traçador Dmeterko:

Como traçador dos Percursos do evento em questão, quero dizer que já esperava as dificuldades encontradas na rota do PC 09 para o 10. Terreno muito difícil. O que me surpreendeu foi o fato de nenhum dos três atletas analisados ter usado a brecha de 404 que havia bem no meio dessa vegetação 409. Para quem não foi próximo da linha vermelha essa era a melhor opção. Provavelmente o susto da dificuldade da primeira "encarada" naquela área tão difícil e a ruína de cerca levaram os três a não vislumbrarem essa opção acima mencionada.

Já o teu erro do 13 para o 14 deve ter sido por natural descuido e desconcentração, pois tinha acabado de sair de uma área muito difícil para uma área relativamente bem fácil e, possivelmente deu aquela "relaxada" natural.

E o erro do 14 para o 15 é o velho problema de quem comete um erro crasso num ponto e tenta recuperar. É muito comum repetir-se o erro nessa situação.


Mais uma vez, obrigado, Dmeterko \o/

Rota do ponto 13 para o ponto 14

O que planejei: pegar a trilha à frente do ponto 13 em direção à região do ponto 14. Ao final da região rochosa e quedas d'água, contornar a vegetação mais fechada à direita e atacar o ponto.
O que fiz: segui conforme o planejado até passar pelas formações rochosas. Adotei como ponto de controle uma queda d'água. Ocorre que passei da região e, na borda do mapa, utilizei uma outra queda d'água mais à frente como sendo meu check point inicial. Como resultado, acabei saindo do mapa e demorei para perceber o erro. Voltei algumas vezes ao rio, tentando identificar a posição exata. Percorri pouco mais de 300m além do estimado, em baixa velocidade. Somente após fazer uma leitura da vegetação é que percebi a real posição do ponto 14, sendo atacado e encontrado finalmente.
O que deveria ter feito: seguir conforme o planejado, adotando como check point as formações rochosas, além de realizar a contagem da distância percorrida. O ponto de segurança deveria ser o encontro de trilhas na borda do mapa.

Rota do ponto 14 para o ponto 15

O que planejei: voltar para a trilha e, mais uma vez adotando uma queda d'água como referência, atacar o ponto 15.
O que fiz: segui como planejado e o equívoco me custou mais tempo e distância percorridos sem efetividade. Voltei ao ponto 14 e, de lá, azimutei para o ponto 15. Foram mais de 6 minutos perdidos, além do esforço físico para percorrer 450m em excesso. Vale somar, ainda, o abalo mental provocado pelo segundo erro em sequência.
O que deveria ter feito: azimutar do ponto 14 rumo ao ponto 15, seguindo o mais próximo da linha vermelha.


Para tornar mais interessante essa análise de rotas, fiz um pequeno vídeo utilizando o QuickRoute e a plataforma de análises 3DReRun. Convido todos vocês a assistirem de forma a complementar o que foi escrito neste post.

Não deixem de comentar essa análise e contribuir para melhorar a qualidade do nosso blog.

Boas rotas \o/
orientistaemrota