quinta-feira, 21 de dezembro de 2017

Campeonato Brasileiro de Orientação Sprint - CamBOS 2017

Olá, estimados orientistas.

Quem nos acompanha pelas redes sociais esteve mais perto dos acontecimentos durante essa primeira edição do CamBOS. Este campeonato foi sediado em Curitiba-PR, e contou com a grata presença de orientistas de todo o país. Afinal, ninguém queria ficar de fora desse que foi o maior evento de orientação tipo sprint do continente.
O campeonato foi composto por quatro percursos - um deles em horário noturno - ao longo de três dias. Numa avaliação geral, o evento foi muito bem organizado. Pequenos detalhes precisam ser melhorados para a próxima edição, a qual provavelmente ocorrerá em 2019. Em conversas com alguns participantes, ficou claro que as expectativas foram atendidas ou até mesmo superadas.
Vale ressaltar que essa foi, para muitos, uma grande e primeira oportunidade de praticar a orientação sprint. A IOF tem investido bastante na modalidade, com o intuito de aumentar a visibilidade do esporte, incrementar o número de praticantes e, quiçá, entrar para o seleto grupo dos esportes olímpicos.
Quanto à definição da sede do CamBOS, foi uma ótima escolha. Curitiba é uma cidade muito bem preparada para o turismo, de fácil acesso, com rede hoteleira diversificada e preços para todos os gostos. Os locais escolhidos para os percursos foram desafiadores e  capazes de inserir os orientistas em ótimos locais de visitação. Destaque para o Jardim Botânico, que foi utilizado como percurso treino; para o Museu Oscar Niemeyer, na primeira disputa (noturna); e para o Parque Tingui, na disputa matutina do segundo dia de competições.
As listas de partida, resultados e mapas foram disponibilizados a contento no sítio oficial do evento.
Abaixo seguem os mapas da categoria H35A, com as minhas escolhas (clique para ampliar).




Meu desempenho geral foi razoável, já que terminei na sexta colocação da categoria. A expectativa inicial era de chegar ao pódio na categoria. Os motivos desse desempenho abaixo do esperado foram, entre outros, algumas escolhas de rota equivocadas que tomaram bastante tempo, velocidade abaixo do necessário e até o inusitado travamento da agulha da bússola (sim, fiquei sem bússola no percurso do Parque Tingui. Perdi mais de um minuto tentando destravar a agulha. Jamais deixe o objeto junto do celular). Vou comentar somente algumas rotas as quais, na minha opinião, merecem destaque. Infelizmente, tive problemas com o vídeo da última disputa, justo a minha melhor prova. Mas se algum orientista quiser publicar, basta avisar aqui nos comentários ou mandar um email. Será muito útil para nossa comunidade.

Percurso Centro Cívico
Rota do ponto 1 para o ponto 2
O que planejei: contornar a área cercada chegando até o ponto.
O que fiz: inicialmente saí pelo lado esquerdo, mas desisti e rumei pelo lado direito da área cercada. Ao chegar na quina da cerca, desci as curvas de nível acreditando que seria melhor atacar o ponto por baixo. Ao perceber o erro, subi novamente mas saí à frente, me deslocando na direção oeste. Somente ao chegar no calçamento, percebi o erro e retornei ao ponto.
O que deveria ter feito: tanto pela direita quanto pela esquerda ambas escolhas seriam bem sucedidas. A diferença entre as duas, em termos de distância, é mínima.

Rota do ponto 2 para o ponto 3
O que planejei: seguir o mais próximo da linha vermelha, em direção ao ponto.
O que fiz: ao chegar no fim do estacionamento, me atentei que havia uma passagem intransponível próxima ao espelho dágua. A solução, então, foi contornar o espelho dágua pelo lado leste (direita). Por receio, segui pela calçada no nível da rua.
O que deveria ter feito: uma leitura mais atenta dos detalhes de toda a rota antes de partir em velocidade. Iniciar a rota entre os dois prédios, contornando o estacionamento e o espelho dágua pela direita.

Percurso Parque Tingui
Rota do triângulo (prisma zero) para o ponto 1
O que planejei: não houve planejamento inicial, já que tentei orientar o mapa usando a bússola. Mas o equipamento estava com a agulha travada.
O que fiz: passei alguns segundos batendo a bússola na intenção de que a agulha se movimentasse corretamente. Uma situação inusitada. Não confiei na solução e, somente após quase um minuto, decidi orientar o mapa pelo terreno, iniciando a prova em definitivo. Para evitar erros, optei pela rota contornando o quarteirão pelo sul, conforme rota amarela na figura.
O que deveria ter feito: orientar o mapa rapidamente pelo próprio terreno, já que em provas sprint a bússola é pouco utilizada. Seguir a rota pelo lado oeste imediatamente após o prisma zero, conforme pontilhado em vermelho.

Rota do ponto 6 para o ponto 7
O que planejei: atravessar a ponte e os calçamentos, atacando o ponto.
O que fiz: observem que ataquei o ponto erroneamente, na área de vegetação mais ao norte. Não atentei para a posição do ponto numa área branca. Insisti no erro contornando toda a área. Voltei para o calçamento e corrigi o erro.
O que deveria ter feito: seguir conforme o planejamento. A pista asfaltada seria a barreira de segurança. A contagem de passos e uma leitura correta do mapa evitariam os 90 segundos perdidos.

Percurso Universidade Tuiuti
Rota do ponto 2 para o ponto 3
O que planejei: saindo do ponto 2, seguir pelas ruas no sentido sudoeste, conforme rota em amarelo.
O que fiz: segui conforme o planejado.
O que deveria ter feito: seguir pela rota destacada em pontilhado na figura, sentido norte e depois oeste, aparentemente causaria menos desgaste físico. Observem que, pelas curvas de nível, essa opção seria quase toda em declive. Ainda, nas proximidades do ponto 3 existia a possibilidade de passar por uma área de vegetação hachurada. Mas o deslocamento seria mais lento que a corrida livre pela rua.

Rota do ponto 5 para o ponto 6
O que planejei: passar novamente pelo ponto 3, subindo em direção ao portão de entrada do campo, conforme a rota em amarelo. Chegar ao ponto pelo calçamento.
O que fiz: segui conforme o planejado.
O que deveria ter feito: alguns colegas adentraram à área de vegetação hachurada, conforme pontilhado, atacando o ponto 6 pelo lado sul. Entretanto, o tempo de deslocamento para essa alternativa foi maior. Portanto, a rota limpa conforme planejei parece ter sido a melhor solução.

Percurso Jockey - Colégio Militar de Curitiba
Rota do ponto 2 para o ponto 3
O que planejei: contornar a segunda arquibancada pelo lado oeste (esquerda), atacando o ponto pela frente.
O que fiz: segui conforme o planejado.
O que deveria ter feito: a opção de progressão pelo lado direito da segunda arquibancada era uma rota limpa a ser considerada.Talvez a maior diferença de tempo se daria por conta da escadaria para sair da arquibancada onde está o ponto 2.

Rota do ponto 6 para o ponto 7
O que planejei: sair pelo lado sul da construção, entrando no portão do CMC em seguida.
O que fiz: me deparei com um muro intransponível (devidamente sinalizado no mapa). A solução foi contornar a construção, conforme observado na rota em amarelo.
O que deveria ter feito: aqui o importante era observar as passagens existentes. Uma alternativa era pegar a saída do Jockey pelo lado leste, conforme pontilhado. Mas a melhor opção foi a adotada na rota em amarelo.

Este vídeo é da etapa Universidade Tuiuti. Observem que essa etapa apresentou uma rota cuja leitura das curvas de nível foi determinante. Também tive problemas no último ponto antes da chegada. Nitidamente, foi uma perda de concentração.

O próximo vídeo é do Percurso Centro Cívico. A primeira prova do campeonato, ocorrida em horário noturno.

Abaixo o vídeo do Parque Tingui, onde tive um problema logo no início da prova. Jamais deixem sua bússola próxima a objetos de indução eletromagnética! Esse não foi o fator determinante para meu tempo alto, mas fica o alerta para que vocês não passem por essa situação.


O álbum de fotos com imagens de todo o torneio pode ser acessado clicando aqui.

De aspectos negativos nesse CamBOS2017, somente os mosquitos no Parque Tingui, falta de local para acomodar os acompanhantes na Universidade Tuiuti e a impressão e laminação dos mapas para o percurso noturno (o ideal seria o acabamento fosco, evitando os reflexos). Pouca coisa, que não diminui em nada a grandiosidade do evento.

E você, orientista? Qual sua opinião sobre esse campeonato? Compartilhe com os leitores suas ideias a respeito.

Boas rotas \o/
orientistaemrota


sexta-feira, 24 de novembro de 2017

Campeonato Brasileiro de Orientação Sprint e uma análise de rotas da final Sprint WMOC2017 para aquecimento

Olá, estimados orientistas.

Neste final de semana ocorre o primeiro campeonato brasileiro de orientação Sprint - CamBOS 2017. O evento é totalmente sediado em Curitiba-PR, e tem tudo para se tornar um marco na história da orientação brasileira.
Serão quatro provas ao todo, iniciando pelo sprint noturno hoje, sexta-feira. Mais de 300 competidores vão protagonizar este torneio, tendo ainda duas disputas no sábado e a grande final no domingo.
Segundo o diretor da prova, Antonio Dmeterko, teremos uma competição de alto padrão e a última disputa, no domingo, não deixará nada a desejar em comparação com as principais provas europeias.
Faremos toda a cobertura do evento aqui no blog e nas redes sociais facebook e instagram.
Maiores informações sobre o CamBOS (boletins, croquis, comparativos issom x isom, regulamento, lista de partida etc.) podem ser obtidas no sítio da CBO.

E como estamos falando em sprint, que tal uma pequena análise de rotas? O mapa abaixo é da disputa final do Sprint no WMOC2017, ocorrida em abril, na Nova Zelândia. Para quem não sabe, o WMOC é o Mundial de Masteres de Orientação. E este ano a competição integrou os Jogos Mundiais de Masteres, tendo como sede a cidade de Auckland. O Brasil participou com uma delegação de 11 competidores (a cobertura completa está aqui no blog).

Vamos estudar um pouco (clique nas imagens para ampliar)?

Abaixo o mapa da categoria M40 - Final B:
 E esse é o mapa com as minhas escolhas:

Observem os seguintes aspectos: todos os atletas foram informados sobre desclassificação automática caso pisassem em quaisquer dos pequenos jardins da área, demarcados em verde oliva; em alguns pontos, a rota do gps ficou falha, devido às construções; o ponto de passagem obrigatório estava balizado dentro de um túnel, sendo proibida a travessia pela avenida; os competidores obrigatoriamente tinham numeral no peito e nas costas.

Como se trata de um sprint, a escolha de rotas tem que ser rápida. Terminei a prova em sétimo, com quase dois minutos acima do melhor tempo. Assistam ao vídeo com as minhas rotas e comparem com as análises abaixo. Tentem identificar cada um dos erros que resultaram neste tempo e façam um exercício de escolha de rotas, observando os fragmentos do mapa, à esquerda do vídeo.



Rota do ponto 3 para o ponto 4:

O que planejei: seguir em azimute para o ponto 4.
O que fiz: desviei para a esquerda  pelo calçamento. No vídeo é possível notar que na saída do ponto 3, o aclive e a vegetação passam uma ligeira impressão de que a corrida não seria livre. Felizmente, foram poucos segundos perdidos.
O que deveria ter feito: seguir conforme o planejado.

Rota do ponto 6 para o ponto 7

O que planejei: atravessar a rua em linha reta até a quina da construção.
O que fiz: atravessei a rua em direção à primeira escada do prédio, depois, perdi tempo na correção do ponto de ataque.
O que deveria ter feito: seguir conforme o planejado.

Rota do ponto 13 para o ponto 14

O que planejei: após o balizamento, atacar o ponto 14 pela escadaria à direita.
O que fiz: ataquei o ponto pelo lado esquerdo.
O que deveria ter feito: seguido conforme o planejado. A vantagem, além da escada menor, seria já sair de frente para o ponto.

Rota do ponto 14 para o ponto 15

O que planejei: não me recordo. Mas é certo que perdi a noção de onde estava ou qual seria o próximo ponto.
O que fiz: observem que ao chipar o ponto, inicio o deslocamento voltando para a escada da esquerda. Percebo alguma diferença e retorno para o ponto 14. Depois disso, inicio muito lentamente o deslocamento para o ponto 15 passando sob a cobertura, entre os dois blocos. É provável que eu tenha feito um contra-azimute após girar o mapa dobrado, sem confirmar o norte. Outra possibilidade é que eu tenha confundido o ponto 14 com o ponto 23, ou tenha definido seguir direto para o ponto 17.
O que deveria ter feito: passar sob a cobertura entre os dois blocos.

Rota do ponto 15 para o ponto 16

O que planejei: não me recordo. A dificuldade em me localizar no ponto anterior permaneceu nessa nova rota.
O que fiz: no vídeo fica bem claro o erro. Ataquei o ponto de forma bastante lenta, e saí no contra azimute. Somente ao me deparar com as escadarias e visualizar a concentração de pessoas é que talvez tenha percebido minha real posição no mapa. Ainda me pergunto se não estava querendo seguir direto para o ponto de chegada, dada a proximidade dos círculos. A confirmação de que eu estava, agora, na direção correta, se deu ao passar pela escadaria ao lado do jardim.
O que deveria ter feito:  subir a escadaria em direção ao ponto 16, na rota óbvia.

Rota do ponto 17 para o ponto 18

O que planejei: após passar pelo ponto 20, descer para a rua e subir a escadaria, atacando o ponto ao final da mureta.
O que fiz: segui conforme o planejado.
O que deveria ter feito: a melhor opção, após passar pelo ponto 20, era subir pela passarela coberta, descer as escadas e atacar o ponto.

Todos esses erros me custaram segundos preciosos. Ao menos estava com boa condição física e fiz as escolhas corretas nos demais pontos do percurso. Estudar esse percurso também valeu para melhorar a estima. Não fossem esses detalhes, teria ficado numa posição bem melhor na classificação. Uma das minhas pernadas foi a mais rápida da categoria, e em várias outras fiquei nas primeiras posições. Também fica a lição para trabalhar melhor a concentração e observar a dobratura do mapa.

E você, vai participar do CamBOS? Acredita que essa análise pode te ajudar nas provas de sprint? Não deixe de emitir sua opinião sobre este post. É sempre um excelente momento para aprendermos juntos.

(Utilizei os seguintes equipamentos e programas: relógio suunto ambit, camera gopro, QuickRoute e Orientview)

Boas rotas \o/
orientistaemrota

segunda-feira, 20 de novembro de 2017

Final do Campeonato Goiano de Orientação 2017 - Análise de Rotas

Olá, estimados orientistas.

Tivemos a grata oportunidade de participar da prova que valeu como última etapa do CamGOr 2017. A competição foi numa interessante área em Caldas Novas - GO, e contou com a participação de pouco mais de 50 orientistas de Minas Gerais, Goiás, Distrito Federal e Pará. O número pequeno de inscritos pode ser explicado, em tese, pela ocorrência do Enem e de um festival anual da cidade.
O terreno escolhido, às margens do Lago de Corumbá, proporcionou uma competição de alto nível. Bem como as instalações e amenidades preparadas pela organização do evento.

Abaixo o mapa da categoria HMA (clique na imagem para ampliar):

 E esse é o mapa com as minhas escolhas (clique na imagem para ampliar):

Notem que cometi pequenos erros nas rotas 3-4 (ajuste fino na chegada ao ponto), 5-6 (escolha da rota) e 9-10 (ajuste fino na chegada ao ponto). Abaixo um vídeo com a análise de rotas sobre esse percurso.

Ao final da prova, houve a premiação da etapa e depois a premiação geral do CamGOr.
Aproveitando o momento, parabenizo toda equipe envolvida no planejamento e execução do campeonato goiano. E também a todos os competidores que disputaram as etapas nessa edição 2017.
Ah, fiz algumas imagens do evento. Clique aqui para acessar o álbum de fotos.
E não deixe de nos seguir no Facebook e no Instagram.

Boas rotas \o/
orientistaemrota

terça-feira, 24 de outubro de 2017

III Etapa do CamBOr em Natal-RN encerra a disputa nacional da Orientação

Olá, estimados orientistas.

Após três dias de intensa atividade, foi encerrado o ciclo 2017 do Campeonato Brasileiro de Orientação. A cidade de Tibau do Sul e as imediações da Praia de Pipa testemunharam mais uma belíssima edição da disputa. Não só isso. Quem participou da etapa teve à disposição uma das mais belas regiões do país para se curtir uma praia, aproveitar a culinária local e contemplar belezas naturais.
Atleta Janssen Daniel (acervo pessoal), por Davidson Rommel.
Na etapa, os cinco primeiros na categoria Elite masculina foram, pela ordem, Leandro Pasturiza, Joacy Dantas, Marciano Kaminski, Cleber Vidal e Gelson Andrey. Na Elite feminina, as cinco melhores classificadas foram, pela ordem, as atletas Franciely Chiles, Elaine Lenz, Edineia dos Santos, Miriam Pasturiza e Camila Cortinhas.

Dentro das expectativas do nosso post anterior, a classificação final do CamBOr 2017, somando os pontos das três etapas, consagrou como grande campeão na categoria Elite masculina o atleta Claudinei Nitsch. Em seguida, pela ordem, os atletas Gelson Andrey e Cleber Vidal. A quarta posição ficou com Marciano Kaminski e o quinto melhor foi Joacy Dantas. Já na Damas Elite, a maior pontuadora geral foi Franciely Chiles, seguida por Edineia dos Santos e Elaine Lenz. Completam as cinco melhores as atletas Camila Cortinhas e Raquel Arendt.
H21E e D21E. Foto de Rech.
O ranking completo do desempenho anual dos orientistas já está atualizado pela CBO e disponível no próprio portal (clique aqui).
O casal Rech disponibilizou alguns álbuns de fotografias dos três dias de competição dessa terceira etapa no seu perfil do flickr (clique aqui).

Aos poucos vão sendo finalizados os torneios estaduais e municipais. As duas últimas competições de maior vulto são o Campeonato Brasileiro de Orientação Sprint, de 24 a 26 de novembro; e a Copa Nordeste de Orientação - Copane - de 1 a 3 de dezembro.

Quem vai se deslocar para essas competições pode verificar o convênio da CBO com a AGM Turismo para compra de passagens aéreas com descontos. Maiores informações clicando aqui.

Boas rotas \o/
orientistaemrota

sexta-feira, 13 de outubro de 2017

Começa hoje a terceira etapa do CamBOr 2017

Olá, estimados orientistas.


Está chegando a hora!
Daqui a pouco começa a terceira e última etapa do Campeonato Brasileiro de Orientação 2017 - CamBOr 2017. Serão disputados três percursos: sprint na sexta-feira, percurso longo no sábado e percurso médio no domingo. Ao final, serão revelados, ainda, os campeões nacionais da disputa. O ranking e as possibilidades de cada um podem ser visualizados no sítio da CBO. As listas de partida para as três disputas desta etapa já estão disponíveis no sistema Helga-O.
O evento está sediado no estado do Rio Grande do Norte, em Tibau do Sul, próximo a Natal. Mais uma vez ofertando uma boa diversidade de relevo e belos cenários para aquele descanso pós-provas. A vila da Praia de Pipa merece todos os elogios no quesito lugares paradisíacos.
Não se esqueça de verificar os itens básicos para disputar as provas: camisa com número CBO, tênis adequado, protetor para as pernas e braços, óculos de proteção, chip, bússola, porta-sinalética. Além desses itens, leve protetor solar e algum dispositivo para fotografar as belezas naturais da região nos momentos para "turistar".
Os orientistas devem estar atentos, ainda, às altas temperaturas e desgaste físico ao enfrentar terrenos arenosos.
Na Elite Feminina, estão no páreo Franciely Chiles, Edineia dos Santos, Elaine Lenz, Raquel Arendt e Pavla de Oliveira. No masculino, a disputa está mais acirrada. As três primeiras posições para o CamBOr podem ser alcançadas por Cleber Vidal, Carlos Araujo, Gelson Andrey, Claudinei Nitsch, Marciano Kaminski, Everton Markus e Joacy Araujo.

Desejamos a todos uma excelente prova.

Boas rotas \o/
orientistaemrota

terça-feira, 26 de setembro de 2017

Análise de Rotas - IV Etapa do CODF 2017

Olá, estimados orientistas.

As análises de rota são uma oportunidade incrível de aprendermos mais sobre a corrida de Orientação e uma forma eficaz de aprimorar a técnica. Hoje vamos tratar do mapa da IV Etapa do Campeonato de Orientação do DF, na categoria H21E.

(Editado em 27/09: incluídos comentários do traçador Antonio Dmeterko, sobre a rota do ponto 09 para o ponto 10)

É um mapa bastante técnico, fidedigno e que apresentou um terreno complicado. Notem que a distância em linha reta foi de "apenas" 5,7 km. O tempo do vencedor foi de 1h. Portanto, um mapa de progressão lenta.
Dois aspectos interessantes a ressaltar são a quantidade de afloramentos rochosos e o clima quente e seco que domina o cerrado nessa época do ano (mês de agosto).
Como citado em outras análises de rotas, minha meta é completar o mapa percorrendo, no máximo, 20% a mais da distância da linha vermelha e num pace médio de, até, 7 minutos por quilômetro.
Nessa etapa, portanto, considerando que a linha vermelha era de 5,7 km, para alcançar a minha meta, deveria percorrer, no máximo, 6,8 km. Essa distância, num pace de 7'/km, levaria aproximadamente 49 minutos.
Cometi alguns erros e completei a prova em 1h44', percorrendo 8,1 km.
Nas próximas linhas, vou tentar explicar melhor o que aconteceu para este resultado (clique nas imagens caso queira ampliar). 

Este é o mapa da prova:

Este é o mapa com as minhas escolhas:


Rota do ponto 3 para o ponto 4

O que planejei: seguir até a estrada, virar à esquerda, pegar a estrada que contorna a cerca, contar a distância e atacar o ponto a partir da cerca em ângulo de 90 graus.
O que fiz: segui conforme o planejado.
O que deveria ter feito: a estratégia não foi ruim. Mas percorri 140m além da distância da linha vermelha. Avalei que seria melhor adotar a rota mais segura no início da prova, para ir ganhando confiança. Entretanto, seguir pela linha vermelha era uma excelente opção.


Rota do ponto 09 para o ponto 10
Aqui vou copiar, na íntegra, os comentários do traçador Antonio Dmeterko. As setas na cor rosa são opções. Meu planejamento era seguir pela ruína da cerca, mas acabei mudando o planejado dada a dificuldade de progressão. Segui pela curva de nível, ainda com dificuldades. Fui descendo em diagonal e cheguei (por sorte) no "vão" comentado pelo traçador. De fato, não tive a capacidade de avaliar a passagem demarcada no mapa. Com a palavra, o traçador Dmeterko:

Como traçador dos Percursos do evento em questão, quero dizer que já esperava as dificuldades encontradas na rota do PC 09 para o 10. Terreno muito difícil. O que me surpreendeu foi o fato de nenhum dos três atletas analisados ter usado a brecha de 404 que havia bem no meio dessa vegetação 409. Para quem não foi próximo da linha vermelha essa era a melhor opção. Provavelmente o susto da dificuldade da primeira "encarada" naquela área tão difícil e a ruína de cerca levaram os três a não vislumbrarem essa opção acima mencionada.

Já o teu erro do 13 para o 14 deve ter sido por natural descuido e desconcentração, pois tinha acabado de sair de uma área muito difícil para uma área relativamente bem fácil e, possivelmente deu aquela "relaxada" natural.

E o erro do 14 para o 15 é o velho problema de quem comete um erro crasso num ponto e tenta recuperar. É muito comum repetir-se o erro nessa situação.


Mais uma vez, obrigado, Dmeterko \o/

Rota do ponto 13 para o ponto 14

O que planejei: pegar a trilha à frente do ponto 13 em direção à região do ponto 14. Ao final da região rochosa e quedas d'água, contornar a vegetação mais fechada à direita e atacar o ponto.
O que fiz: segui conforme o planejado até passar pelas formações rochosas. Adotei como ponto de controle uma queda d'água. Ocorre que passei da região e, na borda do mapa, utilizei uma outra queda d'água mais à frente como sendo meu check point inicial. Como resultado, acabei saindo do mapa e demorei para perceber o erro. Voltei algumas vezes ao rio, tentando identificar a posição exata. Percorri pouco mais de 300m além do estimado, em baixa velocidade. Somente após fazer uma leitura da vegetação é que percebi a real posição do ponto 14, sendo atacado e encontrado finalmente.
O que deveria ter feito: seguir conforme o planejado, adotando como check point as formações rochosas, além de realizar a contagem da distância percorrida. O ponto de segurança deveria ser o encontro de trilhas na borda do mapa.

Rota do ponto 14 para o ponto 15

O que planejei: voltar para a trilha e, mais uma vez adotando uma queda d'água como referência, atacar o ponto 15.
O que fiz: segui como planejado e o equívoco me custou mais tempo e distância percorridos sem efetividade. Voltei ao ponto 14 e, de lá, azimutei para o ponto 15. Foram mais de 6 minutos perdidos, além do esforço físico para percorrer 450m em excesso. Vale somar, ainda, o abalo mental provocado pelo segundo erro em sequência.
O que deveria ter feito: azimutar do ponto 14 rumo ao ponto 15, seguindo o mais próximo da linha vermelha.


Para tornar mais interessante essa análise de rotas, fiz um pequeno vídeo utilizando o QuickRoute e a plataforma de análises 3DReRun. Convido todos vocês a assistirem de forma a complementar o que foi escrito neste post.

Não deixem de comentar essa análise e contribuir para melhorar a qualidade do nosso blog.

Boas rotas \o/
orientistaemrota

domingo, 20 de agosto de 2017

Com que calçado eu vou?

Olá, estimados orientistas!


Conversamos faz algum tempo sobre os "equipamentos" básicos que um orientista utiliza durante suas provas. Um dos que julgo mais importante é o calçado. Uma escolha adequada vai te garantir conforto e segurança durante seu percurso. Uma escolha equivocada pode te deixar, literalmente, na mão.
Abaixo vou listar algumas características para te auxiliar na escolha. Lembrando que são quesitos de ordem pessoal, ou seja, não existe receita de bolo. No fim das contas, sua experiência pessoal obviamente tem um peso maior em qualquer decisão. Um outro detalhe: a compleição física exerce forte influência na hora de escolher um par de tênis e sua aplicação. No meu caso, sou leve e com pisada neutra, sem grandes alterações como joanetes ou calosidades.

Aderência
Quantas vezes você já viu um orientista escorregar? Até parece que faz parte da nossa vida tomar uns tombos. Mas não é.
Ocorre que muitos colegas utilizam calçados feitos para a corrida de rua ou academia. Obviamente, um par de tênis sem solado aderente não vai te proporcionar a destreza necessária para parar repentinamente ou correr em curva, por exemplo. Geralmente na linha de chegada, ou nas provas tipo sprint,  fica fácil observar quem está com bons "pneus".
Então, se falamos em aderência temos que considerar tanto o calçado quanto as características do terreno. E este terreno é diretamente influenciado pela condição climática: com ou sem chuva, com ou sem umidade. Com chuva, você terá que observar se sua prova será urbana (calçamentos escorregadios, gramado baixo etc.) ou rural (lama, afloramentos rochosos, troncos molhados, charcos etc.).

Drenagem, ventilação e permeabilidade
Já teve a sensação de que seus pés estavam fritando? Ou que estavam congelando? Isso pode ser um alerta!
Se o clima for muito quente, importante observar se seu calçado permite ou não ventilação adequada. O aumento da temperatura nos pés, em conjunto com outros fatores, pode provocar o surgimento de bolhas e lacerações.
Se o clima for frio, principalmente na incidência de charcos ou chuva, vale a pena avaliar o uso de um calçado impermeável ou que proporcione uma drenagem rápida. Pés encharcados também podem contribuir para a laceração ou a hipotermia, por estar em contato com o solo frio e úmido. 

Resistência
Uma corrida em área branca de pinus oferece obstáculos diferentes de uma corrida realizada no cerrado. A mesma observação vale para aquela prova realizada em uma das praias nordestinas.
No cerrado, por exemplo, é certo que você vai se deparar com cascalho e pedras pontiagudas. Portanto, seu calçado deve estar apto a proteger seus pés das adversidades oferecidas pelo terreno a ser enfrentado. Observe, portanto, qual o material do cabedal e das solas. Assim, você pode se livrar das famosas "topadas" e rasgos em seus tênis.
Entretanto, é importante observar que, em termos gerais, quanto mais resistente o material, mais pesado e menos ventilado é o calçado.

"... seus pés são bastante exigidos durante uma corrida de Orientação".

Conclusões
A foto que ilustra este post é o que tenho na minha atual "frota" de calçados para a corrida de Orientação. Cada par tem suas características. Solados com travas altas para tração em lama, travas baixas para sprint urbano, travas metálicas (spikes) para locais com troncos de árvores, rochas ou afloramentos. Pares com cabedal em mesh (tramas abertas para maior ventilação e conforto), cabedal em kevlar (resistente e de secagem rápida). Todos com bom amortecimento.
É claro que ter em casa muitos pares de tênis não vai te garantir ser um campeão orientista (meu caso, rs). Mas lembre-se que seus pés são bastante exigidos durante uma corrida de Orientação. 
Além disso, meias e produtos que auxiliam na diminuição do atrito entre os pés e o calçado (cremes a base de vaselina e os famosos anti-chafing) são itens que você deve considerar antes de sair de casa.
Portanto, cuide bem de seus pés!

Boas rotas \o/
orientistaemrota

domingo, 13 de agosto de 2017

Feliz dia dos pais orientistas!!!

Olá, estimados orientistas.

Essa é nossa singela homenagem a todos aqueles que exercem o papel de pai no esporte e na vida:


Boas rotas \o/
orientistaemrota

domingo, 6 de agosto de 2017

TCO Troféu Cerrado de Orientação 2017 e III Etapa CODF2017

Olá, estimados orientistas.

No dia 30 de julho de 2017 Brasília sediou o Troféu Cerrado de Orientação. Este é o evento regional que define os melhores orientistas dentre aqueles do Distrito Federal, Goiás e Minas Gerais. Claro que, assim como em outras competições regionais, há a participação de orientistas de outras Federações, engrandecendo os eventos e melhorando a competitividade.

Dessa vez o campo de prova foi definido no núcleo rural Rodeador, nas proximidades de Brazlândia. A área, apesar de plana, apresenta uma mescla de floresta de pinus e cerrado nativo. Um aspecto que chamou bastante atenção foi o forte frio, que fez os termômetros despencarem na preparação e no início da prova. Antes da largada, os casacos eram os itens básicos.

Vale ressaltar que esse TCO 2017 também valeu como a III Etapa do CODF 2017. Ao todo, participaram 234 competidores os quais consideraram que a organização da prova foi boa ou muito boa.


Os campeões da categoria Elite Masculina foram, pela ordem: Cleber Vidal (COSAM), João Batista (COMIB) e João Pedro (ADAAN). Na Elite Feminina, subiram ao pódio Sara Weis (COGA), Elaine Montenegro (COASSEB) e Elizete Rodrigues (COTi).
Abaixo o mapa da categoria H21E. Para os competidores, uma das rotas mais complexas foi a do ponto 9 ao ponto 10. Alguns encararam o 410 (optaram por atravessar o verde escuro). Não houve unanimidade quanto ao êxito dessa estratégia.

Neste trecho (rota do ponto 9 ao ponto 10), o atleta Paulo Corpes fez o melhor tempo, com 6'18". Já o líder da prova naquele momento, Cléber Vidal, precisou de 10'30" para completar essa rota. Alguns atletas optaram pela linha vermelha, outros atravessaram a parte mais lenta pela faixa estreita próximo ao ponto 12. E outros fizeram a rota segura, contornando pela estrada.

Os resultados podem ser consultados no Helga-O (clique aqui).
Veja também nosso álbum de fotos clicando aqui (parte das fotos foram cedidas por Marco Aurelio).

E não deixe de comentar o que achou da prova, dos mapas e das suas estratégias. Compartilhe suas impressões.

Ah, caso compartilhe as fotos, não se esqueça de citar a fonte.

Boas rotas \o/
orientistaemrota

quinta-feira, 22 de junho de 2017

Está chegando a hora: II etapa do CamBOr 2017


De 23 a 25 de junho todas as atenções estarão voltadas para a cidade de Casimiro de Abreu, no Rio de Janeiro. Na localidade, teremos a realização da segunda etapa do CamBOr 2017.
Que este final de semana agracie nossos orientistas com uma ótima estrutura, mapas fidedignos, rotas seguras, competição justa e belas paisagens.

Boas rotas \o/
orientistaemrota

quarta-feira, 14 de junho de 2017

Caixa Brasília Outdoor Adventure - Corrida de Aventura também é para orientistas

Olá, estimados orientistas.

Participei de uma Corrida de Aventura (orientação+caiaque+rapel+oribike) aqui em Brasília no último final de semana (Caixa Brasília Outdoor Adventure - BOA) e fazer parte deste evento trouxe muitos aprendizados. Também várias reflexões quanto às inevitáveis comparações com nossas provas de Orientação.

"Quando decidi fazer corrida de Orientação, o objetivo inicial era me preparar para participar, no futuro, de uma corrida de aventura. Passados mais de 8 anos, me considero um orientista de fato. E só agora participei oficialmente da minha primeira atividade multi-esportiva".

Sabemos o quanto é complicado montar uma prova de Orientação. É necessário envolvimento de uma equipe grande e seus membros devem conhecer bem o esporte, para diminuir a possibilidade de erros. Além disso, a logística para montagem e desmontagem dos percursos requer gastos com transporte de equipamentos. O planejamento e execução da prova, em si, demanda bastante energia dos envolvidos. E tudo isso tem um custo.
Imaginem agora uma prova de Corrida de Aventura. O mapa não é tão detalhado quanto o nosso, que segue os padrões internacionais ISOM e ISSOM. Mas ainda assim, é necessário um mapa com as demarcações dos Pontos de Controle (PC). Como envolvem modalidades múltiplas, é necessária a oferta de pontos de transição. No caso da BOA, foram montadas transições para a canoagem, para o rapel e para o oribike (chamo de oribike porque a parte de mountainbike requeria, também, a navegação e busca pelos Pontos de Controle). E ainda há o fator tempo, pois é uma atividade de longa duração.
A organização da BOA providenciou os caiaques, remos, SportIdent (a apuração e materiais de orientação ali estavam mediante acordo com a FODF) e equipamento de rapel 'gratuitamente'. Já os coletes e parte do conjunto de primeiros socorros puderam ser alugados à parte. Bicicletas e demais equipamentos ficaram a cargo dos competidores. A Arena contou com frutas, hidratação, almoço (pago à parte) e amenidades ofertadas por alguns patrocinadores.
Quanto custou participar da BOA? Minha dupla pagou R$235,00 por integrante, já que perdemos o prazo com desconto. O número de participantes ficou limitado a 190. Creio que o limite tenha sido aplicado por conta dos equipamentos disponíveis e, também, por medida de segurança.
Esta é a segunda edição da prova (a primeira foi em 2016) e dessa vez houve uma participação maior de orientistas (uns dez inscritos, será?). Vale ressaltar que foram realizadas várias oficinas de orientação, de rapel e de canoagem. Também palestras com ícones da corrida de aventura e das suas sub-modalidades. As informações das atividades prévias foram devidamente divulgadas no site do evento. E assim a adesão à prova foi só aumentando, até que foram completadas todas as vagas.
Tudo isso dentro de um plano estratégico que, creio eu, se demonstrou eficaz. Eram claros nos rostos de todos que completavam a prova o reconhecimento e a alegria por fazerem parte de um evento tão bem cuidado. Ainda hoje leio os relatos nas redes sociais e o grau de satisfação dos participantes demonstra alto envolvimento e aparente garantia de que a próxima etapa terá igual ou maior sucesso; mais praticantes da modalidade; mais gente disposta a sair cedo de casa e se superar em uma prova que exige muito do físico, do emocional e do raciocínio.

Agora deixo algumas perguntas para refletirmos sobre melhorias para nossa Orientação: quanto pagamos por nossa participação em etapas? O que temos em troca? Como se dá o envolvimento do organizador com os "clientes"? Qual a oferta de atrativos (turísticos inclusive) existe na região das nossas competições? O que vamos fazer para que esses participantes da BOA se tornem orientistas efetivos?
Afirmo que muitos participantes da BOA nunca participaram de uma prova oficial com a chancela da CBO. Um dos motivos parece estar relacionado ao grau de abertura/flexibilidade para novos interessados.
Lá na BOA ouvi o relato de uma participante sobre a tentativa que ela fez para participar de uma prova da FODF. Em resumo, uma pessoa que praticava Orientação na Paraíba e que se mudou para Brasília. Procurou a FODF para participar de provas locais mas, infelizmente, a falta de informações objetivas e a 'obrigação' de ter que se filiar foram barreiras.
Até que ponto nossa formalística tem ajudado aqueles que querem aprender o esporte? Não vou longe: por que o valor de inscrição para não filiados é tão alto? Ora, se o evento já está montado e surgem pessoas interessadas em conhecer o esporte, não seria mais benéfico termos alguns mapas específicos para esses novos interessados (quiçá gratuitamente, com ajuda de voluntários)?
Bom, são muitas perguntas. Muitas respostas óbvias também. Espero que essas mesmas perguntas e respostas sejam um incentivo para que nossa rota guie a Orientação brasileira rumo à evolução.

Se você é um(a) leitor(a) que participou da BOA, tenho certeza que percebeu o quão importante é saber se orientar. Esteja certo(a) de que os orientistas estão de braços abertos para dividir os conhecimentos que adquirimos com a prática da modalidade.
Aos orientistas, tenho certeza que o pessoal da Corrida de Aventura também quer nos apresentar sua modalidade. Vamos lá!!!

Ah, abaixo o mapa com as rotas da minha equipe. Conseguimos conquistar um segundo lugar na Dupla Masculino SHORT. Nosso objetivo era tão somente completar a prova. Na Solo Masculino SHORT o Marcelo Cruz (COMIB) chegou em quinto. Já na modalidade Quarteto PRO, destaco a presença dos orientistas Pivoto e Danilo (COMIB) como integrantes da equipe campeã.


Clique na foto para ampliar e ver os detalhes. Notem que o primeiro trecho de caiaque foi bastante complicado, pois tivemos dificuldade em manter a proa. Foi um desgaste físico enorme já que o caiaque 'insistia' em ficar de lado. Também a rota entre os PC 3 e 4 contou com um erro de leitura de mapa. Mas depois nos recuperamos e conseguimos ultrapassar os concorrentes antes mesmo de chegarmos ao PC 9.
Para efetuar o log da rota, utilizamos o logger IgotU, que não possui tela nem comunicação (pois na corrida de aventura, assim como em provas de Orientação, não é permitido o uso de equipamentos de auxílio à navegação, exceto a bússola). Ah, esqueci de comentar que algumas equipes foram acompanhadas com o uso de rastreador GPS (na BOA foi utilizado o Spot) fornecido pela organização. Isso já acontece em algumas provas de Orientação lá fora.
Especiais agradecimentos à minha esposa e familiares (minha torcida oficial), ao companheiro de equipe Othon (COTi), ao Pedro Lavinas e seu staff, ao Marcelo Cruz (COMIB) e à Rennaly, que chegou ao pódio na Solo Feminino SHORT e motivou parte deste post.


Como sempre, não deixem de comentar aqui, por email ou nos canais facebook, instagram, tweeter ou youtube suas impressões sobre este post.

Boas rotas \o/
orientistaemrota

quarta-feira, 24 de maio de 2017

Dia Mundial da Orientação - WOD 2017

Olá, estimados orientistas.


O dia 24 de maio de 2017 é mais um daqueles momentos históricos para nossa modalidade. Nesta data ocorre o segundo World Orienteering Day - WOD (Dia Mundial da Orientação).
É uma iniciativa da IOF que objetiva aumentar a visibilidade e o acesso da modalidade aos mais jovens. A ação é ambiciosa e seu sucesso depende de um grande envolvimento de todas as federações nacionais  e seus orientistas. A estratégia em vigor busca incluir o máximo de escolas, ajudando professores a implantarem a orientação de uma forma divertida e educativa. Também um maior número de países participantes é desejado pela Federação Internacional de Orientação. 
O Brasil pré-registrou mais de 45 eventos no WOD. Em todo o mundo são quase 2 mil eventos agendados em 78 países. Os dados estão divulgados na página oficial do WOD (clique aqui para acessar).
Navegando pelo site do evento é possível encontrar algumas ofertas interessantes. Destaco a possibilidade de aquisição gratuita de exercícios da Go4Orienteering e também uma licença de 6 meses do OCAD 12 Starter (neste caso, necessário registrar um evento no WOD e enviar email para wod@orienteering.org).
E você? Está engajado em alguma atividade relativa ao WOD? Comente aqui suas impressões sobre o evento.

Boas rotas \o/
orientistaemrota

quarta-feira, 17 de maio de 2017

Sobre a participação do Brasil no WMOC2017

Olá, estimados orientistas.

O Brasil participou do World Masters Orienteering Championships 2017 com uma delegação composta por 11 competidores. O evento ocorre anualmente e a cada quatro anos integra as modalidades disputadas na Olimpíada de Masteres, que é o World Masters Games - WMG. Dessa vez a competição ocorreu em Auckland, Nova Zelândia.


No total, foram mais de 2500 orientistas divididos nas categorias acima de 35 anos. Como de praxe, o WMOC2017 foi dividido em duas disputas principais: a orientação sprint e a orientação tradicional.
As disputas e o treino sprint foram realizados nos campus da Universidade de Auckland e da Massey University. Já as disputas de orientação tradicional e o respectivo treino foram realizados na Woodhill Forest, distante aproximadamente 2h de Auckland. Nessa mesma floresta foram realizadas as competições de mountain bike do WMG2017.
Com uma organização impecável, Auckland estava totalmente envolvida nos jogos. Afinal, a cidade recebera durante o WMG mais de 25 mil competidores nessa que foi considerada a melhor olimpíada de masteres da história. Também contribuíram para nosso bem-estar os mais de 3500 voluntários.
O clima festivo, a disponibilidade dos moradores da região, o apoio de autoridades públicas, imprensa, tudo isso foi fundamental para a aclimatação e a sensação de grandiosidade transmitida pelo evento. Tivemos acesso a todos os jogos, embora os horários não nos fossem tão favoráveis, e a vários atrativos turísticos. Também nossa credencial deu direito ao uso de todo o sistema público de transporte de Auckland e aos esquemas exclusivos de transporte para os portadores dos pacotes Silver e Gold.
A cerimônia de abertura do WMG2017 foi um espetáculo emocionante e extremamente belo. Atletas de todas as modalidades dos jogos estavam presentes e fizeram uma festa inesquecível. Luzes, sons, homenagens maori (equivalentes aos nossos povos indígenas), danças e a clara mensagem de que nós, os competidores, iríamos fazer parte da história do WMG.

O desempenho dos brasileiros foi satisfatório. Entretanto, não conseguimos emplacar nenhum competidor nas respectivas finais A.
Apesar dos resultados aparentemente ruins, a experiência foi extremamente positiva. Mesmo para aqueles que já participaram de vários eventos no exterior, foi uníssona a afirmação de que o maior ganho foi no aprendizado. Tanto nos mapas extremamente complexos da parte de sprint, quanto na navegação em curvas de nível de 2,5m numa floresta desafiadora.
Outro aspecto relevante foi que dessa vez estávamos uniformizados com as cores do Brasil. Com o intermédio da CBO, foi dado um passo importante para reforçar positivamente a imagem de nosso país nos grandes eventos de orientação.
Voltando à questão do aprendizado, alguns aspectos merecem destaque.
Na prova qualificatória do sprint, as categorias  masculinas M35 a M55 e as femininas W35 e W40 tiveram um mapa em duas partes, impresso em folha A4. Ou seja, ao invés de trocar de mapa em ponto específico, bastava ao atleta utilizar o verso da folha conforme sua progressão no percurso.

Na largada, os mapas estavam com o lado 2 para cima. Então, ao iniciar, o orientista deveria virar a impressão para o lado 1, percorrer todos os seus pontos e ao chegar no último prisma (no exemplo acima, o ponto 13) passar a fazer a leitura do verso do mapa (lado 2). O ponto 13 passou a ser, portanto, o triângulo do lado 2. Se acharam complicado entender, imaginem "aprender" isso durante a prova, na pressão da qualificatória! Ainda bem que tudo estava devidamente explicado no Boletim oficial do WMOC2017.



Já nas provas longas, chamou a atenção o tipo de terreno. a Woodhill Forest apresenta um relevo com grande quantidade de elevações variando de 1 a 4 metros de altura, misturadas ao sobe e desce da altimetria da região. Observem que os mapas foram confeccionados em curvas de nível de 2,5m de equidistância. Contagem de passos e azimute tornaram muito mais exigente o desenvolvimento das rotas pretendidas. Além disso, aumentaram o desafio a bela variação de pernadas curtas, longas e de alternâncias de direção.
Todos os mapas dos percursos longos foram confeccionados em papel tamanho A3, e os mapas do sprint em tamanho A4. Também algumas categorias tiveram mapa impresso frente e verso na Final A da disputa tradicional.


Quem quiser saber mais sobre nossa passagem por este WMG e WMOC 2017 pode fazê-lo acessando orientistaemrota no youtube, facebook e no instagram. Nesses canais você encontra alguns vídeos e fotos cuja publicação intencionou mostrar a todos o quão valoroso é participar de um grande evento desportivo.
Todos os mapas (foram 2 treinos e 5 percursos oficiais) e os resultados de cada uma das provas você pode acessar clicando aqui.

Os bravos participantes do nosso Brasil são os listados abaixo:
Antonio Carlos Silva - M40
Cristine Medeiros Antunes - W45
Elaine Cássia Cardoso - W50
Gilson Faria - M60
Gledy Medeiros Antunes - W70
Jorge Madureira Barreto - M45
Roberto da Silva Alves - M50
Roberto Dias Torres - M65
Rosa Maria Saunitti - W50
Sergio Brito - M55
Valentim Antunes - M75
 



Muita tecnologia foi observada nesta competição.
A foto da esquerda mostra apenas uma das várias telas que mostravam os tempos reais das pernadas dos atletas que estavam na pista, E todas as arenas durante as provas havia essa estrutura.
Várias bases de rádio estavam espalhadas na floresta, tornando muito interessante acompanhar as disputas.
E nos treinos, os percursos foram realizados com o uso do SiCard. Uma forma inclusive de aumentar a segurança dos atletas.
Devido à quantidade de prismas em algumas categorias, a organização somente permitiu a utilização de SiCards que tinham capacidade para mais de 30 registros.
Também foi notada a presença de uma equipe da WADA (em tradução livre: Agência Mundial Anti-dopagem) realizando exames de dopagem por amostragem em uma das qualificatórias do percurso longo.
  


 













Ah, se você está interessado em participar do próximo WMOC, que ocorrerá em julho de 2018, na Dinamarca, ou do próximo WMG, que ocorrerá em 2021, no Japão, deixe aqui seu comentário ou mande um email. Vamos aumentar a participação brasileira lá fora!
Aproveite também a campanha Vá Junto!, da CBO. Ainda dá tempo de concorrer a uma viagem à Polônia, para acompanhar a delegação brasileira e percorrer algumas pistas.
Nos próximos dias, pretendo disponibilizar aqui no blog análises de rota das pistas do WMOC2017 e um vídeo completo da qualificatória sprint,
Compartilhar as experiências orientistas vivenciadas aqui e lá fora é uma das melhores formas de ajudar a nos tornarmos uma potência no mundo da Orientação.

Boas rotas \o/
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