quinta-feira, 21 de dezembro de 2017

Campeonato Brasileiro de Orientação Sprint - CamBOS 2017

Olá, estimados orientistas.

Quem nos acompanha pelas redes sociais esteve mais perto dos acontecimentos durante essa primeira edição do CamBOS. Este campeonato foi sediado em Curitiba-PR, e contou com a grata presença de orientistas de todo o país. Afinal, ninguém queria ficar de fora desse que foi o maior evento de orientação tipo sprint do continente.
O campeonato foi composto por quatro percursos - um deles em horário noturno - ao longo de três dias. Numa avaliação geral, o evento foi muito bem organizado. Pequenos detalhes precisam ser melhorados para a próxima edição, a qual provavelmente ocorrerá em 2019. Em conversas com alguns participantes, ficou claro que as expectativas foram atendidas ou até mesmo superadas.
Vale ressaltar que essa foi, para muitos, uma grande e primeira oportunidade de praticar a orientação sprint. A IOF tem investido bastante na modalidade, com o intuito de aumentar a visibilidade do esporte, incrementar o número de praticantes e, quiçá, entrar para o seleto grupo dos esportes olímpicos.
Quanto à definição da sede do CamBOS, foi uma ótima escolha. Curitiba é uma cidade muito bem preparada para o turismo, de fácil acesso, com rede hoteleira diversificada e preços para todos os gostos. Os locais escolhidos para os percursos foram desafiadores e  capazes de inserir os orientistas em ótimos locais de visitação. Destaque para o Jardim Botânico, que foi utilizado como percurso treino; para o Museu Oscar Niemeyer, na primeira disputa (noturna); e para o Parque Tingui, na disputa matutina do segundo dia de competições.
As listas de partida, resultados e mapas foram disponibilizados a contento no sítio oficial do evento.
Abaixo seguem os mapas da categoria H35A, com as minhas escolhas (clique para ampliar).




Meu desempenho geral foi razoável, já que terminei na sexta colocação da categoria. A expectativa inicial era de chegar ao pódio na categoria. Os motivos desse desempenho abaixo do esperado foram, entre outros, algumas escolhas de rota equivocadas que tomaram bastante tempo, velocidade abaixo do necessário e até o inusitado travamento da agulha da bússola (sim, fiquei sem bússola no percurso do Parque Tingui. Perdi mais de um minuto tentando destravar a agulha. Jamais deixe o objeto junto do celular). Vou comentar somente algumas rotas as quais, na minha opinião, merecem destaque. Infelizmente, tive problemas com o vídeo da última disputa, justo a minha melhor prova. Mas se algum orientista quiser publicar, basta avisar aqui nos comentários ou mandar um email. Será muito útil para nossa comunidade.

Percurso Centro Cívico
Rota do ponto 1 para o ponto 2
O que planejei: contornar a área cercada chegando até o ponto.
O que fiz: inicialmente saí pelo lado esquerdo, mas desisti e rumei pelo lado direito da área cercada. Ao chegar na quina da cerca, desci as curvas de nível acreditando que seria melhor atacar o ponto por baixo. Ao perceber o erro, subi novamente mas saí à frente, me deslocando na direção oeste. Somente ao chegar no calçamento, percebi o erro e retornei ao ponto.
O que deveria ter feito: tanto pela direita quanto pela esquerda ambas escolhas seriam bem sucedidas. A diferença entre as duas, em termos de distância, é mínima.

Rota do ponto 2 para o ponto 3
O que planejei: seguir o mais próximo da linha vermelha, em direção ao ponto.
O que fiz: ao chegar no fim do estacionamento, me atentei que havia uma passagem intransponível próxima ao espelho dágua. A solução, então, foi contornar o espelho dágua pelo lado leste (direita). Por receio, segui pela calçada no nível da rua.
O que deveria ter feito: uma leitura mais atenta dos detalhes de toda a rota antes de partir em velocidade. Iniciar a rota entre os dois prédios, contornando o estacionamento e o espelho dágua pela direita.

Percurso Parque Tingui
Rota do triângulo (prisma zero) para o ponto 1
O que planejei: não houve planejamento inicial, já que tentei orientar o mapa usando a bússola. Mas o equipamento estava com a agulha travada.
O que fiz: passei alguns segundos batendo a bússola na intenção de que a agulha se movimentasse corretamente. Uma situação inusitada. Não confiei na solução e, somente após quase um minuto, decidi orientar o mapa pelo terreno, iniciando a prova em definitivo. Para evitar erros, optei pela rota contornando o quarteirão pelo sul, conforme rota amarela na figura.
O que deveria ter feito: orientar o mapa rapidamente pelo próprio terreno, já que em provas sprint a bússola é pouco utilizada. Seguir a rota pelo lado oeste imediatamente após o prisma zero, conforme pontilhado em vermelho.

Rota do ponto 6 para o ponto 7
O que planejei: atravessar a ponte e os calçamentos, atacando o ponto.
O que fiz: observem que ataquei o ponto erroneamente, na área de vegetação mais ao norte. Não atentei para a posição do ponto numa área branca. Insisti no erro contornando toda a área. Voltei para o calçamento e corrigi o erro.
O que deveria ter feito: seguir conforme o planejamento. A pista asfaltada seria a barreira de segurança. A contagem de passos e uma leitura correta do mapa evitariam os 90 segundos perdidos.

Percurso Universidade Tuiuti
Rota do ponto 2 para o ponto 3
O que planejei: saindo do ponto 2, seguir pelas ruas no sentido sudoeste, conforme rota em amarelo.
O que fiz: segui conforme o planejado.
O que deveria ter feito: seguir pela rota destacada em pontilhado na figura, sentido norte e depois oeste, aparentemente causaria menos desgaste físico. Observem que, pelas curvas de nível, essa opção seria quase toda em declive. Ainda, nas proximidades do ponto 3 existia a possibilidade de passar por uma área de vegetação hachurada. Mas o deslocamento seria mais lento que a corrida livre pela rua.

Rota do ponto 5 para o ponto 6
O que planejei: passar novamente pelo ponto 3, subindo em direção ao portão de entrada do campo, conforme a rota em amarelo. Chegar ao ponto pelo calçamento.
O que fiz: segui conforme o planejado.
O que deveria ter feito: alguns colegas adentraram à área de vegetação hachurada, conforme pontilhado, atacando o ponto 6 pelo lado sul. Entretanto, o tempo de deslocamento para essa alternativa foi maior. Portanto, a rota limpa conforme planejei parece ter sido a melhor solução.

Percurso Jockey - Colégio Militar de Curitiba
Rota do ponto 2 para o ponto 3
O que planejei: contornar a segunda arquibancada pelo lado oeste (esquerda), atacando o ponto pela frente.
O que fiz: segui conforme o planejado.
O que deveria ter feito: a opção de progressão pelo lado direito da segunda arquibancada era uma rota limpa a ser considerada.Talvez a maior diferença de tempo se daria por conta da escadaria para sair da arquibancada onde está o ponto 2.

Rota do ponto 6 para o ponto 7
O que planejei: sair pelo lado sul da construção, entrando no portão do CMC em seguida.
O que fiz: me deparei com um muro intransponível (devidamente sinalizado no mapa). A solução foi contornar a construção, conforme observado na rota em amarelo.
O que deveria ter feito: aqui o importante era observar as passagens existentes. Uma alternativa era pegar a saída do Jockey pelo lado leste, conforme pontilhado. Mas a melhor opção foi a adotada na rota em amarelo.

Este vídeo é da etapa Universidade Tuiuti. Observem que essa etapa apresentou uma rota cuja leitura das curvas de nível foi determinante. Também tive problemas no último ponto antes da chegada. Nitidamente, foi uma perda de concentração.

O próximo vídeo é do Percurso Centro Cívico. A primeira prova do campeonato, ocorrida em horário noturno.

Abaixo o vídeo do Parque Tingui, onde tive um problema logo no início da prova. Jamais deixem sua bússola próxima a objetos de indução eletromagnética! Esse não foi o fator determinante para meu tempo alto, mas fica o alerta para que vocês não passem por essa situação.


O álbum de fotos com imagens de todo o torneio pode ser acessado clicando aqui.

De aspectos negativos nesse CamBOS2017, somente os mosquitos no Parque Tingui, falta de local para acomodar os acompanhantes na Universidade Tuiuti e a impressão e laminação dos mapas para o percurso noturno (o ideal seria o acabamento fosco, evitando os reflexos). Pouca coisa, que não diminui em nada a grandiosidade do evento.

E você, orientista? Qual sua opinião sobre esse campeonato? Compartilhe com os leitores suas ideias a respeito.

Boas rotas \o/
orientistaemrota