segunda-feira, 8 de outubro de 2018

Troféu Cerrado de Orientação - TCO 2018

Olá, estimados orientistas.

Agora vamos conversar sobre o Troféu Cerrado de Orientação - TCO 2018 - que ocorreu na cidade de Ipameri-GO. O número de atletas foi menor em relação ao ano anterior, mas as disputas foram acirradas como de costume.
O torneio contou com a realização de dois percursos tradicionais - um longo e um médio. E ainda houve a oferta de uma pista tipo sprint para aqueles que tinham disponibilidade para uma disputa na sexta-feira.

Sobre o sprint, destaque para o uso de um curral o qual desafiou o raciocínio dos competidores, por se parecer com um labirinto. Também houve a colocação de um ponto em posição equivocada, com correção durante a prova. Para este segundo caso, sugiro a leitura deste post, no qual comento sobre um erro meu durante a montagem de um percurso também sprint em Brasília.
Os percursos longo e médio ocorreram em áreas distintas, tornando mais interessante a competição. Apesar de em locais diferentes, as características de vegetação e relevo foram mantidas.

Abaixo os mapas dos três percursos, com minhas respectivas escolhas (clique na imagem para ampliar).

 No Sprint minha maior dificuldade foi devido à colocação do ponto 4 em local diferente do que estava descrito no mapa e na sinalética. Acabei contornando o prédio sendo que o ponto estava no segundo andar da construção. A Organização colocou o ponto no local correto e, por consequência, os demais competidores puderam concretizar suas rotas em tempos menores que o meu.

No Percurso Longo cometi vários erros pequenos os quais me tomaram bastante tempo. Acabei terminando a prova na segunda colocação, mas com a sensação de que a classificação se deveu aos erros mais graves dos meus concorrentes.
Rota da partida para o ponto 1
O que planejei: sair pela trilha à esquerda e, após passar pelo aceiro da linha de alta tensão, seguir em azimute para o ponto 1.
O que fiz: ao chegar no aceiro da linha de alta tensão, percebi que a progressão era mais veloz pela vegetação. Ao chegar à área limpa, perdi a concentração e acabei passando por duas cercas. Ao efetuar a conferência do mapa, numa região onde havia uma cerca e árvores de destaque, percebi o erro e azimutei em direção ao ponto.
O que deveria ter feito: seguir conforme o inicialmente planejado, dispensando o aceiro da linha de alta tensão.
Distância percorrida além do necessário: 100m.
Distância real além da linha vermelha: 45% (400m).

Rota do ponto 1 para o ponto 2
O que planejei: seguir em azimute pela linha vermelha, utilizando a cerca como ponto de checagem.
O que fiz: parti em azimute na direção da cerca. Mas por conta da vegetação, optei por contornar no sentido leste. Ocorre que desviei demasiadamente da meta inicial.
O que deveria ter feito: seguir conforme o planejado, pois a dificuldade de deslocamento no desvio não compensou a rota adotada.
Distância percorrida além do necessário: 120m.
Distância real além da linha vermelha: 47% (130m).

Rota do ponto 6 para o ponto 7
O que planejei: descer pela estrada até o cruzamento dela com a linha aérea. Dali, azimutar para o ponto.
O que fiz: segui conforme o planejado até o momento do azimute. Ocorre que não efetuei a contagem da distância e, com a vegetação se tornando mais fechada, perdi a confiança na minha posição e tive que utilizar a linha aérea ao sul como ponto de segurança. Me localizei e efetuei o ataque ao ponto pelo lado sul.
O que deveria ter feito: seguir conforme o planejado, atentando para a contagem de distância quando tracei o azimute em direção ao ponto.
Distância percorrida além do necessário: 300m.
Distância real além da linha vermelha: 45% (450m).

Rota do ponto 11 para o ponto 12
O que planejei: seguir para a cerca no rumo nordeste, alcançar a estrada e por ela descer até os cupinzeiros que serviriam de ataque para o ponto.
O que fiz: segui conforme o planejado.
O que deveria ter feito: considero que foi uma boa escolha. Entretanto, aluns colegas informaram que fariam a rota pegando a estrada ao sul, atacando o ponto por baixo. Vale observar que essa alternativa demandaria um esforço maior ao tentar vencer a vegetação.
Distância percorrida além do necessário: considerando que segui o planejado, 0m.
Distância real além da linha vermelha: 50% (250m).


Quanto ao percurso médio, este não apresentou muitas surpresas. Podem observar no mapa abaixo as minhas rotas, as quais apresentaram alguns pontos de lentidão, mas dentro do razoavelmente aceitável.
Na rota do ponto 4 para o ponto 5 houve um erro no ataque, sendo corrigido com lentidão.
E na rota do ponto 9 para o ponto 10, por conta de uma suposta diferença entre o mapa e a vegetação real, acabei percorrendo 160m além do necessário para percorrer o trecho.
Distância percorrida além do necessário: 150m.
Distância real além da linha vermelha: 144% (230m).

Abaixo as animações com as rotas escolhidas:


O álbum de fotos está incrível. Clique aqui para apreciar e compartilhar.
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Boas rotas \o/
orientistaemrota

terça-feira, 2 de outubro de 2018

WMOC 2018 - percursos de floresta

Olá, estimados orientistas.

Completando os artigos sobre o WMOC 2018 (perdão pela demora), vamos falar agora sobre os percursos de floresta. São as provas Forest Qualify, Middle Final e Long Final. As duas primeiras valeram como classificatória para definir o seleto grupo dos competidores das Finais A. E uma novidade esse ano foi a introdução de um percurso Médio, com premiação própria. Até o ano passado, a definição da final A era feita mediante o somatório dos tempos obtidos em duas provas Long Qualify. A nova regra tornou o WMOC mais competitivo, proporcionou mais chances a todos e diminuiu a fadiga que antes acometia os orientistas devido à execução de duas provas longas seguidas.
 

Há uma formula matemática que diz, antecipadamente, quantos competidores por chave se classificam para as chaves A em cada categoria. Além disso, o competidor classificado para a chave A do percurso médio tem que manter um bom resultado, sob pena de ser "rebaixado". Da mesma forma, um competidor que não tenha ido bem na qualificatória longa pode "subir" para a final A desde que obtenha um bom resultado no percurso médio das chaves secundárias. Vou exemplificar com o meu caso para que vocês entendam melhor.
Participei da M40. Na Long Qualify eu fiquei na chave M40-2. Isso porque minha categoria contou com aproximadamente 120 competidores (60 para cada chave). Por serem somente duas chaves, para figurar no Middle principal, eu deveria completar a prova dentre os 30 primeiros colocados da minha chave. Assim, a relação dos 60 melhores classificados para a M40-A resultou dos 30 melhores de cada chave.
Ocorre que completei o percurso de 9,3km em 1h25´, na 40 posição. Portanto, não atingi o índice e fiquei na chave B do Middle Final.
Mas eu ainda tinha uma chance! Conforme o regulamento, os 25% últimos da Middle A seriam rebaixados. E os 25% primeiros (15 primeiros colocados) da Middle B seriam classificados para a Final A. Felizmente, consegui o décimo melhor tempo no Middle B, com o tempo de 49´14". Assim, a família orientista brasileira passou a contar com um representante na M40-A da Long Final.
Reitero que essas regras todas estão previamente definidas no regulamento do WMOC. Inclusive o horário de partida das primeiras provas é publicado no boletim final. Dessa forma, antes de você sair do Brasil, já terá conhecimento de sua chave e horário das primeiras provas qualificatórias (sprint e longo).

O desempenho das provas que fiz vamos ver abaixo. Seguem os mapas com minhas escolhas. Sugiro que olhem os mapas de outras categorias, com atenção para os traçados de percursos e a simbologia adotada. Destaque para a forma de representar as árvores caídas que porventura provocassem redução na velocidade do atleta. Para isso, não foi utilizado o símbolo X verde, mas um traço verde na posição em que a árvore se encontrava no terreno (cliquem nos mapas para ampliar).

Forest Qualify, M40-2
Distância total percorrida: 11,2km.
Tempo total: 1h25.
Pace médio real: 7´45"/km
Pace da linha vermelha: 9´20"/km
20,5% acima da distância da linha vermelha.


Middle Final, M40-B
Distância total percorrida: 6,2km.
Tempo total: 49:19.
Pace médio real: 7´58"/km
Pace da linha vermelha: 9´58"/km
25% acima da distância da linha vermelha.


Long Final, M40A.
Distância total percorrida: 15,7km.
Tempo total: 1h50.
Pace médio real: 7´/km
Pace da linha vermelha: 9´09"/km
31% acima da distância da linha vermelha.


Minha meta era percorrer até 20% acima da distância da linha vermelha, num pace de até 7'/km. Mas pelo desempenho dos demais participantes, percebo que preciso melhorar o pace médio para até 6'/km. Dessa forma, e ficando dentro da meta da distância percorrida, creio ter condições de figurar melhor no próximo WMOC.
Se você quiser saber um pouco mais sobre o WMOC2018, acessar os mapas e resultados, basta abrir o site da competição: http://www.wmoc2018.dk/
E se tiver acesso ao Netflix, assita ao seriado The Rain. Parte dele foi filmada numa das florestas da competição. Veja como o mapeador assinalou os bunkers!
E não deixe de apreciar o álbum de fotos. Essa é mais uma das pequenas maneiras que tenho de trazer a vocês o clima de um WMOC. Clique aqui.
Comentários, perguntas e sugestões: Já sabe o caminho. Use o campo no final deste post.

Boas rotas \o/
orientistaemrota