sexta-feira, 4 de março de 2016

Análise de rotas e álbum de fotos - I Etapa Campeonato Goiano de Orientação

Olá, estimados orientistas!

Ano esportivo começando com força total em todo o país. E nós não ficamos de fora. Já participamos da I Etapa do Campeonato Goiano de Orientação, ocorrida na cidade de Cristalina-GO no dia 21 de fevereiro último passado.

O evento foi organizado pelo clube COSEC e, como de praxe, contou com considerável número de competidores do DF. Tudo correu bem, com exceção de uma falha na distribuição dos mapas para a categoria H21E. Equivocadamente alguns competidores fizeram uso de mapas reservas os quais estavam em desacordo com as sinaléticas ou com os prismas dispostos na pista. A arbitragem, ao ser informada, agiu rapidamente minimizando os prejuízos decorrentes dessa falha.
A área escolhida apresentou detalhes que tornaram a competição bastante desafiadora, tanto na parte técnica quanto na parte física, além de proporcionar belas paisagens para os atletas. As amenidades, como hidratação na pista de provas e as frutas e água na linha de chegada atenderam adequadamente a todos os participantes.
Após a competição, houve oferta de almoço e a cerimônia de premiação. Assim como em outros estados, no CamGOr há premiação por etapa.
Fica aqui nosso agradecimento a toda equipe do COSEC pela acolhida. Esperamos participar dos próximos eventos do torneio goiano.
Fizemos algumas dezenas de fotos que estão disponíveis aqui em nosso álbum. Clique aqui.
O resultado final pode ser consultado clicando aqui.

Vamos tratar agora da nossa análise de rota. O mapa abaixo é o da categoria H21E:


Aqui a versão com minhas escolhas:


Para esta análise, utilizei o Quick Route, e você leitor perceberá que vamos utilizar mais algumas ferramentas que o programa oferece. Observem o quadro à direita do mapa, com os tempos parciais, e o gráfico abaixo do mapa, com as velocidades por tempo de prova:


Minha meta continua sendo atingir um pace (tempo em minutos necessário para percorrer 1 km) médio de 7 min/km numa distância de até 20% acima da distância em linha reta descrita no mapa. Como podem ver, este percurso possuía 7,2 km. Então, meu limite seria percorrer no máximo 8,64 km. Considerando, portanto, o pace de 7 min/km, o tempo total de prova seria de 60,5 minutos.
Ocorre que a distância real percorrida foi de 8,87 km, com um pace médio de 8'51 min/km. O tempo total foi de 1h18min. A distância a maior ficou próxima do limite pré estabelecido, mas a velocidade ficou aquém do esperado. O gráfico abaixo demonstra que passei mais de 30 minutos em velocidade extremamente baixa (praticamente caminhando):


As razões para este desempenho veremos a seguir. Lembramos que a metodologia será aquela que temos aplicado nas análises de rotas anteriores. Ou seja, serão apresentados os trechos mais influentes no resultado descrevendo o que planejei, o que fiz e como deveria ter feito.
Uma peculiaridade foi que houve um equívoco da organização e meu primeiro mapa não estava de acordo com a sinalética, nem o ponto 1 marcado no mapa estava de acordo com o prisma encontrado (o número do prisma diferia do número descrito no mapa). Após 13 minutos e percorridos 1,29 km, tive a certeza de que o mapa estava errado. Retornei à largada e o árbitro da prova tomou as providências para correção do equívoco.
Mais um detalhe a observar é que a rota demarcada no mapa vai das cores verde (mais rápido) ao vermelho (mais lento). Montamos esta escala para que seja fácil visualizar quando atingi uma velocidade baixa (caminhando ou parado está na cor vermelha).
Vamos à análise!

Rota do ponto 1 para o ponto 2:



O que planejei: seguir pela curva de nível e desviar do charco conforme a letra (a). Depois, continuar navegando o mais próximo da linha vermelha utilizando a cerca (b) como ponto de checagem. Depois seguir pelo branco até a vegetação e córrego, estes sendo o segundo ponto de checagem. Continuar navegando rumo ao riacho tendo a área branca como próximo ponto de checagem. Terminando numa orientação fina após sair da área branca e se aproximar do ponto 2. 
O que fiz: Segui conforme o planejado até o primeiro ponto de checagem (b). Ocorre que faltou confiança quanto à posição exata e acabei seguindo pela esquerda para confirmar. Isso me fez percorrer uma distância maior, mas ainda em boa velocidade, pelos locais (c) e (d). Chegando em (d), o relevo era de progressão muito lenta, demandando mais tempo até chegar na área branca. A partir daí, tentei obter maior velocidade mas ficando próximo à linha vermelha. O último charco da rota estava seco, mas a travessia do córrego demandou tempo. Também demandou tempo a orientação fina para localizar o prisma. 
O que deveria ter feito: A falta de confiança ao chegar no primeiro ponto de checagem me fez percorrer uma distância maior. Isso acabou por refletir, também, na travessia da vegetação no local (d), pois diminuí a velocidade de forma a recuperar a segurança na continuidade na navegação. Uma alternativa interessante e feita por um dos outros competidores foi seguir para o local (e) e utilizar a linha aérea de alta tensão como corrimão até as proximidades do ponto 2.
Nesta rota 1-2 a distância era de 1286m na linha vermelha. Percorri 1547m em 12'43". Um desvio de 20,3%. O pace médio foi de 9'54".

Observem no gráfico abaixo que fiquei muito tempo da rota em uma velocidade baixa (partes amarela e vermelha):

Para entender melhor este gráfico da velocidade, observem que do ponto 2 para o ponto 3 a rota traçada, que era bastante simples e não exigiu muita navegação resultou numa boa velocidade atingida (maior parte do gráfico permanece com a cor verde):


Rota do ponto 4 para o ponto 5:


O que planejei: seguir no azimute até a área verde e contorná-la pela borda à esquerda, iniciando uma orientação fina até encontrar o ponto.
O que fiz: segui conforme o planejado até a área verde. Ocorre que a navegação fina falhou e passei próximo ao ponto, sem contudo encontrar o prisma. Utilizei o ponto 15 como barreira de segurança e, de lá, retornei lentamente no azimute, encontrando finalmente o prisma 5.
O que deveria ter feito: infelizmente minha orientação fina falhou, passando próximo ao ponto. A decisão de ir até o ponto 15 considero acertada, pois me ajudou a atacar o ponto 5 com segurança. Daí a importância do orientista sempre colocar em suas rotas uma barreira de segurança (aquele local que você utiliza como uma espécie de anteparo). Uma ótima opção seria ter utilizado o x verde e a árvore em destaque (a) como pontos de ataque.

Neste caso, percorri 447m, 60,6% a mais que a linha vermelha (278m). A velocidade acabou sendo bastante baixa. Esta rota, caso localizasse o prisma na primeira tentativa, ou utilizando o (a) como ponto de ataque, provavelmente seria feita em 2', ao contrário dos 4'50"gastos.

Rota do ponto 8 para o ponto 9:


O que planejei: margear o córrego para encontrar a estrada que leva ao (a). Ou seja, equivocadamente estava seguindo rumo ao ponto 10.
O que fiz: segui conforme o planejado, percebendo o erro antes de chegar à estrada. A partir daí, segui lentamente em direção ao ponto 9, corrigindo a rota. A vegetação e o relevo eram de progressão lenta. As três árvores de destaque serviram como barreira de proteção e ponto de ataque.
O que deveria ter feito: seguir pela curva de nível entre a vegetação de difícil progressão e a área de charco, utilizando um dos muitos pontos de ataque próximos ao ponto 9.

Um erro clássico de falta de concentração, mas que foi corrigido a tempo. Houve um desvio de quase 70% em relação à linha vermelha. Seguindo direto para o prisma, no azimute, provavelmente o tempo gasto ficaria em torno de 2'.

Rota do ponto 12 para o ponto 13:

O que planejei: corrida livre até a linha aérea, a ser utilizada como barreira de segurança e ponto de ataque. Atacar o ponto pelo lado direito da linha d'água.
O que fiz: segui até a linha aérea conforme o planejado. Ataquei o ponto mas sem efetuar a contagem de passos. Pelo lado direito não visualizei o prisma. Continuei descendo, mas alternando para o lado esquerdo. Parei somente ao constatar que já estava longe demais, nas proximidades de uma área branca. Retornei alternando novamente o lado. Notem que fiz praticamente um "8" descendo e subindo pela linha d'água.
O que deveria ter feito: seguir conforme planejado até a linha aérea. Depois, atacar o ponto com maior atenção e efetuando a devida contagem de passos.

Foram quase 400m percorridos desnecessariamente. Pelo gráfico abaixo é fácil perceber que o tempo desperdiçado beirou os 5', pois passei por ele às 11:11 e só encontrei efetivamente o prisma após as 11:15.

Rota do ponto 13 para o ponto 14:


O que planejei: seguir pela linha vermelha, atravessando o aceiro que divide a área branca. Atacar o ponto pela direita ao chegar em (a). Utilizar o penhasco rochoso como barreira de segurança e para facilitar a orientação fina.
O que fiz: segui conforme planejado até chegar no penhasco. Ocorre que o prisma não foi encontrado e continuei descendo pela parte rochosa. Ao perceber que me afastava muito do local, e por haver várias pessoas procurando o mesmo prisma, saí pela direita rumo à área branca. Utilizei a localização (b) para atacar novamente o ponto, obtendo êxito.
O que deveria ter feito: o planejamento foi adequado. Uma forma diferente seria atravessar completamente a área do penhasco e atacar o ponto pela saída. Dessa forma, a correção seria mais rápida e eu não perderia os quase 5' no lento deslocamento pelas pedras e vegetação de difícil transposição.

Pelo gráfico do Quick Route, este foi o pior trecho percorrido. Com 95% de distância além dos 284m da linha vermelha. A perda de tempo em trechos cuja orientação fina é preponderante acaba por refletir em trechos simples da prova, já que a ânsia por tentar recuperar tempo (aumentando a velocidade) pode promover maior desgaste energético e a não observância de princípios básicos da Corrida de Orientação (contagem de passos, azimute, definição de pontos de ataque etc.).


Rota do ponto 16 para o ponto 17:

O que planejei: seguir o mais próximo possível da linha vermelha, desviando da área de vegetação de difícil progressão e utilizando os dois córregos como pontos de checagem.
O que fiz: segui conforme planejado até o primeiro curso d'água. Ocorre que a depressão era profunda e tive que buscar um melhor local para a travessia. Isso demandou tempo e uma breve mudança na rota.
O que deveria ter feito: a outra opção seria, ao me deparar com o curso d'água, buscar a passagem pela esquerda.




Tempo total da prova: 78 minutos.
Distância total percorrida: 8700m.
Total de distância percorrida nos erros apontados: aproximadamente 700m.
Tempo total gasto nos erros apontados: aproximadamente 12 minutos.
Tempo do vencedor da prova: 64 minutos.

Esta pista, sem erros, seria facilmente completada abaixo dos 60 minutos.
Principal lição desta análise: redobre a atenção quando nas proximidades do prisma, para que sua orientação fina seja eficaz. E jamais abandone a contagem de passos!

E você? Utilize o campo para comentários abaixo e conte a todos o que achou dessa análise.  É importante sabermos se estamos na rota certa quanto às formas de ajudar a comunidade orientista a melhorar suas habilidades técnicas. Compartilhe com seus amigos e fique ligado aqui em nosso site e nas redes sociais.

Boas rotas \o/
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