domingo, 4 de outubro de 2020

Orientação é fácil

Por:

ROBERTO ALVES

CBO 2612 – FODF – COTi – H50A

 


Orientação é fácil de implantar se você estiver preparado (Andersson, Goran - 2015)[i]. O como ensinar é muito diverso e a maneira como as crianças aprendem também é (os pedagogos estudam isso). A disponibilidade de material também é um fator importante nesse trabalho. Essas são algumas razões que tornam mais desafiador o ensino não só no ambiente escolar, mas também nos clubes.

Muitas vezes queremos ensinar Orientação como aprendemos, utilizando os mesmos métodos e materiais. Assim não vai rolar, é preciso criatividade. Ler, assistir, pensar todos os dias e buscar novos materiais não importando a língua, até que você consiga fazer o seu portfólio. E este portifólio deve ser adaptável de tal forma que possa servir para a turma de hoje e para as próximas turmas, com novas crianças e suas respectivas cargas físicas, intelectuais, psíquicas, sociais etc.

Crianças gostam de desafio, mas de brincar também. Por isso, a importância do lúdico nas atividades. Outra coisa importante que tenho visto mundo a fora, são os professores ou instrutores ou técnicos serem catalizadores do conhecimento. Ou seja, deixam as crianças fazerem/criarem as atividades que vão realizar a partir de uma proposta clara de trabalho e com uma sequência didática com nível adequado a sua idade, experiência e objetivo da atividade, proposta pelo professor. Elas interagem com o material, leem, interpretam, manipulam, criam, confeccionam, realizam e trocam experiências com os colegas. Tudo isso continuamente sendo consolidado com o feedback do mestre. O trabalho consiste, em repetir, repetir, repetir e ir desenhando, copiando, colando, e colocando nas mãos das crianças material cada vez mais elaborado até chegar ao nível IOF.

O ensino da Orientação também torna necessário que estimule a surgir lideres, referências, ou seja, fomente o protagonismo. Talvez você pense que seja muito mas, na França, as crianças no ambiente escolar nível médio já são estimuladas a se formarem técnicos, árbitros. No Reino Unido, as crianças desenham seus próprios mapas, planejam os percursos, desenham os símbolos, talvez estejam criando futuros mapeadores. O Equador, com o programa MENTEAVENTURA, para mim, tem um dos melhores trabalhos de iniciação à Orientação.

Então, neste momento de eventos virtuais, é preciso não frustrar as crianças. Cabe ao responsável por elas, após essas quatro etapas do e-CamBOr Virtual, reviver exercício por exercício e apresentar um diagnóstico verdadeiro, deixando claro o que é que eles já deviam saber e o que é que fugiu ao nível atual. Também que encarem como uma atividade de sala de aula em que o professor (a) passou uma matéria e na prova caiu um pouco mais.

Inclusive é importante deixar claro para os iniciantes que uma exigência maior em determinados momentos não invalida nada do que foi feito até então. E que desafios cada vez mais complexos vão acompanha-los durante toda a vida, aonde quer que estejam. Por isso, cada criança deve entender que é preciso fazer a diferença.

Fica ainda o ensinamento que vem de nossos ancestrais: “É PRECISO SE SUPERAR. A VIDA É CHEIA DE DESAFIOS E NÃO ESTAREMOS LIVRES DELES PELO RESTO DE NOSSAS VIDAS. ISSO É SÓ O COMEÇO".



[i] Livrete: Legal, Incrível e Educativo, Estocolmo, 20 janeiro 2015. Traduzido para o português pela CBO.

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