Neste final de semana ocorre o primeiro campeonato brasileiro de orientação Sprint - CamBOS 2017. O evento é totalmente sediado em Curitiba-PR, e tem tudo para se tornar um marco na história da orientação brasileira.
Serão quatro provas ao todo, iniciando pelo sprint noturno hoje, sexta-feira. Mais de 300 competidores vão protagonizar este torneio, tendo ainda duas disputas no sábado e a grande final no domingo.
Segundo o diretor da prova, Antonio Dmeterko, teremos uma competição de alto padrão e a última disputa, no domingo, não deixará nada a desejar em comparação com as principais provas europeias.
Faremos toda a cobertura do evento aqui no blog e nas redes sociais facebook e instagram.
Maiores informações sobre o CamBOS (boletins, croquis, comparativos issom x isom, regulamento, lista de partida etc.) podem ser obtidas no sítio da CBO.
E como estamos falando em sprint, que tal uma pequena análise de rotas? O mapa abaixo é da disputa final do Sprint no WMOC2017, ocorrida em abril, na Nova Zelândia. Para quem não sabe, o WMOC é o Mundial de Masteres de Orientação. E este ano a competição integrou os Jogos Mundiais de Masteres, tendo como sede a cidade de Auckland. O Brasil participou com uma delegação de 11 competidores (a cobertura completa está aqui no blog).
Vamos estudar um pouco (clique nas imagens para ampliar)?
Abaixo o mapa da categoria M40 - Final B:
E esse é o mapa com as minhas escolhas:
Observem os seguintes aspectos: todos os atletas foram informados sobre desclassificação automática caso pisassem em quaisquer dos pequenos jardins da área, demarcados em verde oliva; em alguns pontos, a rota do gps ficou falha, devido às construções; o ponto de passagem obrigatório estava balizado dentro de um túnel, sendo proibida a travessia pela avenida; os competidores obrigatoriamente tinham numeral no peito e nas costas.
Como se trata de um sprint, a escolha de rotas tem que ser rápida. Terminei a prova em sétimo, com quase dois minutos acima do melhor tempo. Assistam ao vídeo com as minhas rotas e comparem com as análises abaixo. Tentem identificar cada um dos erros que resultaram neste tempo e façam um exercício de escolha de rotas, observando os fragmentos do mapa, à esquerda do vídeo.
Rota do ponto 3 para o ponto 4:
O que planejei: seguir em azimute para o ponto 4.
O que fiz: desviei para a esquerda pelo calçamento. No vídeo é possível notar que na saída do ponto 3, o aclive e a vegetação passam uma ligeira impressão de que a corrida não seria livre. Felizmente, foram poucos segundos perdidos.
O que deveria ter feito: seguir conforme o planejado.
Rota do ponto 6 para o ponto 7
O que planejei: atravessar a rua em linha reta até a quina da construção.
O que fiz: atravessei a rua em direção à primeira escada do prédio, depois, perdi tempo na correção do ponto de ataque.
O que deveria ter feito: seguir conforme o planejado.
Rota do ponto 13 para o ponto 14
O que planejei: após o balizamento, atacar o ponto 14 pela escadaria à direita.
O que fiz: ataquei o ponto pelo lado esquerdo.
O que deveria ter feito: seguido conforme o planejado. A vantagem, além da escada menor, seria já sair de frente para o ponto.
Rota do ponto 14 para o ponto 15
O que planejei: não me recordo. Mas é certo que perdi a noção de onde estava ou qual seria o próximo ponto.
O que fiz: observem que ao chipar o ponto, inicio o deslocamento voltando para a escada da esquerda. Percebo alguma diferença e retorno para o ponto 14. Depois disso, inicio muito lentamente o deslocamento para o ponto 15 passando sob a cobertura, entre os dois blocos. É provável que eu tenha feito um contra-azimute após girar o mapa dobrado, sem confirmar o norte. Outra possibilidade é que eu tenha confundido o ponto 14 com o ponto 23, ou tenha definido seguir direto para o ponto 17.
O que deveria ter feito: passar sob a cobertura entre os dois blocos.
Rota do ponto 15 para o ponto 16
O que planejei: não me recordo. A dificuldade em me localizar no ponto anterior permaneceu nessa nova rota.
O que fiz: no vídeo fica bem claro o erro. Ataquei o ponto de forma bastante lenta, e saí no contra azimute. Somente ao me deparar com as escadarias e visualizar a concentração de pessoas é que talvez tenha percebido minha real posição no mapa. Ainda me pergunto se não estava querendo seguir direto para o ponto de chegada, dada a proximidade dos círculos. A confirmação de que eu estava, agora, na direção correta, se deu ao passar pela escadaria ao lado do jardim.
O que deveria ter feito: subir a escadaria em direção ao ponto 16, na rota óbvia.
Rota do ponto 17 para o ponto 18
O que planejei: após passar pelo ponto 20, descer para a rua e subir a escadaria, atacando o ponto ao final da mureta.
O que fiz: segui conforme o planejado.
O que deveria ter feito: a melhor opção, após passar pelo ponto 20, era subir pela passarela coberta, descer as escadas e atacar o ponto.
Todos esses erros me custaram segundos preciosos. Ao menos estava com boa condição física e fiz as escolhas corretas nos demais pontos do percurso. Estudar esse percurso também valeu para melhorar a estima. Não fossem esses detalhes, teria ficado numa posição bem melhor na classificação. Uma das minhas pernadas foi a mais rápida da categoria, e em várias outras fiquei nas primeiras posições. Também fica a lição para trabalhar melhor a concentração e observar a dobratura do mapa.
E você, vai participar do CamBOS? Acredita que essa análise pode te ajudar nas provas de sprint? Não deixe de emitir sua opinião sobre este post. É sempre um excelente momento para aprendermos juntos.
(Utilizei os seguintes equipamentos e programas: relógio suunto ambit, camera gopro, QuickRoute e Orientview)
Boas rotas \o/
orientistaemrota
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Obrigado, e boas rotas \o/